por favor não faz isso.

Heloísa.

Quando escuto o cara no rádio falar o meu nome completo e o nome da minha mãe, e dizer que ela está lá embaixo, eu me apavoro, já fico procurando por onde eu irei fugir para ela não me pegar.

Como ela descobriu para onde eu vim? como está soube exatamente a minha localidade?

Nesse tempo ela teve alta, e já deve ter recebido o dinheiro do seguro, por que ela não construiu uma nova vida?

Ela deve me odiar muito. Ela odeia a filha que a salvou da vida miserável que ela tinha, será que um dia ela se dará conta disso?

O chefe ainda tenta me levar junto, mas eu recuso, pois eu tenho a certeza que ela irá me levar a força para me entrar para a polícia.

Assim que ele sai, eu fico perdida sem saber para onde ir, até o amigo tatuado dele aparecer.

— cadê o Matheus?

— ele... Ele teve que sair.

— você está bem? Parece estar nervosa.

— só preciso sair daqui, mas não sei para onde eu vou.

Ele me oferece ajuda, e nesse momento não penso em nada, apenas aceito. Ele me leva até a moto dele e me dá o capacete e manda eu subir, diz que irá me levar para um lugar seguro.

Subo na moto e o seguro forte. Mas diferente do chefe, ele pilota mais de vagar.

Ele pega a parte da mata onde eles bateram no homem e passa por um beco, e saímos da camunidade sem que os caras ali percebam seu sou eu na garupa.

Chegando em outro morro e ele vai subindo até o topo.

Por que esses caras gostam de morar bem em cima de todos?

Ele para a moto e me ajuda a descer.

— ninguém irá te procurar aqui, pode ficar tranquila.

Sorrio para ele, e ele manda eu o acompanhar.

Ele me leva até um dos quartos e manda eu ficar a vontade.

— vai me manter presa aqui também?

— claro que não gata, você pode ir embora quando você quiser. O Mateus te mantém presa?

— mais ou menos. Bom, obrigada pela ajuda, te devo uma.

Ele se aproxima de mim, e me deixa presa na parede. Coloca seu joelho entre as minhas pernas.

— não diga isso, se não eu posso querer cobrar.

— é só um modo de dizer... Por favor me solte.

Ele sorrir e se afasta de mim.

— sou melhor que o Matheus gatinha. Mas vou deixar o tempo te mostrar isso, tenha uma boa noite.

Ele sai do quarto e eu me sento na cama. Tiro a minha sandália do pé e tento respirar aliviada.

Me deito na cama, e como na noite anterior eu não dormir, o sono me bate na hora e acabo capotando.

Acordo pela manhã e vejo uma pessoa no quarto, de costas para mim, olhando para fora da janela.

Quando eu abro bem os olhos vejo que é o chefe ali.

— o que está fazendo aqui?

Ele se vira bruscamente, e com um semblante sério me responde.

— eu? O que você faz aqui na cama de um homem?

— eu dormir aqui sozinha.

— não foi o que eu ouvi. — ele se aproxima de mim, e eu me levanto me sentando. — vai ficar aqui ou prefere voltar comigo para minha casa?

— não quero ficar em lugar nenhum, eu quero ir embora desses morros, não quero ter contato com nenhum de vocês.

— resposta errada, você vem comigo, ou então eu vou mandar a sua mãe vim aqui e te levar... Ela me contou tudo. Matou o seu pai queimado Heloísa?

Congelo, eu sabia que ela ia contar tudo, e pelo jeito que ele fala, ela deve ter me feito um monstro aos olhos dele.

— isso não é da sua conta, pode mandar ela vim, com você eu não vou.

Ele pega no meu braço e me força a me levantar.

— VOCÊ VAI COMIGO ENTENDEU?

Ele grita comigo e eu fico com medo. Ele sai me puxando pelo braço para fora do quarto, e quando estamos descendo as escadas o amigo dele tenta parar ele.

— para com isso Matheus, deixa a garota em paz véi.

Ele aponta o dedo na cara do amigo, e manda ele ficar na dele, e continua a me arrastar até a sua moto.

Ele me pega no colo e me senta nela, e se senta na frente. Estou com tanto medo dele que não tenho reação nenhuma.

Chegamos na casa dele, ele desce e me desce, e volta a me puxar para dentro da casa dele.

— para com isso por favor.

— tenho sido muito educado com você, talvez não mereça que eu seja tão bom.

Suas palavras arrepiou até a minha alma. Ele me leva até o quarto dele e me joga na cama com tudo, e se deita em cima de mim, entre as minhas pernas, fazendo o meu vestido se levantar.

— saí, por favor saí.

— você dormiu com ele, depois de eu te apresentar para o morro todo como minha mulher.

— eu não dormir com ninguém, por favor não faz isso... Não me faça odia-lo também.

Ele coloca se rosto em meu pescoço, e respira ofegante, parecendo está com muita raiva.

— você deu pra ele?

— não dei nada pra ninguém, sai de cima de mim...

Ele passa a mão pelo meu corpo, e isso me dá nojo, pois me lembro quando meu pai arrastava a minha mãe para fazer isso com ela.

— você me disse que não era estuprador... Por favor não seja comigo, não faz isso eu te imploro...

Falo chorando com medo de ele não ouvir minhas palavras e continuar até o fim.

— e não sou, mas se você fez com ele, porque não pode fazer comigo?

— eu não fiz nada com ele, eu só dormir naquela casa porque eu não dormir a noite aqui, eu não dei nada para ele.

Sinto o corpo dele tremer em cima de mim, e sua mão apertar a minha cintura por debaixo do vestido, e eu agradeço está usando short por de baixo. Fecho meus olhos e continuo a chorar.

— por favor, não faz isso.

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