A tarde estava terminando com nuvens cinzentas carregadas que se formavam no céu. Uma ventania que estava balançando freneticamente as árvores. Júlia saiu do casarão e avistou de longe as crianças correndo em direção ao campo livre onde estavam os cavalos.
Júlia - Ei, crianças? Voltem!
Nesse momento começa uma chuva, Júlia gritou e correu para alcançá-los. Emília também saiu da casa aflita procurando por eles. Sofia estava tentando subir na cerca para ver os cavalos, mas acabou pisando errado e caindo no barro molhado.
Pedro - Cuidado menina! Vamos?
Sofia - Para onde?
Ele a ajudou a se levantar e ambos correm para mais distante no meio de um temporal.
Júlia - Ei, seus moleques, voltem!
Ela começa a correr na chuva atrás deles, a princípio acha muito engraçado. Mas os dois acabaram indo para longe.
Júlia - Voltem aqui!
A chuva cada vez ganhava mais força. Depois de mais alguns minutos anoiteceu. Nesse momento Eduardo chegava com a Carina, estaciona o carro na frente da casa e descem correndo subindo os degraus rapidamente para o alpendre.
Carina - Nossa, essa chuva do nada! (risos)
Ele olha para ela e balança os cabelos tirando o excesso de água.
Eduardo - Vamos!
Ele segura na mão dela e entra na casa.
Emília - Senhor?
A babá entra logo em seguida distraída e toda encharcada, e toma um susto ao visualizar o patrão e convidada.
Emília - Patrão!
Exclamou o nome dele de olhos arregalados.
Eduardo - Sim, sou eu! O que aconteceu, porque está assim?
Emília - Eu... eu...
Ele fica esperando concluir a fala, mas sem sucesso.
Eduardo - Pegue uma toalha para a minha convidada! Vamos, vá! Tá muda garota?
Carina - Tudo bem com você moça?
Eduardo - Vou subir, chame meus filhos, já desço!
Ele já estava subindo as escadas, quando Emília conseguiu falar.
Emília - As crianças não estão em casa, senhor!
Ela soltou a frase rapidamente e fechou os olhos esperando a bronca que estava por vir logo em seguida. Eduardo para no meio da escada fitando a porta da sala, logo em seguida leva a visão para o corredor da ala dos quartos de hóspedes.
Eduardo - O que você disse?
Um trovão estronda emitindo um barulho alto.
Eduardo - Cadê a Júlia?
Ele já perguntou desconfiado que tinha dedo dela nisso tudo.
Emília - Acho que está com eles!
Irritado, segura forte o corrimão de madeira da escada e desce novamente os degraus em direção a porta.
Eduardo - Volto já!
Carina - Ok, precisa de ajuda?
Eduardo - Não, eu resolvo isso!
Ele abre a porta e sai. Carina olha para a babá que dá de ombros.
Emília - Vou pegar a toalha para senhora.
...
Júlia - Tá bom, vamos voltar!
Pedro - Porquê? É muito legal tomar banho de chuva.
Júlia - Tá chovendo muito, ainda mais com trovões.
Só então ele desce da árvore jogando umas mangas no chão. Mais uma vez barulho de trovão, Sofia grita assustada e começa a chorar.
Júlia - Vem aqui!
Ela pega a garotinha no braço, que a agarra forte, enterrando a cabeça na curvatura do ombro dela. Pedro coloca algumas mangas dentro da camisa.
Júlia - Tá bom Pedro, vamos!
O menino confirma com a cabeça e ambos retornam caminhando apressadamente pela estrada estreita de calçamento. Eduardo acabou dando a volta por todo o outro lado, não os encontrando. Resolveu retornar para casa para saber se já tinham chegado, a essas alturas, se encontrava furioso.
Eduardo - Chegaram?
Carina que estava sentada com metade do corpo coberto numa toalha na sala, se assustou quando a porta foi aberta bruscamente e Eduardo entrou todo encharcado, com uma expressão preocupada.
Emília ao ouvir a voz do patrão, se apressou com o chá e correu para a sala segurando uma bandeja, a cozinheira também se aproximou aflita com o sumiço das crianças.
Eduardo - Porra!
Ele bufou ao perceber que os filhos não haviam voltado.
Emília - Tome senhora, seu chá!
Carina - Obrigada!
Eduardo - Vou procurar pelo outro lado agora!
Carina - Quer que eu vá com você?
Eduardo - Não!
Ele já estava virando o corpo para abrir a porta quando os três entraram. Júlia com a pequena nos braços e o menino cheio de mangas dentro da camisa.
Eduardo - Posso saber onde vocês estavam?
Indagou com a voz alterada e visivelmente sem paciência. Júlia colocou a Sofia no chão e balançou os braços tirando um pouco da água.
Júlia - Fomos dar uma volta e acabamos nos perdendo.
Ela mentiu para ele não brigar com o Pedro que olhava para o pai e em seguida para a convidada com raiva.
Eduardo - Isso não é verdade, o Pedro sabe andar na fazenda muito melhor que eu.
Júlia - É sério, fomos colher mangas e começou a chover.
Eduardo olhava para os três sujos de lama, principalmente para Júlia, que passava as mãos nas roupas tirando a água. Os cabelos dela pingavam. Isso foi o suficiente para deixar ele louco, tentando afastar os pensamentos maliciosos a todo custo.
Eduardo - Ok, vão tomar um banho e vestir roupas secas. Depois desçam para jantar.
Ele desviou o olhar para o chão, depois para os filhos.
Emília - Vamos galerinha!
A babá pegou Sofia nos braços e subiu, já Pedro passou encarando Carina que engoliu seco a maneira que o menino a olhou.
Júlia - Bem, vou para o meu quarto, com licença!
Ela passou pelo casal e entrou no corredor. Ficou um clima constrangedor na sala, um silêncio que chegava a forçar os ouvidos.
Carina - Melhor eu ir embora!
Eduardo - Porquê? Vamos jantar, vou te apresentar meus filhos.
Carina - Eu te amo, Eduardo!
Ela soltou essa declaração nesse momento, e se aproximou dele o abraçando.
Carina - Deveríamos passar mais tempo juntos.
Eduardo - Mas eu não posso ficar mais tempo com você, tenho que dar atenção aos meus filhos também. Você sabe que viajo muito, mesmo assim ainda arranjo tempo de ir para sua casa.
Carina - Não acho um tempo justo, eu sinto muito a sua falta.
Eduardo - Eu estou fazendo o que posso, você disse que me entendia.
Carina - Ok, vou falar o que eu penso.
Ele franze a testa esperando.
Carina - Não está certo Eduardo, a tua ex morando na sua casa. Isso é completamente surreal. Porque ela está aqui? Eu estou tentando entender mas não consigo, sério!
Eduardo - Ela tá cumprindo um pedido da Sílvia, só isso! Daqui uns meses ela vai voltar para França.
Carina - Perdão, mas isso tá parecendo uma tentativa desesperada de te reconquistar. Tá na cara, só você que não enxerga!
Eduardo - Isso não é verdade!
Respondeu calmo, mas por dentro estava com raiva.
Eduardo - Parou de chover, vou trocar de roupa e te deixar em casa.
Ela segura o braço dele o fazendo parar e olhar nos olhos dela.
Carina - Não, vamos jantar!
Mesmo com ciúmes, Carina tentou ser compreensível com a situação e o beijou.
Carina - Vá trocar de roupa, quero conhecer as crianças.
Eduardo - Só um minuto!
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Atualizado até capítulo 100
Comments
Joelma Silveira
Eduardo é burro ao ponto de não ver que ela esta desfilando veneno, não queria ficar, tentou fingir que ia embora, só para ele ir junto com ela e deixar os filhos, como ele falou que ia levá-la para casa, rapidinho ela mudou perguntando se não iam jantar, até então não tinha falado sobre as crianças, mas agora diz que quer conhece-los. só sendo idiota
2024-04-04
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Ana Maria
burro manda essa carina ir embora
2024-04-04
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Eliane Vitorino
ela também podia contar a verdade para ele
2024-04-03
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