Por mais que Augusto a deixou à vontade para fazer compras, Emília não fazia idéia de como escolher, estava constrangida, pois suas roupas sempre foram compradas em brechós, e muitas vezes ganhava das vizinhas, pois a maioria das pessoas conheciam sua condição de pobreza. Nunca em sua vida, ousou entrar em lojas desse nível. Pensou em recusar, mas talvez ele não quisesse sair com ela, vestida com roupas simples. Então escolheu algumas peças, com ajuda da vendedora. Voltou até Augusto que olhou as roupas em sua mão, um pouco surpreso.
— Só vai levar isso?— ele perguntou intrigado.
Para Emília, três blusas, duas calças e dois vestidos eram mais que suficientes, e julgava ser muito.
— Está bom, senhor.— Emília respondeu.
A vendedora nada boba, viu na maneira de Augusto, que ele era um homem rico, então entrou na conversa.
— Posso vender uma das coleções da Primavera. Está linda, nem precisa provar, pois já vi seu manequim e sei que ficariam ótimas na senhorita!— A vendedora exclamou.
Emília ia abrir a boca para recusar, mas Augusto tomou a frente.
— Pode separar que vou levar.— ele afirmou.
A vendedora saiu sorridente, e Emília encarou Augusto atônita.
— Senhor, eu nem vou usar as roupas direito, logo vão estar apertadas, e vai perder seu dinheiro.— Emília falou preocupada.
— Não se preocupe, menina. Eu quero te dar, e a gravidez é apenas 9 meses, depois vai voltar a usar suas roupas. Considere um bônus, por sua adorável companhia. Além do mais, está morando comigo, é minha obrigação te dar o que precisa.— Augusto respondeu com um sorriso.
— Olha senhor, eu não sou acostumada com todo esse luxo, e sempre vivi de maneira simples. Pra mim, ter o básico é o suficiente. Não quero que gaste mais dinheiro comigo, eu não valho tanto.— Emília falou.
— Não diga isso, menina! Cadê a garota que disse que uma vida não tem preço? Pra mim, você vale muito mais do que todo meu dinheiro, Emília. Eu pagaria mais, muito mais, contando que tivesse a certeza que estaria feliz e protegida.— Augusto afirmou fitando os olhos dela profundamente.
Emília assentiu e sorriu, mas achava estranho, um homem ser tão gentil e, no entanto, precisar pagar por uma barriga de aluguel. Por várias vezes, Emília parava para observar Augusto e se perguntava se esse homem era real. Pois nem mesmo seu pai, nos melhores dias da sua vida, foi tão gentil com ela.
— Só não vou protestar, porque se vou andar contigo, preciso estar à sua altura, para não envergonha-lo.— Ela falou com um sorriso.
— Oh, querida! Acha mesmo que me envergonharia? Não importa como esteja vestida, sempre será uma honra ter você por companhia.— Augusto falou segurando a mão de Emília e deixando um beijo na mesma.
Saíram da loja cheios de sacolas, os seguranças que se viraram em carregar e levarem ao carro. A melhor parte para Emília, foi estar ao lado de Augusto, que de maneira tão atenciosa, observava as vitrines, seja de sapatos, ou vestidos, e dizia:"Ficariam ótimas em você!"
Emília também se encantou com atenção dele com as coisas de bebê, seja uma decoração de móveis, ou cortinas, às vezes roupinhas... Parecia até que já havia passado por isso, pois não parecia pai de primeira viagem.
Com toda certeza, estar ali com Augusto foi uma das melhores experiências da sua vida. Seu coração, já não pertencia mais a si mesma, os dias ao lado dele, recebendo todo carinho e gentileza, os olhos que a fitavam com uma intensidade sem igual, já haviam conquistado cada célula do seu ser. E tudo que ela queria nos dias que viriam, era desfrutar de cada segundo que podia da companhia desse homem inigualável.
Completamente apaixonada, era forma que Emília se encontrava, e foi assim que entrou na clínica. Embora tudo em uma consulta seja importante, nada supera o momento do ultrassom. E ali, podendo ver que tudo era real, o coraçãozinho bater tão frenético, Emília sentiu a realidade da vida ser gerada em seu ventre, e se já estava rendida ao sentimento por Augusto, naquele momento tudo se intensificou. Quando viu os olhos verdes marejados, os lábios desenharem o sorriso perfeito, as mãos grandes segurar as suas e entrelaçarem os dedos, Emília permitiu as lágrimas saírem emocionadas, e apertou a mão de Augusto na sua.
Olhando para Augusto, Emília pensava, não pode ser só um contrato!
Talvez fosse o meio que Deus os aproximou, mas suas vidas não podiam se resumir a um conjunto de papéis assinados. Ela sentia muito mais!
Seria sonhar demais, ousar imaginar que Augusto era mais do que aquela casca que insistia em mascarar? Seria sonhar demais, acreditar que toda aquelas gentilezas brotavam de um coração que amava?
Com o coração em conflito, ela saiu da consulta.
Quem ela era para se apaixonar por Augusto?
O que tinha a oferecer ao homem que possuía tudo?
Divagando em seus próprios pensamentos, Emília olhava os carros passarem por ela, e sentia que Augusto a observava, pois seu corpo era capaz de reagir somente com aqueles olhos.
Emília desceu a mão ao ventre, e então pensou na única coisa que podia oferecer para Augusto, um filho, qualquer uma poderia dar. Mas e o amor? O amor sublime, aquele sentimento que arrebata e faz tudo parecer colorido como arco-íris?
Isso ela podia dar, com toda certeza de seu coração.
Ela olhou para Augusto e sorriu. Mesmo que para ele não passasse de um contrato, ela não ia permitir que fosse o mesmo para si, então escolhia amá-lo, assim como já amava a vida dentro de si. E sabia que não seria difícil, pois cada suspiro, cada sorriso, e cada batida de seu coração já pertencia à Augusto.
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Atualizado até capítulo 91
Comments
Tânia Principe Dos Santos
que lindo. amei as lindas palavras
será que Emília contará a Augusto que o ama ou só o provará diariamente?
2025-02-26
3
Fátima Ramos
Muito lindo o amor que estão a sentir um pelo outro, mas não se atrevem a demonstrá-lo, a autora podia era ter dado menos diferença de idade entre eles
2025-03-30
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Rosiane Rocha
ela precisa falar para ele
2024-10-28
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