Capítulo 14

Tempos depois, Chacal começou a preparar as coisas para que ele e Maria

Victória pudessem viajar. Outorgou aos seus homens de confiança algumas funções

e uma delas, seria tomar conta de Karina e visitar periodicamente Luís para

saber o seu estado de saúde e mantê-los informados sobre tudo.

Maria Victória ainda estava com medo de se ausentar e que o irmão pudesse

ter alguma piora, mas ela precisava torcer para que tudo dê certo e nesta

viagem ela conseguisse de realmente conquistar o coração de Chacal, quem sabe

fazendo-o mudar de vida.

– E aí minha joia, ansiosa para partirmos? – Ele percebeu que ela não estava

tão ansiosa quanto ele. – Não fica triste desse jeito gata, eu te prometo que

não iremos demorar tanto tempo assim, eu só quero colocar um sorriso nesse

rosto lindo!

Desde que todas aquelas coisas haviam acontecido na vida de Chacal, ele

nunca havia saído do morro e seria a primeira vez que ele se ausentaria para

agradar Maria Victória e tirá-la um pouco da tristeza.

Ela não tinha muitas coisas para levar, porém arrumaram uma mala não muito

grande para cada um deles e um carro já os esperava, para levar até o local de

onde sairiam em um voo particular e totalmente confidencial.

Antes de ir, Maria Victória fez questão de telefonar para o hospital e dizer

a eles que Karina iria passar pelo menos uma parte do dia lá com ele, para

saber melhor sobre o que estava acontecendo e mandar notícias.

Maria Victória

Entramos naquele carro e fomos pegar este avião, confesso que fiquei com

muito medo de sermos interceptados e sofremos algum tipo de ataque. Chacal está

certo em de alguma forma querer me manter presa, todas as coisas terríveis que

Luíz disse que aqueles homens são capazes de fazer aos seus inimigos me deixam

apavorada, por isso, compreendo o desejo dele de sairmos um pouco deste lugar e

parar de pensar em toda a maldade que nos cerca.

O Baratão nos ajudou a levar as malas até o avião e nos despedimos dele, o

carro que era alugado ficou sob a responsabilidade de um terceiro empregado,

para que não ligassem de nenhuma forma isso a Chacal ou a mim.

Entramos naquele avião e nos sentamos lado a lado, Chacal alisava as minhas

mãos e o forma carinhosa como me tratava apenas confirmava dentro de mim que

ele era um bom homem apesar de tudo. Voamos deixando para trás não só o Rio de

Janeiro, mas por um instante, todos os nossos medos.

– Você ainda não me disse, para onde vamos?

– É uma surpresa novinha!

Depois de algumas horas de viagem eu acabei pegando no sono, acordei com um

beijo e ele sorrindo para mim.

– Já chegamos! – Ele exclamou.

Eu ainda estava meio sonolenta, mas caminhamos em direção à saída, percebi

que aquele era um lugar de mata e o clima era muito gostoso e diferente do

calor extremo do Rio de Janeiro.

Eu ouvi o canto dos animais noturnos, não sei exatamente em que região do

Brasil estamos, mas certamente não é no Sul pela vegetação que consigo

observar, mesmo que tudo esteja escuro e o clima frio.

Chacal

Manaus uma bela e tranquila região brasileira onde eu quis trazê-la para

entrar em contato com a paz que ela tanto gostaria de ter, ficaríamos

hospedados em um hotel fazenda de luxo e com muitas atividades para fazer,

dando um basta ao tédio que ela dizia está sentindo desde que precisou ficar

aprisionada em minha mansão.

– Sejam bem-vindos, eu os levarei ao seu quarto!

Chegamos um pouco tarde da noite e eu sei que a gata estava muito cansada,

então eu não quis força na barra com ela para fazermos sexo. Entramos no quarto

e fomos tomar um banho juntos, para minha surpresa fizemos um amor gostoso

embaixo do chuveiro aproveitando o frio da noite para esquentarmos nossos

corpos. Passei sabonete por todo o seu corpo, dando uma atenção especial aos

seus seios enrijecidos e matei minha sede chupando-os e mordendo por um longo

tempo.

[...]

Depois de fazerem amor, Maria Victória vestiu uma camisola sensual e ele

apenas uma bermuda para ficar mais à vontade, havia uma rede na varanda que

dava acesso a todas as belezas naturais daquele lugar e onde eles poderiam

ficar admirando...foi isso que fizeram. Ele se deitou na rede primeiro e logo

depois, chamou por ela que se acomodou em seus braços e os dois passaram uma

noite ao ar livre protegidos por um cobertor quente e os calor de seus corpos.

Para ele, que já havia levado aquela vida agitada e cheia de perigos por

tantos anos, estar ali desfrutando daquela paz parecia ser um grande sonho ou

um ideal de vida totalmente fora daquilo que ele poderia desejar possuir.

Ainda no Rio de Janeiro, Karina pediu a Baratão que levasse até o hospital,

pois aquela noite ela queria passar ao lado de Luíz. Sem muita vontade, ele

cumpriu o que o patrão havia pedido a ele e a levou até lá.

Longe dali...

A facção dos CAM, já havia colocado um dos moleques como infiltrado no morro

para saber cada movimento de Chacal e Maria Victória, pois eles não desistiriam

de tomar o poder, logo ele ouviu uma conversa entre Baratão e um dos aliados de

Chacal, em que um deles deixou escapar que o chefe já não estava no morro e

para que ele pudesse resolver um B.O que havia acontecido sem esperar pelo

chefe para isso.

O garoto correu então para dar a notícia a os inimigos dele, Meia-noite

então, ofereceu ao garoto um bônus de dez mil reais para que descobrisse para

onde Maria Victória e Chacal haviam ido, mas só em saber que o morro estava sem

o seu líder, isso já o ajudaria a tomar o controle enquanto ele estivesse fora.

Bastaria que criassem um plano infalível, para que toda aquela comunidade se

tornasse absolutamente sua.

Karina estava no quarto cuidando de Luíz quando ouviu alguém tentar abrir a

janela do quarto do lado de fora, ela ficou muito assustada e correu para pedir

ajuda.

– Eu juro, eu não tô de caô! Ouvi alguém tentar abrir a janela do quarto de

Luíz!

– Tem certeza de que não usou nada antes de vir para cá oh mocinha?

– Não sou nenhuma noiada senhor, tenho certeza do que eu vi e por favor,

como segurança apenas verifique do lado de fora!

Ele revirou os olhos por ter que obedecer ao pedido daquela jovem, porém o

hospital era particular e como sempre, o cliente tinha razão e ele precisava ir

lá fora verificar mesmo contra a sua vontade.

Ele foi até a parte externa do lugar e iluminou tudo o que pode com sua

lanterna, mas não encontrou nada suspeito. Karina esperava por ele ainda na

recepção, para saber se realmente havia encontrado alguma coisa que

justificasse o seu medo.

– Como eu disse moça, acho que você imaginou coisas.

– Espero realmente que sim!

Ela voltou para o quarto e verificou novamente sem a janela estava trancada

assim como a porta, Karina sabia que estar ao lado de Luíz ou ter algo a ver

com Chacal, poderia coloca-la em risco assim como Maria Victória também estava.

A jovem passou toda noite sentada pensando e velando o sono persistente e

cruel de Luíz, Baratão mandou um carro para buscar logo cedo e ela então voltou

para a mansão...

Luíz

Perceber todas as coisas que aconteciam ao meu redor sem poder reagir a

elas, era o pior de estar nessa situação e sei que se eu vacilar em permanecer

nessa cama, irão meter ferro em mim em pouco tempo.

Fiz um esforço extra humano e conseguir abrir os meus olhos, Karina já tinha

ido embora isso com certeza foi o melhor para ela, eu pude ouvir e sentir todo

medo que ela passou durante esta noite em que ficou aqui.

Para minha surpresa, eu conseguia sentir o meu corpo e fazer alguns

movimentos. Arranquei todos aqueles fios que estavam conectados a mim, me

levantei daquela cama e não pensei duas vezes, ao sair vazado daquele

hospital...

Não acredito que Chacal não tenha tido a ver com este atentado contra a

minha vida e fez isso unicamente para poder abusar da minha irmã.

Eu estive observando durante todo esse tempo onde ele guarda as armas e

todas as provas que tem contra si mesmo, basta que eu consiga chegar até a casa

dele para acabar com todo com seu legado de anos e entrega-lo a polícia sem

qualquer piedade...dessa vez ele perdeu!

Eu precisava me desfazer desse uniforme de doente de hospital, ou não

conseguiria me infiltrar no morro novamente. Consegui roubar algumas roupas que

estavam no varal em uma vila próxima ao hospital de onde fugi.

Se tem uma coisa que eu aprendi estando ao lado do inimigo, era exatamente a

rotina de todos os homens que vigiavam a mansão. Alex e Thiago trocaram de

posto às 20:00 com Henrique e um magrelo, e esse era o único intervalo em que

alguém poderia invadir aquele lugar.

Minha própria irmã me disse que iriam em uma viagem de lua de mel, não posso

acreditar que ela tenha ido por sua própria vontade. Assim que eu tiver todas

as provas que preciso para nos livrar dele, irei leva-la para bem longe deste

lugar e nunca mais saberemos da existência do Morro do Éden ou dos vacilões que

vivem nele.

[...]

Luíz aguardou o momento certo da transição entre os seguranças e conseguiu

pular um muro da casa, entrando em uma das janelas que davam acesso à cozinha

os cães da casa já o conheciam, então não denunciaram sua presença. Já era

tarde e Karina estava em seu quarto.

Ele sabia exatamente em qual das salas se encontravam os segredos mais

obscuros de Chacal e era justamente lá que ele queria adentrar, mas por que ele

não poderia esperar é que naquela noite, mais alguém pensou na possibilidade de

invadir aquele local.

– Perdeu um otário, mãos para cima ou te mete ferro!

Ele se virou de repente, pensando que encontraria algum dos seguranças de

Chacal, mas para sua surpresa era um homem desconhecido e estava sujo de

sangue, pois havia eliminado a pouco os guardiões daquele lugar.

Com a arma apontada para sua cabeça, Luíz foi levado até a sala da casa onde

encontrou Karina chorando também sob a mira de um revólver. Ela chorou

desesperadamente, mas simplesmente paralisou ao ver o seu amor ali e acordado.

Ela queria perguntar muitas coisas e principalmente como ele poderia ter se

recuperado tão rapidamente e o que estava fazendo ali?

Aqueles homens tiraram as meias que cobriam os seus rostos e eles puderam

ver as tatuagens que denunciavam que pertenciam a facção dos CAM.

Um deles realizou uma ligação ambos se sentaram na frente de seus

prisioneiros, trocando a arma de mão para intimidar os dois o tempo inteiro.

Sorrindo e mostrando seus dentes dourados, apenas esperando o momento certo de

tirar a vida de qualquer um deles.

Karina temia por sua vida, mas Chacal não havia dito a ela para onde iam

justamente por segurança, mas ela sabia que para aqueles homens que estavam ali

na sua frente ouvir que ela não sabia de nada não seria o bastante para poupar

sua vida e o sofrimento de passar por uma sessão de tortura.

De repente, as portas da casa foram abertas e Meia-noite chegou totalmente

vestido de negro e segurando sua arma integralmente banhada a ouro puro, com

ela, já havia tirado a vida de muitas pessoas, mas apenas aquelas que realmente

mereciam uma morte especial.

– Boa noite, parece que minha presença é um tanto surpreendente?

Os homens da facção cercaram totalmente a casa, haviam realizado um bloqueio

de sinal de celular para impedir que os homens de confiança de Chacal

conseguissem entrar em contato uns com os outros...para tentar impedir que eles

dominassem todo o Morro do Éden.

O local estava muito silencioso e nada parecia denunciar, que estavam

prestes a ter uma invasão de dentro para fora que acabaria com o domínio de

anos de poder nas mãos de Chacal.

Karina chorava desesperada de medo e Luíz gostaria de poder ampará-la, mas

temia que se movesse um músculo seria o primeiro a sangrar, dando apenas um

start para a sequência brutal que estava prestes a acontecer naquele lugar.

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