Heloísa.
Seguro em sua mão, e ele olha para mim.
— o que você quer de mim?
— eu... Desculpa. Foi automático. — falo soltando a sua mão.
Ele pega nela novamente e me levanta, me deixando de frente para ele.
— eu sei o que você quer, sentiu falta não foi?
— do que? — pergunto curiosa. Ele sorrir, e gruda nosso corpos com um puxão.
— do meu beijo.
Ele nem espera eu responder e já me beija. Um beijo calmo, me fazendo esquecer de que isso é errado.
Não posso me apaixonar por ele, não posso me apegar ao cara que me mantém presa e é violento.
Mas, nesse momento de carícias ele é completamente diferente do homem quando não está me beijando.
Sinto suas mãos nas minhas costas, já que o vestido permite tocar minha pele, e meu corpo inteiro se arrepiar com o seu toque.
Sua língua passeia pela minha boca encontrando com a minha, a sensação é de que eu estou entrando em uma panela com água quente, com meu corpo todo imerso.
Ele solta da beijo, mas deixando aquele gosto de quero mais.
— está aprendendo bem, hoje seu beijo foi mais sincronizado com o meu.
Sorrio com vergonha e abaixo a minha cabeça. Ele ergue ela com o seu dedo.
— apesar de eu te achar fofa assim quando está tímida, eu não quero que tenha vergonha de mim. Quero que nossa relação seja verdadeira e não de mentira, o que você acha?
— acho que devemos esperar mais um pouco.
— por que? Porque foge tanto de um compromisso?
— vamos dizer que... Como eu posso te dizer... Bem, eu não tive nenhuma referência com relacionamento, o que eu vi de perto não era nada de um casal apaixonado.
Ele acaricia o meu rosto, e me dá um selinho.
— o que o seu pai fazia com você?
Não me atrevo a falar, até porque não vai adiantar em nada. Aliás, pode ser que sim.
— te conto o meu passado se você me contar o seu.
Ele ergue a sobrancelha e me olha divertido. Ele balança a cabeça negando, ele confia em mim, do mesmo jeito que eu confio nele. Zero.
Ele me dá mais um selinho e sai do quarto. E eu retiro a minha roupa e vou para o banheiro.
Faço a minha higiene e desço para comer alguma coisa, e o vejo no telefone, parece está irritado, já demostra o homem violento novamente.
Ele deve ter dupla personalidade, seria a única explicação para essa troca de humor tão repentina.
Quando ele me vê, ele desliga o telefone.
— sua mãe quer te ver, disse que é para se despedir.
— e se ela trazer a polícia junto? — falo já com uma angústia nas palavras.
— isso não vai acontecer, ela subirá o morro sozinha e vocês se encontraram lá no escadão, você estará protegida, não se preocupe.
Tomo o café da manhã um pouco apreensiva. Ele pega o rádio e manda um dos homens que trabalha para ele, para ir buscar ela e levar ela até o escadão.
Terminamos e ele vai até sua moto já me chamando para subir.
Já não tenho mais tanto medo, já percebi que esse negócio não cai fácil, ou ele que é um bom piloto? Ainda não sei.
Enfim chegamos no escadão. Assim que ele para a moto, o capanga dele chega com a minha mãe na garupa.
Eles descem e o Chefão fica atrás de mim.
— se quiser descer alguns degraus para ter mais privacidade, pode ficar a vontade ok.
Olho para o escadão e parece que descendo ele eu vou chegar lá no Japão, é enorme.
— vou descer não, depois vai ter que subir. É bom que você já vai ouvir a verdade.
Ele balança a cabeça confirmando. Minha mãe se aproxima de mim com uma cara de fera.
Ela para bem na minha frentes, e me dá um tapa na cara, fazendo o meu corpo ceder para o lado.
— você é uma vagabunda, como você pode fazer isso com o seu próprio pai?
— faria de novo se tivesse outra oportunidade. Se ele não tivesse morrido naquele incêndio, botaria fogo diretamente nele, só para você ter a sua liberdade.
Ele levanta a mão para me dá outro tapa e eu me encolho. Olho para ela e o Matheus segurou sua mão no ar.
— sem violência senhora, conversem com a boca.
Olho para ele com gratidão.
— ela matou o próprio pai, você não está vendo? O pior de tudo é que ela não se arrepende de ter feito isso.
— será que ele se arrependia de todas as vezes que te bateu? Será que ele se arrependia de depois da refeição na mesa, te arrastava para você servir ele na cama, como a refeição principal?
— não fale besteira...
— eu era criança e era obrigada a ouvir que eu ia te comer, que ia comer a sua böcetä e seu cool depois que terminasse a comida, e via você saindo do quarto chorando indo ao banheiro. Eu tenho tudo na minha mente.
— isso é a vida de um casal, me casei com ele para servir ele, me casei para ser a esposa dele e isso que as esposas fazem.
— está ai a resposta por eu não querer um relacionamento sério com ninguém, não vou viver para servir homem nenhum.
— está em um relacionamento com um bandido, acha mesmo que a sua vida vai ser diferente?
Olho para trás, e ele balança a cabeça para mim, negando as palavras dela. Mas ele é duas pessoas ao mesmo tempo, carinhoso e violento. Será que meu pai era assim com a minha mãe no começo, por isso ela decidiu ficar com ele?
— vai sofrer mais do que eu sofri na mão do seu pai.
— a senhora pelo menos não sofrerá mais, tem a sua liberdade agora, pode ir viver em paz.
— não! Só vou ter paz no dia que você estiver presa, pagando pelo mal que você fez com o seu pai. Não se preocupe, um dia a polícia te prender, aí sim, poderia viver feliz.
Ela vira as costa para mim, para ir até a moto.
— esquece que tem mãe, porque para mim, você morreu no incêndio também.
E com essas palavras ela vai embora, cortando todo laço que um dia nos uniu.
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Atualizado até capítulo 87
Comments
Josi Gomes
ATÉ PARECE QUE ELA NÃO VAI VOLTAR, É SÓ A MÃE DELA, ESTALAR OS DEDOS, QUE A HELÔ VAI CORRENDO , SE FALAR QUE ENTENDE E QUE QUER VÊ-LA, FAZER AS PAZES, A HELÔ ACREDITA, E IDIOTA E BURRA
2025-01-29
2
Ivanilde T. Serra
Credo essa mãe dela é uma cobra, preferia ficar apanhando e sendo estrupada direto.
2024-12-24
0
Amanda
É complicado, eles torturaram ela mentalmente a vida toda e por culpa dessa tortura ela virou uma assassina 😢😢😢
2024-11-14
0