Entramos no carro, partimos em direção à capital. Eu que cheguei com poucas roupas naquela casa, acabei voltando só com uma camisola de hospital. Que por sorte, não era aberta nas costas. Não vou mentir que eu só vim reparar nisso depois, também acabei notando que eu destruí um vestido do valor de um carro na primeira vez que vesti.
— Magnus, o que você realmente pretende fazer? — Perguntei. Magnus estava o caminho inteiro muito calado.
— Descobri porque estão tão interessados com minha morte. Algo me parece muito errado. Aliás, repete novamente, Matheus se aproximou de você argumentando o quê? — Magnus questionou em um tom pacífico.
— Estava bêbado, me confundiu com sua irmã. Depois que notou que eu não era, me pediu uma dança. Disse que estava sofrendo com o luto. — Respondi.
— A irmã dele morreu no mesmo acidente que Cristina morreu. Faz bastante tempo. E pensando bem, não é mentira o fato que você parece bastante com ela. Embora ache impossível conseguir confundir vocês duas, mesmo bêbado — Magnus explicou. Então quer dizer que a irmã de Matheus está envolvida no acidente?
— Você parece diferente. — Me pergunto se o fogo acabou atingindo a noção dele e ativando ela.
— Quando chegar na mansão eu te explico. — Magnus disse. Não falei mais nada.
O caminho todo passou rápido. Me perguntava o que ele iria me dizer sobre sua mudança repentina de personalidade. Será que ver a vida passar pelos seus olhos mudou ele? Duvido muito. Finalmente chegamos na mansão. Assim que descemos do táxi, havia uma fila de funcionários, fazendo um túnel de lado a outro, na entrada da mansão, que, aliás, era ridiculamente enorme.
— Seja bem-vindo, Senhor Magnus. Seu irmão nos informou do seu retorno. Estamos felizes com sua chegada. — Uma senhorinha por volta dos seus 60 anos falou.
— Agradeço. Quero ver a lista de gastos. Estava sob controle do meu irmão, certo? Ah. Essa que me acompanha é minha noiva, Rafaela. Espero que possam auxiliar nela no que for necessário. Agora, podem voltar aos seus trabalhos. Benta, eu espero o caderno no meu quarto. — Magnus disse. Todo os funcionários acenaram e dispensaram.
— Noiva? Você aspirou quanto à fumaça? — Questionei depois que todos se foram.
— Preciso que seja minha parceira. Se Anderson não está feliz com você, então acho que eu posso confiar. Sabe aquela... seja amigo dos inimigos dos seus inimigos?— Magnus respondeu se direcionando para a porta.
— Sabe que não faz qualquer sentido o que você está dizendo. E como entrar como sua noiva faz algum sentido nisso? — Questionei.
— Simples. Você precisa de poder para conseguir se libertar das garras dele. E eu preciso de uma noiva para ter a desculpa de não ser preso em um noivado real desnecessário. Nada vai mudar entre nós. Só não precisa mais agir como minha cuidadora. Faça o que quiser, só lembre que é minha noiva em público, mas não fale ao meu irmão nosso combinado. Talvez ele ainda pense que você está do lado dele, podemos conseguir alguma informa por ai. — Magnus explicou, mas não fazia sentido algum.
— Quer dizer que você vai me transformar em uma x9? Isso vai acabar mal para mim, tenho cereza. Você realmente não pensa em casar? — Estava tão confusa com toda essa conversa. Que tentava compreender o que ele estava pensando. Podia do me deixar como sua cuidadora.
— Não, meu coração se foi no dia daquele acidente. Não quero iludir ninguém. A ferida que eu tenho me consome, não posso deixar outra pessoa se machucar. — Magnus respondeu quando entravamos no quarto.
Não sei exatamente o que ele estava fazendo, mas acendeu algo no celular e rodou o quarto inteiro. Encontrou algumas coisinhas pequenas e quebrou todas.
— Sabe que posso continuar como sua cuidadora e nada mudar. Anderson vai continuar achando que estou do lado dele, mesmo suspeitando de mim. O que muda se eu me tornar sua noiva falsa? E o que diabos você está fazendo? — Questionei.
— Temos traidores na casa. Não sei exatamente quem é, mas acredito que meu irmão tenha entrado em contato com quem seja. Já que apenas ele sabia que estávamos vindo para cá. Então mandou que fossem colocados câmeras e microfones por todo o quarto. O que será que ele está tramando? — Magnus parecia bastante focado em seu irmão.
— Porque seu irmão tem tanta raiva assim de você. Sou filha única, não sei muito sobre isso, mas pensei que irmãos cuidassem um do outro. — Parecia estranho esse ódio absurdo.
— Não faço ideia, os seres humanos são bem complexos. Espero descobrir antes que ele consiga acabar comigo. — Magnus respondeu olhando para uma foto de uma mulher lindíssima que estava na parede. Ela tinha longos cabelos pretos, batiam na cintura, todo cacheado, era tão branco que parecia a neve. A mulher era completamente deslumbrante.
— Quem é ela? — perguntei.
— Pode tirar esse quadro daí, por favor? — Magnus me pediu.
— Ele é tão bonito, porque você não deixa? — Mas ao olhar para Magnus estava em seu semblante como doía olhar aquela foto, não esperei nem resposta, apenas tirei.
— Não estou preparado para lidar de frente com ela. Além do mais, você terá que dormir nesse quarto comigo, claro, que não na mesma cama, você pode dormir no sofá-cama. E não quero sentir que estou traindo ela. — Magnus explicou. Acho que ele é definitivamente apaixonado por sua esposa até hoje. Isso não tem como questionar.
— Porque mesmo que preciso dormir aqui? — Perguntei.
— Você é minha noiva. Seria estranho nessa idade eu dormir separado. — Magnus argumentou.
— Mas na minha idade, parece super normal, eu tenho apenas 19 anos. Não tenho ... — Como vou explicar a ele que nunca tive um namorado. Minha vida era reduzida a trabalhar e estudar. Não tinha tempo para essas coisas. Só vim ter amigas quando comecei a trabalhar.
— Você quer dizer que ainda é virgem? — Magnus perguntou extremamente surpreso.
— É pecado por acaso? — Questionei já irritada.
— Não, só é bem raro. Você é um espécime que merece ser estudado pela ciência. Tudo bem, se você acha assim mais confortável, vou pedir que organizem o quarto ao lado do meu para você. Aliás, acho que não vai rolar você ficar desfilando de roupa de hospital, vou pedir para alguém resolver esse probleminha. — Magnus parecia olhar para longe, não para mim.
— Magnus, você ainda não me respondeu, qual foi dessa mudança repentina? — Insisti. Não fazia sentido. Um homem grosso se transformou em alguém normal? Que até sabe dialogar. Sua forma de falar, agir, tudo está diferente. O que aconteceu?
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Atualizado até capítulo 108
Comments
Euridice Neta
Creio que ele quer saber porque o irmão quer acabar com a vida dele...
2025-02-10
0
Erlete Rodrigues
é está interessante agora
2024-09-17
1
Nil
Estou começando a gostar da narração, até agora tava chata. Sem muito sentido fora a impressão que já havia lido está mesma estória.
2024-06-02
0