Júlia entrou na casa, e foi direto para o quarto onde estava dormindo. Se deitou na cama e ficou lembrando de fatos que aconteceu no passado. Não gostava de lembrar de certas coisas, mas sua vinda de volta a cidade acabou lhe trazendo nostalgia.
Lembranças da Júlia…
As duas amigas estavam saindo do colégio por volta das 17:00 horas, neste exato momento, Júlia toma um tremendo de um susto com o Eduardo parado mais à frente sentado na moto. Ela queria recuar e não seguir em frente, mas não teve outra escolha.
Sílvia - Olha, o Eduardo!
Júlia - Ah...
Sílvia - Qual o problema, vamos falar com ele! Fiquei sabendo que ele irá voltar para São Paulo, ele faz faculdade. Veio passar só as férias na fazenda do avô. Sabia disso? Júlia?
A garota estava distraída.
Sílvia - Você está me ouvindo?
Júlia - O quê?
A amiga apenas balança a cabeça.
Sílvia - Pena que não ficamos, será que eu não sou bonita o suficiente?
Júlia - É... Claro que é!
Sílvia - Infelizmente, né! Quem sabe nas próximas férias quando ele retornar.
Nesse momento, a mãe da Sílvia, dona Odete para com o carro buzinando.
Odete - Carona, meninas?
Sílvia abre o carro e entra.
- Sabe que ela prefere ir para casa andando, mamãe.
Júlia - É, vou andando!
Odete - Tá bom, cuidado!
A mulher buzina e sai com o carro. Júlia continua andando em direção onde Eduardo estava, ele se aproxima tentando beija-la, mas Júlia o puxa para um lugar mais calmo, atrás de um pé de mangueira.
Júlia - Não faça isso novamente na frente dos outros, se o meu pai sonhar que estou ficando com um garoto, ele me mata.
Eduardo - Não gosto de ficar com você as escondidas, não devemos nada a ninguém. Sabe disso!
Júlia - Mesmo assim, não quero magoar ninguém!
Ele segura o queixo dela.
Eduardo - Você me ama?
Júlia - Não sei, acho que sim!
Ele sorri e a puxa para um beijo.
Eduardo - Sabe que estou indo embora, né?
Júlia - Aham... Eu...
Eduardo - Vamos continuar nos falando por telefone.
Júlia - Eu...
Ele a olha esperando o que ela iria falar, mas ela acaba não conseguindo no primeiro momento.
Eduardo - Promete que vai se comportar e me esperar, sua danadinha?
Júlia - Prometo! (choro)
Ela o abraça forte.
Eduardo - Ei, porque está chorando?
Júlia - Vou sentir saudades!
Eduardo - Tem certeza que é só isso?
Ela limpa as lágrimas e confirma com a cabeça, mas não o olha nos olhos. O jovem casal continuam namorando embaixo da árvore por mais um bom tempo. Eduardo comprou sorvete para eles. No final, ela sobe na moto e ele a deixa de frente a casa dela.
Júlia - Obrigada pela carona.
Eduardo - Vem aqui, me dá um beijo!
Ele a puxa e os dois se beijam.
Júlia - Chega, boa viagem!
Eduardo - Ligo para você!
Júlia - Tá bom!
Ele vai embora e Júlia entra correndo em casa, joga a mochila no chão e abre a porta do banheiro, caindo de joelhos no piso, vomitando no vaso. Depois de quase meia hora ali expelindo o bile estomacal, ela senta no chão e começa a chorar desesperadamente.
Júlia - Meu pai vai me matar, meu Deus!
Nesse momento, ela escuta a porta da sala sendo aberta. Júlia se levanta meio tonta, dá descarga e lava o rosto pálido suado na pia.
Homem - Júlia, você está no banheiro? Precisamos conversar!
Júlia - Sim, pai! Espere um minuto!
Ele soca a porta de repente, que assusta a garota.
Homem - Eu disse agora!
A menina estava bastante trêmula, com muito medo. Abre a porta do banheiro e caminha até a sala dando de cara com o pai com uma expressão brava sentado no sofá, batendo os dedos das mãos no estofado.
Homem - Eu falei com a médica da cidade. O que você esqueceu é que ela era minha amiga, e não iria omitir essa informação para mim!
Júlia - Eu... eu posso explicar papai!
O homem tira um comprimido do bolso e levanta-se indo da direção da garota.
- Toma isso!
Júlia - O que é isso...
Ele nem deixou a filha completar a frase, apenas segurou o pescoço dela e apertou as bochechas a fazendo engolir sem água, sem nada. Júlia começa a tossir e chorar ao mesmo tempo.
Homem - Você vai morar na França com a sua tia!
Julia - Eu não...
Homem - Já está decidido e ponto final!
Ele deu a última palavra alterando a voz e sai da sala entrando no quarto batendo a porta.
Fim dos pensamentos da Júlia.
…
Emília - Senhora, senhora...
A babá chamava repetidamente dando batidinhas na porta.
Júlia - Oi, já estou indo!
Ela sai do transe e abre a porta.
Emília - Seu Eduardo pediu para chama-la para almoçar, ele já está na mesa com as crianças a esperando.
Júlia - Eu, eu não estou com fome!
Emília - Mas faz tempo que a senhora tomou o café da manhã.
Júlia - É que estou com muita dor de cabeça, tá latejando, mais tarde eu como.
Emília - Tem analgésicos no armário do banheiro.
Júlia - Ah, obrigada!
A babá retorna onde Eduardo estava com as crianças. Eles estavam sentados à mesa de cimento embaixo de uma árvore. Haviam as bandejas com comidas, suco, pratos e talheres.
Emília - Ela não vem almoçar agora, senhor!
Pedro - Porquê?
Emília - Está com dor de cabeça!
Eduardo - Então vamos almoçar, se não a comida vai acabar esfriando.
Pedro - Eu vou lá então!
Eduardo - Não! Você ouviu o que a Emília disse, ela não quer agora.
Pedro - Aff... Que saco!
Eduardo - De saco cheio estou eu, com essas suas birras desnecessárias. Porque você não consegue ser um menino feliz com o que tem? Está sempre com essa cara emburrada.
Sofia - Papai, tô com fome!
Nesse momento o celular dele começa a tocar, ele o tira do bolso e olha quem é, logo se levanta para atender em outro lugar.
Eduardo - Pode colocar o almoço deles, Emília. Volto já!
Pedro fica observando o pai se afastando falando ao telefone, e bufa de tédio.
Emília - Quer que eu coloque a comida no seu prato?
Pedro - Não Milia, eu mesmo coloco.
A menina leva uma colherada de estrogonofe na boca e sorrir.
Sofia - Hum... Delicioso!
Pedro não se controla ao ver a cara da irmã e começa a rir. Pega uma batatinha frita e come. Logo depois, Eduardo se junta a eles na mesa e almoçam em silêncio.
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Atualizado até capítulo 100
Comments
Joana Sena
Por isso ela foi embora, pq não falou pra ele? poxa 😢
2024-04-26
1
Simone Costa
Coitada, estava grávida e não podia contar com ninguém pra dar apoio
2024-04-23
0
Ana Maria
🙄🙄🙄🙄🙄🙄🙄🙄🙄🙄🙄🙄
2024-04-04
3