levando Heloísa de volta para casa

Matheus.

Depois de perceber que os dois não estão, eu já imagino que ele tenha levado ela para casa dele. Saio do morro e vou trás, ele não vai tirar ela tão fácil de mim. Não assim.

Chego na casa dele e bato na porta, assim que ele abre já vou entrando.

— cadê a Heloísa?

— calma, ela está dormindo. Ela estava muito agitada e mandou eu ajudar ela a se esconder, e foi o que eu fiz.

— onde ela está?

— no meu quarto... Ae, calma...

Me viro deixando ele falar sozinho e encontro ela dormindo na cama dele. Isso é tão doloroso de se ver, da vontade de acordar ela puxando pelos cabelos.

Me aproximo dela, mas o Pedro segura meu braço e manda a gente deixar ela lá.

Olho com raiva para ele, tantas quartos essa casa tem, por que diabos ele coloca ela na cama dele?

— deixe ela descansar, ela estava muito nervosa.

— tenho que levar ela para minha casa, lá é o lugar dela.

— calma ae Matheus, a mina tá dormindo.

Ele me chama para irmos para sala, e começa a me explicar tudo que ela disse para ele. Então ele a levou para o quarto dele porque é mais confortável.

Pergunto se eles fizeram alguma coisa, ele responde um não meio duvidoso, e isso me deixa confuso e uma pouco furioso

Alguns minutos se passam e eu já não aguento mais esperar aqui. Subo para o quarto e me sento na poltrona para esperar ela acordar, pois a noite passada ela não dormiu, e aqui ela dorme igual um anjo.

Fico ali até ela desperta, e quando ela acorda já me olha assustada.

Eu até tento me controlar, mas a raiva de ver ela aqui na cama de outro homem a é demais para mim, me incomoda de mais.

Então saio arrastando ela para fora da casa do Pedro a levando para minha moto, e por incrível que pareça dessa vez ela não luta contra.

Em casa tivemos outra discussão calorosa, e como a palavra do Pedro me deixou confuso, tento tirar dela a informação se eles tiver alguma coisa e a todo momento ela nega.

Eu pergunto mais de uma vez para ver se ela cai contradição mas em todas as vezes ela fala que não. Ela é tão linda, tão perfeita que encantaria qualquer um e é isso que me fode, ainda mas que eu sei que o Pedro também ficou a fim dela.

Tento avançar o sinal com ela mas havendo chorar e implorar para não tocá-la me quebra inteiro. Me levanto de cima dela nervoso estressado.

Ela se levanta também e fica sentada, e me olha com um certo medo.

— na casa do Pedro você estava mais à vontade, por que não fica à vontade aqui também?

— Eu só dormi porque eu não consegui dormir aqui, eu já passei uma noite acordada e o meu corpo estava cansado. Mas eu não estou à vontade nem na casa dele e nem na sua.

— me conta o que foi que aconteceu com seu pai porque você resolveu matá-lo?

Ela abaixa a cabeça e disse que isso não é problema meu, que a mãe dela já contou a versão dela mas ninguém mata alguém só por diversão principalmente porque ela não tem cara de psicopata

— se você não me contar a sua versão eu vou ser obrigado a acreditar na sua mãe E aí você vai ser presa.

— não é uma coisa fácil de se contar, uma coisa que eu me orgulho é de ter matado ele e Faria de novo se tivesse outra oportunidade. Mas eu não me orgulho de ter que contar essa história, pois a minha infância até o dia da morte dele, nunca contei para ninguém, era uma coisa que ficava entre eu, minha mãe e ele, nem meus colegas de escola... ninguém nunca soube de nada. Porque acha que eu contaria para você? Um desconhecido total, que ao invés de me ajudar tá me mantendo presa aqui

— você não tem ideia, mas aqui você está protegida. Aqui a sua mãe pode subir sem a minha permissão, e muito menos a polícia. Então de certa forma eu estou te ajudando sim. E sobre o fato de sermos desconhecido, podemos nos conhecer melhor basta você não querer ir embora e aos poucos você vai me conhecendo e eu vou te conhecendo também.

— eu passo, não quero te conhecer mais do que eu já conheço, pelo que eu vi você é tão violento quando o meu pai, e não é isso que eu quero para minha vida.

— eu não sou um cara violento... Bom, não o tempo todo. Eu não era assim, me tornei nisso depois de uma coisa que aconteceu na minha vida.

Ela me olha virando o pescoço de lado, e percebo que aticei a sua curiosidade.

— me conta?

Cruzo os braços erguendo a sobrancelha, se ela tem seus segredos, eu também tenho os meus. Mas mesmo que ela me conte os dela, eu nunca me abriria para ela. Pois ainda acho que ela veio para cá a mando de alguém.

— vai morrer afogada na tua curiosidade, pois isso eu também não irei revelar.

Ela balança os ombros, como se não se importasse com isso, mas percebo que ela está louca para que eu diga.

Me sento novamente na cama, próximo dela, acaricio o seu rosto com as pontas dos dedos, e ela fecha os olhos.

— não vou contar, mas esse cara que você está vendo não existia no passado. Eu me transformei naquilo que as pessoas queria que eu me transformasse.

— você tem um jeito de mal, mas os seus olhos não, eles parecem pedir socorro para tirar você dessa vida.

— depois que entra nessa vida, não tem como sair garota, só saio daqui morto.

— porque entrou nessa vida então, já que não iria sair.

Ela é inteligente, tenta me fazer falar me rodeando, mas eu sou mais que ela, e não vou cair na sua armadilha.

— preciso sair, a Larissa já vai chegar para levar você para fazer compras, então vai fazer a sua higiene.

Ela segura na minha mão, me impedindo de sair...

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