*Augusto Coimbra da Gama, 44 anos*
Como de costume, uma vez no mês, geralmente no final, Augusto visitava a capital de seu país e participava de algumas reuniões de negócios sobre os 53 hotéis espalhados pela Europa. Era apenas o segundo dia de reunião, e já se sentia exausto metalmente. Nessa altura da sua vida, não suportava mais cidades grandes, e o que antes era sua paixão, crescer, expandir, lucrar, hoje parecia totalmente tedioso e indiferente.
Do que lhe adiantava toda riqueza que adquiriu?
Lembrava quando tudo que sua avó deixou aos seus cuidados, era apenas esse hotel em Lisboa. Mas com entusiasmo e muito trabalho fez tudo crescer rapidamente, pensando que teria filhos e família que pudesse se orgulhar e herdar mais tarde.
Um suspiro longo e fundo saiu de Augusto, a vida nunca deixou de ser triste e amarga para si. Tinha tudo, mas não tinha nada, e a culpa era dele mesmo, sabia disso. Após a trágica morte de sua esposa, não deu lugar a nenhum outro sentimento em seu coração, foram vinte anos de completa solidão. E as mulheres não suportavam olhar seu rosto, pois a cicatriz de queimadura, que nunca fez questão de amenizar com cirurgia plástica, faziam as mulheres sentirem repulsa. Mas não se importava, não queria nenhuma mulher interesseira em sua vida.
Um gole em um dos seus vinhos do Porto favorito, e ouviu alguns barulhos que pareciam vir do quarto ao lado. Não deu atenção, tomou outro gole, mas o barulho começou a incomodá-lo, pois sabia que os quartos ali eram à prova de som, e ouvir esses barulhos era um tanto inesperado.
Poderia estar ouvindo coisas, mas ouviu um grito feminino?
Seu ouvido sensível, não poderia estar errado. Mesmo indo contra sua vontade, nunca foi de se preocupar com a vida alheia, Augusto saiu do quarto e bateu na porta ao lado, de onde vinha os sons estranhos. Reparou que um carrinho de camareira estava na porta. Para sua surpresa, houve um silêncio preocupante no quarto, e não obteve nenhuma resposta.
Voltou ao quarto. De repente era uma casal, ou até um rico com garotas de programas, tendo seus fetiches insanos.
Mas, e o carrinho?
Isso o incomodava...
Tentava camuflar um sentimento estranho que estava dentro de si, como se fosse um alerta. Sem conter esse instinto, que por uma razão desconhecida tomou conta de seu ser, ele ligou para seu gerente, e perguntou pelo quarto ao lado.
Augusto era um CEO desconhecido pelos funcionários, o único a saber que era o dono do hotel, Marcos, seu gerente de confiança.
A resposta de Marcos, fez o alerta de perigo intensificar em Augusto. Três homens brasileiros?
A única coisa que passou pela sua cabeça foi a moça doce e angelical que vira ontem. Estaria ela com problemas?
Sem pensar duas vezes, pediu que Marcos viesse com a chave mestre, para entrar naquele quarto. Quando Marcos chegou, ficou junto dele, esperando uma resposta do quarto ao lado.
— Da gerência!— Marcos chamou várias vezes.
Sem respostas, o gerente abriu a porta. Entraram devagar, e observaram um homem "dormindo" no sofá, e outro na cama. Augusto olhou para aquela cena, estava sendo invasivo, sabia disso, mas algo não batia naquele quarto. Seria um casal de gays? Mas estavam separados. Porque não dormindo juntos?
Que sono era aquele que pancadas na porta não o acordaram?
Não eram três? Porque só estava vendo dois?
— Está tudo bem senhores?— Marcos perguntou.
Os dois "acordaram" simultaneamente.
— Mais que porrä é essa?— o do sofá xingou.
O da cama, parecia mais calmo, se sentou com uma ruguinha de interrogação na testa.
— O hóspede ao lado ouviu barulhos. Não atenderam a porta, fiquei preocupado. Está tudo bem por aqui?— Marcos indagou.
— Tudo bem. Acho que seu hóspede está ouvindo demais. Os quartos não são à prova de som?— o homem da cama respondeu levantando a sobrancelha.
Augusto sentia o cheiro da mentira no ar, o quarto estava superficialmente arrumado, conhecia cada móvel ali, e podia dizer que estava alguns fora do lugar. Enquanto Marcos tentava se explicar para o homem, pedindo desculpas, Augusto observou a porta do banheiro fechada, e podia jurar que ouviu barulhos lá de dentro.
— Tem alguém no banheiro?— Augusto perguntou.
— Um colega meu, porque?— o cara do sofá respondeu enfezado.
— Porque tem um carrinho de camareira no corredor?— Augusto perguntou.
Um riso diabólico e nervoso saiu da boca do homem que fingia dormir na cama.
— O que eu tenho á ver com as camareiras?
Nesse ponto o homem se levantou da cama, e olhou para Augusto com ódio.
— Saiam do meu quarto! Agora!— o homem gritou.
Aquele grito soou desesperador para Augusto. Tinha algo errado naquele quarto, tinha certeza disso!
Sem esperar permissão, andou a passos ligeiros até o banheiro, mas o homem do sofá, se levantando, o impediu de entrar no banheiro. A essas horas, Augusto nem quis saber sobre privacidade, meteu um soco certeiro na cara do homem e foi para porta, que estava trancada. Suas suspeitas estavam certas! Tinha algo errado naquele banheiro.
Se preparou para um chute, mas o desgraçado do homem, acertou um soco em seu rosto, fazendo a máscara voar longe, e a expressão do homem mudar imediatamente. Augusto aproveitou o rosto pasmado, avançou no cara, e após uns minutos de luta, deixou o cara desmaiado no chão.
— Chame os seguranças, Marcos!— Augusto exigiu.
E sem perder tempo, chutou a porta várias vezes, até que veio ao chão. Mesmo sendo um homem vivido, que havia sofrido e visto muitas coisas, nada o preparou para aquela cena. A camareira brasileira, estava amordaçada e presa pelos punhos, encolhida num canto, com o uniforme do hotel rasgado e cheio de sangue. A bagunça do banheiro lembrava um filme de terror. A janela estava aberta, se tivesse um desgraçado ali, certamente havia fugido pela sacada.
— Eu não vou te machucar. Quero te ajudar, Emília.— Augusto se aproximou devagar.
Ele puxou um roupão do hotel, e se agachando de frente à moça, com delicadeza retirou a mordaça, e logo a gravata que prendia suas mãos. A envolveu com o roupão, sem olhar seu corpo nu. Com sua ajuda, a garota se levantou, os olhos estavam aterrorizados, e o corpo tremia sem parar.
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Atualizado até capítulo 91
Comments
Marcelo Creta games RN j.m
Coitada da Emília é só sofrimento , espero que Augusto tire ela desse hotel e der um emprego a ela
2025-03-11
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Eva Meireles
feio q dói kkkkkkkkkkk vou imaginar outro
2025-03-18
1
Solange Maria Martins
que nem posso chama de animais sao psicopata esses verme
2025-03-16
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