Os olhos verdes de Augusto, atraíam Emília a todo instante. Ver o brilho do sorriso que desenhou aquele rosto sério, ao ver a luta pela vida, e existência. Foi de derreter o coração de Emília.
Sentia em cada gesto, e expressão de Augusto, uma alma que carregava dores, talvez mais sérias que as dela, mas faria da missão da sua vida, tornar os dias daquele homem gentil e generoso, melhores e cheio de cores.
Saindo da clínica, Augusto lhe ofereceu o braço, que ela gentilmente aceitou, e com um sorriso o acompanhou até o carro. Quando já estava a caminho do hotel, colocou a mão na barriga, e pensou no que estaria acontecendo lá dentro. A luta pela vida ainda acontecia?
Deus permitiria a existência de uma nova vida em meio ao caos e circunstâncias que os fizeram chegar a esse momento?
Tantas dúvidas...
Observou Augusto de soslaio, ele olhava através do vidro, e era sutil, mas podia ver um sorriso naqueles lábios.
Emília suspirou, para ela, não existia homem tão lindo quanto Augusto. Bastou esses dias em sua companhia, para descobrir um homem tão gentil e atencioso, que despertava nela sentimentos diferentes, e não era só a gratidão que carregava, tinha algo novo e desconhecido em seu coração, mas ainda não sabia identificar.
Voltar para o hotel, só foi para pegar suas malas. Saíram do hotel em Lisboa e no aeroporto, Emília partia para uma nova fase em sua vida.
— Não quero parecer inconveniente, mas onde mora?— Emília perguntou curiosa.
—Viana do Castelo.— Augusto respondeu entregando as malas aos seguranças.
— É muito longe?
— 385 km.
— É perto para viajar de avião, não acha?— Emília ponderou.
— Sim. Mas o avião é meu, então acho que não tem problema eu fazer pequenas viagens. É mais rápido e confortável.— Augusto respondeu com um sorriso.
Emília assentiu e encolheu os ombros, ainda não se acostumara com a vida luxuosa de Augusto. Caminhou ao lado dele até chegar num jato de luxo. A escada estava posta, Augusto estendeu a mão, dando passagem para ela subir primeiro. Quando estava dentro do avião, ficou impressionada. Os bancos largos de couro branco, nada parecia com o avião que veio do Brasil. Era espaçoso e parecia uma sala de estar de uma casa. Com "mesa" de centro e tudo mais.
Ela entrou devagar, parecia que se tocasse em qualquer coisa ali, estragaria o encanto. Ficar no hotel, como hóspede, e não camareira, já havia sido um tanto estranho. Na verdade, tudo que fazia com Augusto era surpreendente e novo. Restaurantes com estrelas Michelin, clínicas equipadas e requintadas... era um mundo novo para Emília, totalmente diferente do seu cantinho no interior do Paraná no Brasil.
Escolheu uma das poltronas, que era mais confortável do que aparentava. Observou Augusto entrar, sentar no seu lado esquerdo, e começar a mexer no celular. Ela o olhava, não retirava aquela máscara por nada, não sabia a história por trás daquela cicatriz, mas tudo indicava mais profundo, do que aparentava por fora. Distraída, ela nem colocou o cinto de segurança, e nem notou que foi pedido pela aeromoça.
— É melhor colocar o cinto.— Augusto a lembrou.
Ela assentiu e tentou colocar, mas acabou se embaraçando toda. Augusto se levantou e, pacientemente, passou o cinto pela cintura de Emília e a prendeu.
Emília prendeu o fôlego, a aproximação a deixou paralisada na poltrona, a fragrância amadeirada e masculina, que vinha apreciando nos últimos dias, se intensificou em seus sentidos, e aquelas mãos grandes e fortes, testando se o cinto estava bem preso, fez seu coração acelerar e uma sensação de muitas borboletas no estômago.
— Está confortável?— ele perguntou com o rosto próximo de Emília.
O hálito fresco de menta e quente, soprou em seu rosto, foi tomada por uma sensação estranha e excitante. Por alguma razão, gostava da aproximação de Augusto, e além do carinho que lhe tinha, um sentimento diferente acendia em seu ser, como uma pequena chama de fogo.
Os olhos verdes a encaravam esperando uma resposta, mas Emília estava hipnotizada, sem ar, impossibilitada de falar.
— Está tudo bem, senhorita?— Augusto perguntou intrigado.
Emília voltou em si, e soltou o ar que prendia bem devagar.
— Tudo bem.— ela respondeu com um sorriso.
— Ótimo! O vôo dura menos de uma hora. Tenta descansar.— Augusto falou voltando a sua poltrona.
Emília olhou pela janela, e observou a decolagem do jato. Pensou na sua tia, quando a veria de novo?
Só Deus sabia o que seria da sua tia, e mesmo com o coração apertado por deixá-la sozinha naquele hospital, nada podia fazer, a não ser incluí-la em suas preces.
Com a vista coberta por nuvens brancas, ela reclinou a cabeça na poltrona e adormeceu. Acordou, com Augusto a chamando. Se levantou atordoada, e desceu acompanhada de Augusto. Um carro os esperavam, e o motorista era um senhor de cabelos brancos e sorriso largo. Que cumprimentou Augusto com afeto, e logo olhou Emília ao seu lado.
— E a senhorita é...?
— Emília. Vamos?— Augusto respondeu e mudou o assunto.
Emília cumprimentou o senhor e entrou no carro, na expectativa do que viria a seguir.
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Atualizado até capítulo 91
Comments
Rosangelabarbosadearaujosilva
e a tia dela? tadinha ficou só? n entendi
2023-10-05
149
Tânia Principe Dos Santos
para quem foi estuprada e violentada recentemente, Emília não Monstra marcas com Augusto. confia nele
2025-02-26
1
Silvia Moraes
Que seja um ambiente caloroso para onde ela vai.
2025-03-21
0