Heloísa
Ela concorda em me ajudar a sair. Mas o problema é que somos barradas bem na entrada do baile.
— ae mina, o patrão deixou você sair não, mandou as duas ficar no baile de boa.
— eu não tenho patrão, por favor me deixe passar eu quero ir para casa da vovó.
— escuta aqui mina, aqui quem dá ordem é o patrão tá ligado, melhor você voltar para o baile antes do chicote estralar para o seu lado.
A menina pega na minha mão e me puxa de volta para o baile.
— não vamos discutir vamos dançar e beber. Você mentiu para mim disse que não tava com patrão.
— e não estou, ele que se apoderou de mim, dizendo que eu ia ficar na casa dele, mas nem o nome dele eu sei.
— o patrão é um Deus aqui no morro mulher, vem... Como é que você chama mesmo?
— chamou Heloísa e você?
— Larissa, vem vamos beber.
Nos voltamos para o ponto de partida, olho para ele fumaçando de raiva. Ele não podia fazer isso comigo, ele não tem o direito de me manter presa aqui. Mas se ele quer assim, então vou fazer ele enlouquecer.
Começamos a beber e a dançar, vira e mexe eu olho lá para cima e ele não tira os olhos daqui de baixo.
Os caras vem se chegando, Mas nenhum me agrada, são todos novinhos mas não tem aquele "tchan" que me encanta.
Mas percebo que o patrãozinho tá incomodado com esses homens perto de mim, então eu escolho um a dedo e vai ser esse mesmo que vai me ajudar a fazer raiva para o patrão.
Começo a dançar com ele, até porque dançar não significa nada, mas o cara é abusado e tenta ficar me beijando.
Não vai ser com ele que eu vou perder a virgindade da minha boca, não vai ser com ele que eu vou criar um laço.
Tento o empurrar, e ele é lançado ao chão. Vejo as costas do patrão, e sua mão estendida. Mexo um pouco o meu corpo e o vejo com a arma apontada para o cara.
Ele saiu lá de cima só para tirar o cara de cima de mim? Não acredito. Ele olha para mim, bem no momento que eu estou sorrindo por ele ter decido aqui. Ele se irrita e sai me puxando para fora do baile.
Mas eu não controlo as minha pernas, elas estão no modo automático. Na verdade eu não controlo nada do meu corpo.
É como se eu não tivesse mais controle sobre ele. Mas quando chegamos na moto, a minha mente se lembra bem do medo que eu passei para chegar aqui, e me recuso, não sou louca de subir de novo.
Ele manda eu ir andando, e eu vou, tentando parecer uma modelo... Ah vá, nem sei para onde eu estou indo.
Até que ele para novamente do meu lado, não sei como perco o equilíbrio total das minhas pernas, e bato com a bunda no chão.
E como um cavalheiro, ele me pega no colo, e me senta em sua moto. Daqui, eu percebo o quando ele é lindo de verdade.
Para Heloísa, você não pode se apaixonar, nada de paixão... Sai dessa.
Chegamos na casa dele, e ele simplesmente me joga em baixo do chuveiro com roupa e tudo, mas eu quero continua olhando para ele.
Seus traços são perfeitos, tem um robusto de ser malvado, mas ao mesmo tempo se percebe que ele tem um bom coração... Se tiver coração... Esquece.
— fica aqui, você não pode me deixar sozinha, eu posso me afogar.
— não posso ficar, você está me deixando louco.
— eu não fiz nada, não quero fazer nada somente quero a sua companhia. Isso é pedir muito?
— sim, é pedir muito sim. Pois estou me controlando para não te atacar.
— atacar como? Eu não entendo você hahaha.
— quantos anos você tem hein?
— 20 anos.
Ele ergue a sobrancelha, ele faz muito isso, e não é por um único motivo, talvez seja tique dele.
— você já namorou com alguem?
Começo a dar risada, pois me lembro bem que mal eu podia sair de casa, tive meus celulares quebrados para não ter nenhum namoradinho, e ainda por cima relacionamento não está no meu dicionário da vida.
— Eu nunca quis namorar.
Mas uma vez ele ergue a sobrancelha, e chega mais perto de mim. Muito mais perto.
— por que não?
Conto para ele o básico de como era minha vida, e acabo sem querer deixando escapar que isso era passado, que meu pai não existe mais.
— onde está seu pai?
— deve está no inferno queimando o que sobrou dele hahaha.
— você matou o seu pai? Por isso fugiu? — ele perguntou bem sério, e eu balanço a cabeça negando, vai que ele me leve de volta para São Paulo e me prendam por isso.
Ele passa a mão no meu rosto, e eu fecho meus olhos para sentir seu carinho.
— desculpa, não posso ficar aqui com você, eu tenho que ir.
Ele se vira e sai do banheiro. Eu também saio de baixo do chuveiro, não quero mais ficar aqui.
Vejo ele saindo do quarto batendo a porta. Eu retiro a minha roupa e fico só de calcinha, e a porta se abre de novo e ele fica paralisado com uma toalha na mão.
Vejo seus olhos passando pelo meu corpo, e só quando eu olho para baixo, me dou conta que eu estou praticamente nua em sua frente.
Me viro de costas e abraço meus peitos tampando a sua visão.
— sai daqui, eu estou pelada seu tarado.
Ele não fala nada, mas sinto a toalha em meus ombros.
— eu não sou tarado, mesmo vendo você pelada na minha frente, eu jamais a tocaria sem sua permissão. Eu posso ter virado um bandido nesse morro, mas o meu caráter continua o mesmo. Tenha uma boa noite garota.
Ele se afasta, e eu me viro para olhar ele saindo, e mais uma vez ele bate a porta.
— se não fosse tarado, não ficaria olhando para o meu corpo. Safado.
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Atualizado até capítulo 87
Comments
Jucileide Gonçalves
Ahh tá bom! Ele não é cego e nem vai entrar no quarto de olhos fechados imaginando que você pode estar pelada se toca né!!
2024-12-16
0
Meire
Ser a que ela mentiu a idade?
Pq na apresentação da personagem ela tinha 23.
2025-01-17
0
Amanda
Oxi ele não é cego né 😂😂😂😂
2024-11-14
1