Capítulo 14

Paulo Gustavo

Assim que entramos no cômodo que tinha um espaço imenso mas que no momento pareceu apertado, eu percebi que minha esposa teve a mesma sensação. Fui até ela lhe dando um selinho que devolveu

- tudo bem? – era uma pergunta tola eu sabia.

- sim, tudo bem – porr4, ela era definitivamente um anjo, eu não a merecia, só esperava que esses pequenos contratempos se ajeitasse e nós ficássemos bem de verdade. Um novo advogado já está cuidando dos meus assuntos de divórcio, e não vejo a hora de tudo se legalizar. – estou fazendo carne com batatas

- credo, eu não gosto – Pedrinho disse de imediato deixando Amélia constrangida, eu sei que a minha mulher era acostumada a lidar com crianças, mas Pedrinho era uma parte minha e sabia que ela queria agradá-lo, minha esposa murchou em meus braços.

- ah que pena, é o prato favorito do seu pai – disse Amélia e o menino me encarou em busca de confirmação – pensei que você queria ficar fortão que nem ele.

- jura pai? – indagou ele curioso e mais uma vez eu concordei, minha mulher era perfeita.

- sua também né Pedrinho? – Marcela disse se aproximando do garoto.

- a minha preferida é hamburguer e nuggets – ele corrigiu a mãe, uma vez tinha me falado, mas eu não acreditei que era sério, porém na mesma hora lembrei que a comida do americano era diferente da nossa.

- então não vai experimentar a comida que Amélia fez para você? – indaguei indo até ele e me sentando ao seu lado – a comida dela é deliciosa.

- não precisa, eu posso pedir por um aplicativo – Marcela disse já sacando o celular mas parou quando eu a encarei furioso

- O meu filho vai comer carne comigo que a minha esposa fez, não é Pedrinho? – questionei e ele concordou de imediato.

- papai eu quero banho – ele disse e bocejou outra vez.

- pode levar ele no quarto de hospede, é melhor do que irem até a pousada e voltar no mesmo instante, com certeza ele vai dormir no caminho – Amélia disse e eu pigarreei

- eu vou ficar com o papai, ele disse que minha mãe e eu ficaríamos aqui, não é pai? – Pedrinho foi rápido em dizer, Amelia forçou um sorriso e concordou

- claro, eu acho ótimo – exclamou, mas sabia não ser tão ótima assim, por mim eu pediria a Marcela que ficasse na pousada, porém sabia que o meu filho não aceitaria tão facilmente – assim podemos nos conhecer melhor e quem sabe fazer uma sessão de cinema, oque acha?

- sim – se limitou a dizer.

- eu vou levá-los aos quartos, finais de semana damos folga aos funcionários – minha esposa justificou – amor, pode cuidar de Pedrinho e apresentar o quarto que ele vai ficar?

- tudo bem vida – concordei pegando o menino em meu colo, Marcela avisou que as malas estavam no carro que ela havia alugado, passei lá para pegar sua mala e a de Pedrinho, em seguida Amelia foi até o quarto que seria da minha ex esposa e eu fui com Pedrinho.

Após o banho não demorou a nos sentarmos na mesa, de fato a comida ficou deliciosa e era o meu prato favorito, Pedrinho comeu e só não repetiu porque tinha se enchido de frutas. Mas ele também não negou a sobremesa de maracujá que minha esposa tinha feito.

- desculpe a intromissão – Amélia indagou quando o Pedrinho já estava dormindo em meu colo – notei que usa aliança, é casada?

- sim – Marcela concordou enquanto me encarava

- o seu marido pode ficar conosco também se quiser, não será incômodo – assegurou minha esposa enquanto sua mão acarinhava o cabelo de Pedrinho que ressonava baixinho em meus braços. O meu coração pareceu que ia sair pela boca, mas eu sabia que Marcela não passaria por cima do meu pedido de não contar sobre isso a minha esposa

- Não se preocupe querida, ele está entre nós – garantiu Marcela, e Amélia me encarou como se indagasse se eu tinha entendido, mas covardemente eu neguei.

- vou colocá-lo a cama – avisei e elas concordaram – Marcela fique a vontade, vamos vida

- fique a vontade Marcela – Amélia disse me seguindo, coloquei Pedrinho na cama que seria sua por um tempo – poderíamos aproveitar o silêncio para fazermos o pedido de algumas coisas para esse quarto, assim Pedrinho se sentiria mais em casa, ele sentirá que terá um lar aqui.

- vamos fazer isso minha vida – concordei, ela me ajudou a cobri-lo, hoje apesar do sol que saiu o clima estava um pouco frio e com o ar ele sentiria bastante frio então o cobrimos. Peguei em suas mãos e saímos do quarto em seguida eu a peguei em meu colo – obrigado por ter paciência

- eu te amo amor, se ele é um pedacinho seu eu vou ama-lo – assegurou e foi impossível não deixar que o meu coração não transbordasse de amor por aquela mulher.

- eu vou fazer um filho em você agora – disse a jogando em nossa cama e caindo por cima dela, ela gargalhou em meus lábios, porr4 como eu a amava.

Tinha que contar sobre o crime que eu estava cometendo no momento, mas não me parecia a hora certa para isso.

Porém assim que segunda chegasse e o advogado me desse um parecer mais concreto sobre como o caso ia andar, eu contaria.

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