Paulo Gustavo
Há quase seis anos eu fui casado pela primeira vez com a mulher que me encara com um sorriso ladino, era cômodo, tínhamos os mesmos planos, os mesmos sonhos, só não tínhamos amor, terminamos quando ela percebeu que eu não tinha tanta ambição quanto ela, que eu não desejaria viver para fora do país como ela acreditava que eu seria capaz de fazer por ela.
Marcela Petrova era uma excelente médica, aos trinta e cinco anos era renomada, fez várias especializações no exterior, o que foi motivo de nossa separação, o que eu decidi assim, assinei os papeis de divorcio e enviei para ela e dois anos depois eu partir para Girassol, seguir a minha vida como eu queria.
- Paulo, que coincidência – disse ela se aproximando sem cerimonialismo me abraçando após um beijo rápido em meu rosto.
- Marcela – disse guardando o celular em meu bolso, eu olhei ao redor em um momento me senti inquieto – quanto tempo
- Na verdade foi ótimo te encontrar aqui – disse se afastando um pouco, indiquei o assento vazio ao meu lado e ela se sentou me agradecendo – de qualquer forma eu iria te procurar, precisamos conversar.
- Ah, é, sobre? – indaguei curioso, fiz um sinal para o garçom e ele nos serviu com uma boa dose de uísque – talvez você não tivesse me encontrado tão facilmente
- Por quê? – indagou curiosa, os seus olhos escuros desceram até a mão que eu segurava o meu copo e ela se deparou com a minha aliança, a cor bronzeada fugiu de seu rosto, ela por um momento ficou pálida e engoliu em seco – muita coisa mudou por aqui ao que parece
- Sim – confirmei com um sorriso ao rodar a minha aliança no meu dedo, sabia que ela não ligava na época que éramos casados eu não usava aliança por não achar necessário, afinal, namorávamos desde a faculdade, todos sabiam que estávamos juntos.
- Pelo visto temos muito o que conversar Paulo – garantiu ela seria, eu não gostei do timbre que usou, o sorriso de antes sumiu do seu rosto, ela pediu outro uísque e em seguida me encarou – podemos ir para um local mais reservado?
- Marcela? – ouvi minha mãe chamando, e então me virei para ela e a encontrei com um enorme sorriso
- Vera querida – minha ex esposa se levantou e as duas se cumprimentaram como amigas que eram, a cena por um momento me deixou desconfortável, queria que a minha mãe fosse assim com Amelia – você a cada dia parece mais linda, mais jovem
- Você não mudou nada – disse minha mãe – ainda parece minha nora de sempre, perfeita, ah tempos maravilhosos
- Mamãe – advertir em um tom mais grosseiro, minha mãe deu de ombros
- Vocês marcaram aqui ou foi um encontro de destino? – indagou minha mãe, curiosa como sempre e fazendo suposições nada a ver, ela sabia que eu não trairia minha esposa.
- Na verdade foi realmente o destino – assegurou Marcela – eu ia procurar o Paulo amanhã mesmo, mas decidi me instalar no hotel primeiro, Pedrinho estava muito cansado da viagem
- Pedrinho? – mamãe indagou confusa, porém descontente – você se casou querida?
- Eu nunca deixei de ser casada – disse Marcela me encarando, eu não entendi o que ela queria dizer, porém os seus olhos pareciam conter uma promessa, ela voltou a encarar a minha mãe – vocês estão em um jantar de família? Espero não atrapalhar
- Imagina querida, você é da família – dona Vera disse me encarando em um aviso claro, em seguida olhou para Marcela e segurou sua mão – vem, vou levar você para cumprimentar os meninos, estão todos aqui.
As duas saíram, Marcela pediu que eu a esperasse, ela sempre se deu bem com a minha família ambiciosa, era difícil acreditar que durante esses seis anos elas não se falaram. Eu não sentia nada por ela, estava claro que eu nunca senti, mas não sei por que algo nela estava me incomodando, decidido a saber o que era, chamei o garçom e pedi outra dose a esperando voltar.
- Preciso que me acompanhe até o meu quarto – minha ex disse assim que se aproximou, foi impossível evitar que uma gargalhada estrondosa não saísse pelos meus lábios
- Você só pode estrar brincando Marcela, eu nunca trairia a minha esposa – disse e mostrei minha aliança para ela – isso aqui pode não significar nada para você, mas eu sou um homem de palavra e completamente apaixonado por Amelia, foi bom rever você, até logo.
Declarei em seguida me levantei, mas a sua mão firme segurou-se em meu pulso, eu a encarei para não ser grosseiro e puxar a minha mão, mas ela foi certeira nas palavras.
- A sua esposa sou eu Paulo – decretou e eu gargalharia se eu não tivesse a achando louca – eu nunca assinei os papeis do divorcio
- Você só pode estar brincando – disse soltando o meu braço, passei nervosamente a mão em meu cabelo o bagunçando – eu assinei os papeis do divorcio e mandei para você.
- Mas eu não assinei Paulo – assegurou ela, eu confiava nessa filha da put4, ela também queria o divórcio, por que diabos não aceitou? E por que o advogado nunca me falou sobre isso? Nem mesmo quando eu pedi para cuidar do meu casamento com Amelia eu estava cometendo um crime, pior de tudo era o que Amelia acharia disso tudo, porr4 eu estava fodid0.
- Está me dizendo que ... – eu mal pude falar ao encarar a minha aliança.
- A mulher que você diz ser sua esposa, não passa de uma amante.
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Atualizado até capítulo 67
Comments
Elizama Silva
amante de um homem que não estava mais com a mulher kkkk separou de corpos já era não é mais marido e mulher . papel é só papel
2024-12-05
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Maria Helena Macedo e Silva
voltou para ocupar o lugar que deixou de ser dela e trouxe um suposto filho🤦
2025-01-13
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Gloria Katia Baffa
Amando história
2025-03-24
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