Cap 3
Heloísa Santos Marques, 23 anos.
Na minha casa morava minha mãe, meu pai e eu. Sempre que o meu pai bebia, baria muito na minha mãe. E isso não era tudo.
Era um inferno viver dentro daquela casa. Eu sempre escondia a realidade vivida ali dentro.
Eu me sentia uma pessoa com dupla personalidade, pois dentro de casa eu era aquela pessoa que não sorria, não brincava... Bem, eu não vivia.
E na rua eu fazia de tudo para demostrar que eu era uma pessoa feliz. Não tive amigas e sim colegas. Pois eu não queria que ninguém fosse visitar a minha casa e vê a minha vida sofrida.
Meu pai era dois tipos de pessoa. Quando não bebia era o sério certinho que mandava em todo mundo.
Quando bebia, era a vergonha em forma de gente. Chegava em casa e já mandava minha mãe colocar a comida no prato, e sem pudor nenhum, mesmo eu estando presente, ele falava que ia comer ela depois da refeição.
Falava todos os tipos de palavrões. E depois que comia a comida, a arrastava pelos cabelos para servir ele.
Depois ela saia sempre do quarto chorando e indo para o banheiro, que ficará no meio entre os dois quartos.
E sempre, sempre ele mijava na cama. Ainda tinha isso, a parte de ter a casa fedendo a mijo de um bebê de 45 anos.
Quando eu era pequena não entendia bem isso, mas com tempo, fui entendo que o que ele fazia com ela era um estrupo.
Por várias e várias vezes a chamei para irmos embora, mas ela não ia, disse que se fossemos em bora passaríamos fome.
Eu passaria fome mil vezes se fosse para ela sair dessa vida de saco de pancadas.
E eu não entendo por que ela sempre quis ficar, nunca quis ir embora. Mesmo apanhando mais do que macaca velha, sendo mais humilhada do que mulher de bandido, mesmo assim ela não se via longe dele.
Quando eu completei meus 18 anos, tive dois sonhos, um deles era começará trabalhar e ir morar sozinha, e o segundo me tornar uma fotógrafa de alto valor.
Queria mudar minha vida, e queria salvar a minha rainha da vida desprezível que ela tinha. Mas como ela não desgrudava dele, então eu iria morar só.
Consegui um emprego em uma fábrica de chocolate, e comecei a juntar dinheiro para comprar uma câmera profissional para mim. Enfim consegui, esse seria o meu primeiro passo.
Guardava a minha câmera dentro do armário do trabalho, não levava para casa, porque tudo que a gente tinha que meu pai não gostasse, ele quebrava.
Já quebrou mais de 5 celulares meus, porque dizia que eu estava dando o prikito e ficava de namoradinho.
Sendo que isso nunca passou pela minha cabeça. Namorar, noivar e casar. Não quero isso para minha vida.
A vida da minha mãe foi um grande exemplo para eu fugir de qualquer compromisso que podesse acontecer, mal eu tinha colegas masculinos, para não ter que me envolver e me apaixonar.
Um certo dia cheguei em casa, e a vi toda revirada, meu pai não estava, e a casa estava em um silêncio absurdo.
Vou chamando a minha mãe enquanto vou subindo as escadas, e a encontro em cima da cama ensanguentada.
— Maaaaaeeeee. — grito me aproximando dela. Sinto sua pulsação e saio correndo para a rua para pedir a alguém que chame uma ambulância.
Alguns vizinhos entram e pegam ela no colo, diz que a ambulância irá demorar muito para chegar. Aqui em São Paulo tem muitos acidentes, e as vezes passamos horas a espera de um resgate.
Então, com ela no colo ele leva ela até o hospital. Chegamos lá ela logo é atendida como emergência.
Alguns minutos se passam, e o médico volta e diz que ela estava com uma hemorragia interna, mas agora está bem.
Respiro aliviada!
— quantos dias ela ficará aqui doutor?
— pelo menos dois dias para ver se os pontos não se soltam.
— ok. Posso ver ela?
Ele diz que amanhã eu poderei ver, pois ela está sedada e não vai me responder. Ele manda eu ir para casa e trazer os documentos dela para fazer a ficha, já que eu só dei o nome.
O vizinho que me trouxe diz que me leva de volta para casa, mais não vai poder me trazer de novo aqui para o hospital pois irá trabalhar.
Eu agradeço tanto a ele pelo o que ele fez, e voltamos para minha casa. Nada do cacheiro aparecer.
Então pego todos os documentos e vou de volta para o hospital e faço a ficha completa da minha mãe.
Eu preciso pensar em um jeito de tirar ele da vida dela, ela sozinha não vai sair. Eu tenho que aproveitar esses dois dias que ela ficará fora para colocar o plano em ação.
Nossa casa tem seguro, e está no nome dela, já que ele tem o nome sujo e não poderia ficar no nome dele.
E com isso tive uma ideia, todos sabem que os babados são avoados, e esquecem das coisas.
Não sou uma pessoa má, nunca desejei a morte de ninguém a não ser a morte do meu pai.
O médico me pergunta se eu trouxe roupas íntimas para ela, eu digo que não, mas que irei buscar.
Pelo menos o motivo para voltar para casa eu tenho, só não sei ainda o certo o que fazer para aquela casa cair em cima dele, enquanto ele dorme.
Chego em casa e vou para o quarto dela. Separo algumas roupas e peças íntimas. Escuto a porta da entrada se fechar, e corro para o meu quarto para esperar ele entrar no quarto dele.
— Lurdes, cadê você mulher, eu quero comida porrä... Vadiä, se eu souber que você está nas casas, vou quebrar as duas pernas sua vagabundä.
Maldito desgraçado, esse merece queimar no fogo do inferno por mil vezes... Fogo... É isso.
Já tenho o plano para mandar o meu pai para o inferno.
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Atualizado até capítulo 87
Comments
Josi Gomes
NÃO ENTENDI PORQUE ELA NÃO DENUNCIOU O PAI PARA POLÍCIA, TEVE A CHANCE DE FAZER ISSO NO HOSPITAL
2025-01-29
4
Aline Moura
Quase me engasguei com o café quando li “prikito” kkkkkkkk
2025-03-31
0
Amanda
Os dois pensaram iguais 'fogo"
2024-11-14
0