Luíz e Karina estavam tendo uma noite tórrida de sexo.
– Essa tua boca gostosa me deixa louco. – Ele dizia, enquanto ela
subia sobre seu ele e os dois roçavam seus corpos.
Ela estava ali para cumprir a missão atribuída por Chacal, era uma das
garotas do bordel e como uma garota de programa, ela não costumava beijar na
boca dos clientes, mas permitiu que isso acontecesse entre ela e Luíz.
O dia amanheceu e eles despertaram com as pernas entrelaçadas e seus corpos
nus. Chacal acordou em sua cama com uma baita dor de cabeça e ressaca de sono,
além de uma imensa sensação de perda de tempo por ter conseguido uma mulher
para ficar com o Luíz e tirá-lo do seu caminho e nem com isso conseguir ter
Maria.
Chacal
Essa mina quer ferrar com a minha vida, até uma transa para o puto do irmão
dela eu tive que bancar, mas valeria a pena se eu tivesse conseguido tudo o que
eu queria com ela na noite passada.
Saí da cama quase me arrastando com uma dor de cabeça e sentindo o mundo
girar, há muito tempo eu não exagerava tanto na bebida. Tomei um banho gelado
para tentar despertar a ressaca que moral estava fodendo com o meu psicológico,
que droga de vingança é essa, que eu não consigo colocar as mãos naquela
gostosa?
Maria Victória
Levantei-me bem cedo, tomei um banho e fui para a cozinha ajudar a preparar
o café da manhã passei pelo quarto de Luíz e tudo estava silencioso e de portas
trancadas.
– Bom dia menina, como passou a noite? – A empregada me perguntou com um
sorriso.
– Felizmente eu consegui dormir, mesmo que tenhamos chegado tão tarde! O que
está pensando em preparar para esta manhã?
– Quando o menino Chacal chega com essa ressaca eu geralmente eu preparo
panquecas, claro bem reforçadas com um café forte e amargo.
Assenti e fui ajudar a preparar tudo antes que ele levantasse, sempre fui
esforçada na cozinha apesar de não saber fazer coisas muito específicas, mas me
viro quando necessário.
Preparamos a mesa do café da manhã na sala de jantar para duas pessoas, não
sabemos se Chacal irá convidar a moça que veio com meu irmão para se juntar a
ele no desjejum.
Ele chegou, enquanto ainda estávamos colocando as coisas sobre a mesa.
– Bom dia! – exclamou.
Eu respondi com pouca empolgação.
– Por que dois lugares a mesa? – Ele questionou.
– Achei que ia querer convidar a moça para o café da manhã.
Ele sorriu e deu uma coçadinha no queixo.
– Coloque mais dois lugares, um para você e outro para o seu brother!
Eu fiz o que ele pediu, já que eu teria o desprazer de ter que fazer a
primeira refeição do dia com ele, pelo menos o meu irmão estaria junto para desfrutar
de um pouco de conforto.
A empregada foi incumbida de chamar por eles no quarto, para que se juntasse
a nós.
[...]
Karina e Luíz foram tomar café com eles e chegaram meio tímidos até a sala
de jantar.
– Chega junto! – Chacal chamou por ele indicando seus lugares.
Ambos se sentaram e começaram a desfrutar daquele café da manhã caprichado.
– E aí meu parça, o que achou dos serviços da novinha?
Karina arregalou os olhos e olhou para Luíz e depois para Maria,
constrangida.
– Serviços? – Luíz colocou a xícara de café sobre a mesa.
– Claro! Karina é uma das melhores que temos aqui no morro do Éden.
Chacal gargalhou.
– Pagou a essa mulher para ficar com meu irmão?
– Pega a visão princesa, nada acontece neste lugar sem a minha permissão!
Karina saiu da mesa muito envergonhada pelo que havia acontecido, para ela,
Luíz não havia sido um cliente qualquer.
Maria Victória pensou em ir conversar com ela depois disso, mais Chacal a
impediu.
– Relaxa, depois eu acerto o valor com ela e é claro tudo será deduzido do
seu trabalho.
– De verdade, alguém como você deve ser um completo infeliz para querer
manipular assim a vida das pessoas.
As palavras de Maria o enfureceram no mesmo instante. Ela saiu da mesa
deixando apenas os dois frente a frente...
– Não fica bolado Luizin, essas coisas acontecem. Karina não é o tipo de
mina com quem valha a pena ter mais de uma transa!
– Essa merda toda é o de menos, não te quero perto da minha irmã.
Chacal sorriu.
– Achei que já havíamos passado dessa fase, a vida de ambos está em minhas
mãos, tá ligado? Nenhum dos dois está preso nessa casa, achou ruim pega o beco
e sai vazado.
Luíz ia sair da frente dele.
– Eu já falei com o Baratão e o André, essa noite você vai para o morro da
Babilônia com eles para buscar uns “bagulho”.
Karina chegou ao bordel muito triste a tantos anos como prostituta, jamais
tinha sido tratada com tanto carinho quanto Luíz, mas ela sabia que depois de
saber que estava ali apenas para prestar um serviço e ele jamais a procuraria
de novo.
– O que você tem periguete? – perguntou uma das garotas, chegando mais perto
da cama onde ela estava deitada.
– Caraca, eu entrei em uma tremenda furada!
– Fiquei sabendo que o Chacal vai te pagar uma nota pelo trampo da noite
passada.
– Fala sério amiga, se meu problema fosse grana eu não estaria assim. É que
eu não me senti bem ao sacanear o boy, ele pensou que eu estava dando porque
queria.
– Xiii mermã acho que tu ficou amarradona nele de verdade.
– Esquece isso, daqui a pouco eu vou dar uma moralzinha na arrumação da
casa. – Karina ainda ficou pensando em tudo por alguns segundos. mas
precisava trabalhar ajudando as outras meninas na limpeza do lugar que iria
abrir durante a noite.
Maria foi até o quarto do irmão, antes que ele saísse para trabalhar na
Fundação.
– Posso entrar no momento? – perguntou ela, olhando-o da porta.
– Cola aqui maninha, mas se for para falar sobre aquela cachorra da noite passada
eu dispenso, aprendi a lição e não deveria ter vacilado ao beber tanto e te
deixar nas mãos daquele imbecil. Chacal é velhaco ele queria me ver nas mãos do
palhaço (bêbado) para poder se aproveitar de ti. Só me fala se esse noiado se
atreveu a tentar e se isso aconteceu vai dar ruim para ele!
– Chacal é um bandido perigoso, mas eu não sou otária. Não aceitei nenhuma
bebida oferecida por ele e mesmo que tivesse tomado todas, jamais permitiria
que ele me tocasse.
– Tenho mais um servicinho sujo para ele essa noite, quero que quando isso
acontecer e eu tiver que sair...tranque a porta do seu quarto!
– Não sei mais por quanto tempo essa história irá se estender, mas
precisamos tentar fugir desse lugar de alguma forma. Os cães de guarda dele e
os traficantes não nos deixam nem sequer um segundo sem supervisão.
Maria Victória perguntou a ele, sobre o que fazia na Fundação...de onde que
eles saíram no dia do tiroteio.
– As famílias da comunidade são cadastradas para receber cestas básicas e
outros tipos de assistência.
– E de onde elas vêm?
– Certamente dos corres ilegais do Chacal.
Maria Victória
Mesmo que o dinheiro venha de algo que era ilegal, era importante para mim
saber que ao menos ele se preocupa com as pessoas da sua comunidade. Talvez nem
tudo dentro dele seja tão ruim, uma dúvida sobre o seu passado e sua família,
me ocorreu, nunca o ouvi falar sobre o seu passado ou quem são seus pais e não
há nenhuma foto ou vestígio da existência deles pela casa inteira. Talvez ele
seja órfão, isso explicaria o fato de não querer estabelecer vínculo algum com
alguém...possivelmente não tenha aprendido a amar ninguém nessa vida.
Deve ser difícil para ele ter tudo e tantas pessoas aos seus pés, mas não
ter o amor verdadeiro de nenhuma delas, bem dizem que dinheiro não traz
felicidade.
Luíz foi para a Fundação realizar o seu trabalho, passou em frente ao bordel
e pensou em Karina, ele estava muito magoado pelo que havia acontecido e não a
procuraria enquanto o orgulho estivesse tomando conta do seu coração.
Karina estava na laje para tomar sol com algumas das outras garotas.
– Lá vai o filézinho que passou a noite contigo! Hmmmm que delícia!
Ela se levantou da cadeira, mesmo toda lambuzada de óleo e foi vê-lo ainda
que de longe, era óbvio que ela havia ficado muito mexida com ele e gostaria
demasiadamente de ter a oportunidade de esclarecer, que ele não havia sido para
ela apenas mais um de seus clientes.
"Nem que fosse apenas para repetir a dose eu gostaria de vê-lo
novamente, somos tratadas todas as noites como verdadeiras cachorras, mas com
ele tudo foi tão diferente e único. Quem sabe um dia ele venha me ver."
Chacal mandou um dos “lekes” levar o dinheiro para ela no bordel, mas Karina
recusou prontamente e mandou que devolvesse o dinheiro na Fundação para que O
PRÓPRIO Luíz entregasse nas mãos de Chacal. O menino cumpriu o seu dever e
levou o dinheiro para ele.
– a Kaká não aceitou o pagamento pelo trampo da noite passada, mandou tu
devolver para o chefia!
Luíz ficou pensando na atitude dela ao recusar aquele dinheiro pelo trabalho
feito. Talvez, os dois fossem tão próximos que ela resolveria pagar ao Chacal
de outra forma.
Chacal tirou o dia livre e resolveu tomar banho em sua enorme piscina, do
andar de cima, Maria Victória o observava nas águas azuis. Seu corpo era forte
trabalhado às custas de muito treino na academia que tem em casa. Várias
tatuagens espalhadas por todo o seu corpo tornando-o ainda mais sexy, depois de
tanto tempo sem sexo e prazer Maria Victória o desejou naquele momento.
Lembrou-se dos beijos e toques que chegaram a trocar desde que ele
aprisionou e isso a fez fica molhada, deitou-se em sua cama e começou a tocar
todo o seu corpo fechando seus olhos e pensando e nas mãos dele, tocou seu sexo
e começou a gemer alucinadamente...até que chegou ao orgasmo chamando o nome
dele.
Chacal saiu de dentro da piscina e secou-se com uma toalha, atendeu algumas
ligações e resolveu problemas mesmo de longe. Voltou seu olhar para janela do
quarto dela mesmo que não esteja a vendo, ele se lembrou do passado e de como
sua vida mudou por causa do pai deles...
Cada vez que ele se lembrava de como as coisas haviam sido difíceis, isso o
dava ainda mais ganas de fazer a sua própria justiça contra Maria Victória e
Luíz herdeiros de todo o seu legado de sofrimento. Ele a quer e ele a terá de
qualquer forma.
Chacal
Nunca aceitei ordens de ninguém e não será aquela marrenta que irá ditar as
regras do meu xadrez.
Não estou mais disposto a esperar que ela caia na minha cama, seria a
vingança perfeita deitar-me com a filha do meu pior inimigo.
[...]
Ele tinha planos especiais para aquela noite e que não seriam nada bons para
Luíz.
Os capangas de Chacal souberam que os CAM planejavam algo grandioso, para se
vingarem da morte de seu líder e que Chacal e o morro do Éden não perdiam por
esperar.
Depois de se tocar pensando nele Maria Victória sentiu-se muito mal, como
poderia desejar alguém como ele? Temia ceder à tentação do próprio corpo e
entregar-se.
– Não posso permitir que ele me toque nunca mais, eu não sei do que seria
capaz!
Ela se atreveu a pedir para que um dos homens de confiança de Chacal, para
que buscasse algumas coisas de uso pessoal dela e do irmão, que haviam ficado
em sua casa. Ela não precisava mais temer que descobrissem onde eles moravam,
porque tudo isso eles já sabiam há muito tempo, o homem ficou pensativo e não
sabia se o chefe se agradaria de que ele aceitasse fazer isso por ela, mas a
forma como Maria Victória pediu, o fez aceitar e ele foi até lá.
Algumas horas depois, ele entregou a ela uma mochila com as coisas e ela
agradeceu a ele...
Levou aquelas coisas para o seu quarto e separou o que era de Luíz para
organizar tudo no armário quando ele chegasse. Havia um álbum de fotografias da
família e ela olhou para ele sentindo uma enorme saudade de quando tinha um lar
e estavam juntos.
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Atualizado até capítulo 60
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