Capítulo 15

Amélia

No domingo Gustavo foi enérgico quando disse que sairíamos só nós três, Ele, Pedrinho e eu. De fato, conseguimos tal proeza, ele nos levou em um restaurante e depois a um parquinho onde passamos o dia observando o menino brincar, tentando a todo custo me excluir, mas o meu marido não deixava e me incluía em conversas e brincadeiras, eu também fazia a minha parte em tentar.

No final da tarde voltamos para a mansão onde encontramos uma Marcela fingindo falsamente para o filho que adorou sua narrativa da tarde que passou com o pai, e não, ele não usou o meu nome, ou comentou com ela de que eu participei de algumas brincadeiras. Fez questão de deixar claro que eu não participo, quando na verdade era uma mentira.

Na hora do jantar o menino bateu o pé e disse que queria pizza, que dia de domingo na casa dele era dia de pizza, eu trabalhava com crianças e sabia que algumas podiam ser mais teimosas que outras, mas percebi que Pedrinho era acostumado a ter tudo o que quer, da maneira que quer e na hora que ele ordenar, um erro comum, mas que precisa ser tirado enquanto cedo.

Mas quem era eu para dizer tal coisa convivendo apenas dois dias na vida da criança? Sabia que marcela era uma medica requisitada e que o menino provavelmente fora criado por babá, e ela pode não ter culpa ou não saber como impor limites ao menino.

- Acho que vou aceitar o seu convite de ir até o hospital com você Paulo – estávamos assistindo filmes, na sala mesmo, no imenso sofá na cor creme de quatro lugares, o meu marido estava ao meu lado enquanto o filho estava deitado com a cabeça em seu colo com as pernas esticadas no restante do móvel e a ex do meu marido estava em uma poltrona ao lado.

Encarei Gustavo que me olhou de canto de olho, sua mão que ele mantinha por cima dos meus ombros parou o carinho em meu braço, eu desencostei a minha cabeça de seu peito com a pergunta, como assim ele a convidou?

- Depois conversamos sobre isso Marcela, até porque temos Pedrinho, ele não tem babá por aqui, e não podemos levá-lo para o hospital, então é melhor deixar isso para outro dia – disse, eu pigarreei e olhei em seu relógio e constatei que já era tarde.

- Eu preciso ir dormir, que amanhã cedo eu trabalho – declarei com a voz mais firme que o normal deixando o meu marido saber do meu descontentamento, quando eu tirei a almofada do meu colo Marcela me chamou e eu parei no mesmo lugar.

- Você não trabalha com crianças? – indagou eu concordei, mas já sabia que não gostaria daquela conversa – poderia ficar com Pedrinho, ele pode muito bem se enturmar, e já se acostumar com a cidade e você.

- Não me leve a mal, mas como eu ressaltei, é o meu trabalho, eu não posso levar do nada uma criança para o local – eu talvez tenha sido grossa, pode ser. Mas era a verdade, desejei boa noite e sai da minha sala. Sem contar que Pedrinho não me suporta e então muita coisa poderia dar errado, além do mais a criança era deles, não minha, apesar que dizer isso doía.

Eu fiquei nervosa, precisei de um banho rápido para diminuir a tensão no meu corpo, peguei uma das camisas do Paulo bem no exato momento em que ele entrou em nosso quarto, eu o ignorei o mesmo também foi para o banheiro, ouvi o chuveiro sendo ligado, e deitei em minha cama checando algumas mensagens da minha mãe, eu ainda não havia conversado com ela sobre a mais nova novidade da minha vida.

- Minha vida – meu marido chamou assim que se sentou em nossa cama, eu o encarei não me dando o trabalho de respondê-lo, deixei que se explicasse – eu fiz isso pelo bem do hospital, você sabe? Imagina o quanto os médicos jovens de lá vão ficar felizes em conhecer de perto uma das medicas mais prestigiadas do exterior.

- Você está convivendo muito com o prefeito, Paulo Gustavo, daqui a pouco diz que vai se candidatar – murmurei e não entendi o porque mas ele achou graça, eu o encarei confusa ele deu de ombros. O prefeito que tinha essa mania de tudo que é falado dizer ser bom para fulano, ciclano ou beltrano, o intuito dele não era ajudar, e sim se promover.

- Você foi bem grossa lá embaixo – revelou, e eu o encarei magoada – não me entenda mal amor, mas sua resposta foi um tanto

- Sincera? – questionei e ele continuou me encarando, precisei me sentar no meio da cama, pois eu não estava acreditando no que estava ouvindo – preciso pontuar do porque eu não posso levar O SEU FILHO para o meu trabalho?

- Vida, me desculpe, eu te entendo – disse tentando me puxar para os seus braços, mas me recusei a ir

- Me entende? – ironizei – Gustavo, está sendo muito difícil para mim tudo isso, estou tentando amor, juro que estou, mas você precisa me ajudar.

- E eu já não estou fazendo isso Amélia? – indagou demonstrando que estava perdido, sua irritação parecia ser com ele mesmo – eu nunca convivi com uma criança, e do nada eu tenho um filho, e ele simplesmente decidi que quer ficar o tempo todo comigo, e eu quero o mesmo, mas porr4 eu quero fazer isso com você também, eu quero ter você ao meu lado, eu não posso repreendê-lo, eu não tenho a mínima ideia de como fazer isso sem que eu o magoe, essa porr4 está sendo difícil para mim também Amélia, eu tenho certeza de que eu amo aquele menino e mais ainda que eu não vou abandoná-lo, mas eu também sei que preciso de você do meu lado amor.

Seu surto momentâneo me desconcertou, ele estava sendo sincero e seus olhos estavam avermelhados, quando terminou de falar parece que se deu conta de que finalmente confessou o que ele não conseguia.

- e tem mais uma coisa que eu quero confessar amor ... – disse engolindo em seco, o meu coração que estava acelerado assim como o dele, pareceu frear de uma vez dando um forte aperto em meu peito.

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Comments

Gloria Katia Baffa

Gloria Katia Baffa

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2025-03-25

0

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Branquinha

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