Com os olhos fechados, Augusto tentava esquecer tudo o que o perturbava a paz, e como num passe de mágica, a voz de Emília foi o guiando aos sons do mar, algumas aves marítimas cantando... impressionante!
Ela segurava sua mão, o puxando até o parapeito, e milagrosamente, mesmo abrindo os olhos, tudo que vivenciava era o esplendor da natureza, mesclado ao doce som da voz de Emília.
Como foi que deixou de viver tudo isso?
Quantas coisas estava perdendo da vida, e não se deu conta?
Tocou no parapeito e se permitiu olhar o mar, até a vista perder no horizonte. Sentiu os raios solares esquentarem sua pele, e um sorriso espontâneo surgiu em seu rosto.
— É lindo, não é?— Emília falou com um sorriso, sem tirar os olhos do mar.
Augusto desviou os olhos do mar, e encarou Emília ao seu lado, ali estava uma beleza que superava a obra-prima da natureza, sem querer desmerecer, pois dava valor a beleza natural e selvagem, mas Emília, para ele, havia sido especialmente desenhada por Deus.
Como ela fazia aquilo?
Emília conseguia de maneira simples e inesperada, fazer dele um homem diferente do que vinha sendo nos últimos anos. Encarando aquela garota, Augusto se viu exatamente onde mais temia estar, e para completar, aquilo que evitou durante vinte anos, estava acontecendo diante de seus olhos, estava no caminho de se apaixonar novamente.
Ele piscou várias vezes, não queria machucar seu coração outra vez, não podia deixar se envolver, para depois ver ela ir da sua vida...
— Acho que já deve ter dado o tempo, senhor.— Emília falou.
Augusto assentiu, saindo dos seus pensamentos. Ela caminhou até o banheiro e voltou com o teste na mão. Um sorriso lindo enfeitava seu rosto. Se aproximou, e aceitou o teste que ela ofereceu.
Um belo positivo!
Augusto sorriu largo, e por alguns segundos esqueceu que tudo não passava de um contrato. Emília abraçou Augusto abruptamente, que emocionado pelo momento, correspondeu, a envolvendo carinhosamente. Não queria sair daquele abraço nunca mais. Estava perdido no aconchego e calor da Emília, a gravidez só faria ele se aproximar mais dela. Quando quis uma barriga de aluguel, de longe imaginou que seria assim. Imaginava uma mulher mesquinha e sem coração, fazendo tudo por obrigação, apenas cumprindo regras, para receber dinheiro. Mas Emília era oposto do que imaginava, ela não teria um centavo do dinheiro do contrato, e ainda assim, sentia o coração dela vibrar junto ao seu. Ela estava tão feliz quanto ele, e não era por dinheiro, mas por ter um filho, por conceber uma vida.
Suspirou profundamente, deixou um beijo demorado no topo da cabeça de Emília, e aproveitou para inspirar o perfume dela. Seria sonhar alto demais, desejar que Emília se apaixonasse por ele?
Lá estava ele, criando expectativas, para depois acabar frustrado e sem amor.
Mas como evitar que o coração não reagisse a tudo que Emília representava?
Como se pudesse ouvir o coração dele pulsar por ela, sentiu os braços de Emília intensificar o abraço, deixando tudo tão caloroso e cheio de sentimentos confusos.
"Emília... o que faço contigo? Eu posso te amar, menina? Não vai me decepcionar no final?"
Augusto fechou os olhos, e tudo que pediu aos céus, foi uma gravidez e criança saudável. Desejar ter a mãe de seu filho junto, para ele era pedir demais para Deus, pois a garota era perfeita aos seus olhos.
— Obrigado, Emília. Vou marcar seu pré natal, e terá todo apoio profissional que precisar. Já tomou café?— ele falou.
Bastou ela afrouxar o abraço e se afastar lentamente, para Augusto sentir o quanto sentiria falta daquilo.
— Ainda não...— ela respondeu tímida.
— Então vamos. Te acompanho.
Estendeu o braço, Emília se enlaçou nele, e então seguiram para cozinha.
— Laura, pode arrumar a mesa no terraço? Quero aproveitar a manhã.— ele pediu.
Laura o olhou admirada, e ele entendia aquele olhar, mas tentou ignorar.
— Sim senhor. Com prazer!— Laura respondeu com um sorriso.
Augusto assentiu, e levou Emília, ainda em seus braços, até o terraço. Puxou a cadeira para ela, que graciosamente agradeceu e sentou. O terraço era lugar que Augusto não usava mais, desde a morte de sua esposa, Emília podia não saber, mas para Augusto havia sido dado um grande passo. Mal ele se sentou, Emília levantou apressada, caminhou até um canto, e agachando pegou uma "rola-do-mar" nas mãos.
— Oh, está ferida? Não se preocupe, vou cuidar de você.— ela conversou com a ave.
Ela se aproximou, e Augusto viu de perto a ave branca, com mesclas pretas e marrons. Os olhinhos assustados, tentava se mexer, mas a asa estava machucada.
Laura já trazia as coisas para mesa, observava Emília com o pássaro e sorria. Ela sentou na cadeira, pegou uma torrada e deu a ave, que hesitou no começo, mas logo começou a bicar e comer.
Augusto olhava aquela cena, e só podia admirar. Esses pequenos gestos de Emília, era mais uma atitude que confirmava as virtudes do coração generoso daquela menina. Sentia em seu coração, que ela seria uma ótima mãe, e doeu em seu coração tê-la submetido aquele contrato.
Mas como cancelar o contrato?
Ele havia pago o preço, embora tenha pago mais por ela, do que por si mesmo, haviam assinado um acordo, e agora ela estava grávida. Se por um lado sentia por ela, por outro lado, estava feliz, pois como poderia desfrutar da companhia daquela menina, se não fosse por um preço?
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Atualizado até capítulo 91
Comments
Deise Fachi
Que história de amor linda está se desenvolvendo estou amando e ela com certeza já está apaixonada por ele mas tbm né o homem é pura gentileza jesuis até eu me apaixonaria ele é demais e ela uma fofa né agora não vou negar q estou muito ansiosa por um hot deles ahhh se tô
2023-04-24
270
Ana Shirly Amorim Lima
parabéns minha querida Autora do meu coração ❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️ cada capítulo uma linda surpresa adorando tudo
2025-03-18
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Silvia Moraes
Poderia ser gemelar essa gravidez autora
2025-03-22
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