Ao chegar na cidade, Júlia vai primeiro ao shopping comprar algumas peças de roupas e botas adequadas para o dia a dia na fazenda. Depois de lá, foi na farmácia e comprou antialérgico, vitamina C, repelentes e partilhas de gengibre para garganta. Ultimamente o tempo estava oscilando entre frio e calor, e para evitar um resfriado se abasteceu.
Depois que saiu da farmácia, decidiu andar pela cidade a pé, olhando as lojinhas. Depois que foi para França, tudo mudou nesse lugar, pessoas novas, a cidadezinha cresceu bastante nos últimos anos. Mas alguns mais antigos ficaram a olhando e cochichando quando Júlia passava.
Júlia - Olha, uma feirinha!
Ela avista na rua de cima a feirinha de frutas e variedades. Sobe toda aquela incansável pista que mais parecia um morro, adentrando e passando pelas banquinhas.
Vendedor - Laranjas bem docinhas para a doce jovem de preto.
Ela balança a cabeça e sorri, fazia tempo que não ouvia isso dos vendedores na feira, pois eles tinham uma maneira peculiar de anunciar seus produtos. Júlia vai até o final da rua de chão úmido pisando em algumas poças de lamas que foram formadas depois da fina chuva matinal de logo cedo, onde tinha por fim, a venda de galinhas, porcos, cabras, peixes e etc…
Comprou somente um guarda-chuva floral, por mais que não curtisse estampas muito chamativas, era o que tinha. Olhou a hora no relógio e já tava dando o horário de ir pegar as crianças na escola. Retorna todo o trajeto percorrido até seu carro, põe as coisas no porta malas e entra no veículo. Segue o GPS até o lugar indicado.
Estaciona e desce do carro, põe a bolsa no ombro e entra na escola, primeiro, foi pegar o Pedro, que era do outro lado. O menino estava sentado em um banco de cimento olhando para o chão, passando os pés na areia.
Júlia - Oi!
Ele tomou um susto quando ergueu a cabeça e viu Júlia sentada do seu lado de braços cruzados sorrindo e olhando para frente.
Pedro - Você que veio?
Perguntou alegremente se levantando e dando um abraço nela de surpresa, no qual não estava preparada para essa ação inusitada. Júlia ficou sem jeito e deu umas batidinhas com as mãos nas costas dele.
Júlia - E ae, curtiu a surpresa?
Pedro - Muito! Meu pai que mandou?
Júlia - Não!
Ele desmanchou um pouco o sorriso.
Júlia - Eu pedi permissão e ele concordou.
Pedro - Ele não liga muito para gente!
Ela franze a testa com o desabafo.
Júlia - De onde você tirou isso, menino?
Pedro - Ele tá namorando aquela mulher de ontem?
Ela engole seco.
Júlia - Eu... eu não sei!
Pedro - Não gostei dela, prefiro mil vezes você!
Júlia - Eu?
Pedro - Você é muito maneira e também.... e... muito bonita!
Júlia - Obrigada pelo elogio, você também é muito bonito! Olha, seu pai te ama muito, então deveria ser mais compreensivo. Ele viaja muito a trabalho para dar tudo do bom e do melhor para vocês.
Pedro - Mas...
Júlia - Tudo o que você precisa ou pede ele compra sem reclamar?
Pedro - Sim!
Júlia - Isso porque ele trabalha bastante para poder ter condições.
Pedro - Mas meu pai é rico! Vejo todos falarem.
Júlia - Ué, e você acha que o dinheiro cai do céu? Ele trabalha para ter dinheiro meu bem!
O menino sorri e senta-se novamente no banco.
Júlia - Você tem que dá uma chance para ele se aproximar de você, não ama o seu pai?
Pedro - Amo, e você?
Júlia - É... é o quê, menino?
Ele achou engraçado a reação dela ao responder.
Pedro - Nada não! (risos)
Júlia - Vamos levantar, temos que dar a volta e pegar a sua irmã!
Pedro - Vamos por aqui, é um atalho!
Ele puxou a mão dela e ambos adentraram o parquinho, caminharam mais um pouco e chegaram na parte do infantil.
Pedro - É naquela sala!
O menino apontou na direção, Júlia chegou na porta e a professora apareceu sorridente.
Professora - Olá, veio pegar a Sofia né?
Disse a mulher checando a imagem no tablet.
Júlia - Isso!
Professora - Tudo bem, Pedro?
Pedro - Tô!
Professora - Venha Sofia!
A menina estava brincando de massinha com outras crianças na mesinha, ao virar o corpo, nota a presença de Júlia e Pedro na porta, abre um sorriso e corre para o canto pegando sua mochila e colocando nas costas.
Professora - Até amanhã, Sofia.
Ela abraça a professora e pega na mão de Júlia.
Júlia - Até outro dia!
Professora - Até mais!
Eles caminham em direção ao carro.
Sofia estava se sentindo muito feliz com todo aquele acolhimento que Júlia proporcionou hoje. No fundo a menina estava fingindo que ela era a mãe deles, olhava para os lados com orgulho.
Pedro - Compra sorvete, Júlia?
Júlia - Aonde tem?
Sofia - Ali, olha!
Júlia - Vamos lá então!
Pedro - Vamos apostar uma corrida, quem chegar por último é mulher do padre.
Sofia - Eu, eu primeiro!
A garotinha mal abriu a boca e Pedro já partiu na frente.
Sofia - Não vale!
Júlia pega a menina nos braços e corre com ela, mas não deu tempo, Pedro já tinha chegado na sorveteria e estava pulando comemorando gloriosamente.
Pedro - Perderam! Uhuuuuuu...
Ele dá um pulo no ar erguendo um braço.
Sofia - Você roubou!
Júlia - Tá bom gente, vamos escolher os sabores.
Sofia - Quero chocolate!
Júlia - E você, Pedro?
Pedro - Também!
Júlia - Olá! Vou querer três casquinhas, duas de chocolate e uma de baunilha.
Vendedora - É pra já!
Cada um pegou suas casquinhas e Júlia pagou no caixa. Sentaram à mesa para tomarem sem fazerem muita sujeira. Posteriormente entraram no carro e pegaram caminho para a fazenda dos Noronhas. Júlia decidiu animar a viagem, ligou o som do carro bem alto conectando no celular dela.
🎵 Blue Tears - rockin with the radio.
Júlia - Vamos lá galerinha!
Ela começou a cantar bem alto, mexendo a cabeça e batendo os dedos e mãos no volante. As crianças estavam maravilhadas no banco de trás. Sofia balançava os bracinhos na cadeira e Pedro cutia demais, mesmo não sabendo a letra.
Chegaram pouco mais do meio dia, o som que saia do carro ecoava pela fazenda atraindo olhares dos funcionários. Júlia estaciona e as crianças desceram correndo, subiram as escadarias do casarão, jogaram as mochilas no sofá e subiram para tomar banho.
Júlia desceu logo depois e encostou as costas no carro, cruzando as pernas e os braços. Fica observando Eduardo mais a frente com os veterinários. Estavam examinando a égua prenha em frente aos estábulos, o que parecia o último trabalho de hoje dos profissionais. Ele por sua vez a nota e começa a trocar olhares disfarçadamente também, alternando entre dar atenção aos veterinários.
Ela sente uma corrente de ar frio bater no seu corpo e se curva, sai do lugar onde estava e abre o porta malas tirando as sacolas de compras, depois caminha em direção ao casarão de cabeça baixa. Eduardo leva a visão nela novamente até ela entrar na casa.
...
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Atualizado até capítulo 100
Comments
Simone Patzlaff
Ele foi um idiota julgou e condenou sem nem falar com ela e pra piorar as coisas ficou com a melhor amiga dela 😡😡
2024-04-20
1
Ana Maria
por favor autora esclarece as coisas entre eles
2024-04-05
0
Mercilene Almeida
Ele deveria descobrir a vdd
2024-03-24
0