Magnus olhava pela janela com uma tristeza imensa. O tom do seu voz era irreconhecível. Se antes ele estava quebrado, agora está destruído até o pó. Parecia que nada mais existia. Me deu um calafrios enorme.
— Magnus, você não se importa mais com sua vida. Já é a terceira vez que eu te salvo. Você não tem mais qualquer direito sobre sua própria vida. Agora ela é minha. Só poderá morrer quando eu quiser. Está entendendo? Nunca mais quero ter que salvar sua vida. Eu quase morri dessa vez, se você não valoriza a sua vida, ao menos valorize a dos outros. — Na verdade, eu estava com medo. Sabia que assim como o médico disse, cada vez Magnus ficava um passo mais perto de conseguir tirar sua própria vida.
— Rafaela, quem te mandou para cuidar de mim? — Magnus virou me olhando sério.
— Anderson, seu irmão. — Respondi surpresa com a pergunta.
— Ele fingiu que não te conhecia na festa e você também. — Magnus parecia atento as minhas reações.
— Na verdade, demorei um pouco para reconhecer ele. Só o vi uma vez e bem rápido. — Expliquei.
— Então, vou mudar a pergunta, claramente você não tem nenhum conhecimento de cuidador e muito menos de doméstica, porque você foi enviada para cuidar de mim se não tinha nenhuma qualificação útil para isso. — Magnus perguntou olhando nos meus olhos. — Se você não é nada do que eu penso, se estou olhando para você com o ódio que acumulou em mim, então me diz, quem você é e o que você quer.
Não sabia o que responder, será que seria complicado para mim se ele soubesse? Eu poderia me meter em problemas, certo? Mesmo assim, algo estava mesmo errado, colocará fogo na casa dele. Alguém que matar ele ou fazer com que o mesmo faça isso. Anderson não gostou do fato de eu ter matado ele. Talvez ele seja o culpado? Não, improvável, que tipo de pessoa faria isso com o irmão.
— Você não pode me falar ou não quer? — Magnus se aproximava de mim.
— Se eu te contar, posso colocar minha mãe em risco, não posso deixar que isso aconteça, mas posso dizer que não estão querendo cuidar de você. Pensei que era sua cuidadora, mas queriam algo diferente de mim. Apenas tome cuidado com sua família. É só o que eu posso te dizer sem acabar comprometendo a segunda da minha. — Não queria deixar ele no escuro, mas também não poderia colocar a minha mãe em risco. Se eu estiver certa, o irmão dele quer ele morto.
— Meu irmão está ameaçando a sua mãe? — Magnus perguntou surpreso.
— Podemos não falar sobre mim? Apenas quis deixar o alerta. E peço que não tente fazer nada e finja que não sabe. E o que você pretende fazer da sua vida? Ficará mesmo na capital? — Tenho que admitir que era estranho ter uma conversa civilizada com Magnus. Parecia até um sonho.
— Se meu irmão estiver por trás disso tudo, sei exatamente o que ele queria, queimando a casa. O que não sei é porque ele não tentou me matar diretamente. — Magnus se questionou. Na mesma hora o irmão dele entrou no quarto.
— Me disseram que você havia acordado. Também que já colocou as enfermeiras para correm. Aliás, sua belíssima namorada é sua cuidadora. Quanta carência. Está pagando bem a ela? — Anderson brincou, mas na verdade, parecia tudo, menos uma brincadeira.
— Se eu tiver pagando, acho que não é da sua conta. O dinheiro é meu e eu faço o que quiser com ele. Se meu dinheiro banca você e a família toda, porque não posso bancar minhas próprias vontades? Meus luxos. Acho que não tenho qualquer motivo para justificar meus gastos, diferente de você. Aliás, esvazie a casa. Eu estou voltando hoje mesmo. Vamos, Rafaela. — Magnus disse sério. Só acenei com a cabeça. Quando estava passando, Anderson me puxou para perto dele.
— Cuidado. Lembre tudo que está em jogo para você antes de escolher o lado errado. Enquanto me obedecer nada vai acontecer a sua família. Duvido muito que um homem que nem sequer protegeu a própria esposa possa fazer algo por você. — Anderson falou com ódio em sua voz. Não sei o que Magnus planejava, mas o seu irmão não gostou nada disso.
— Anderson, se eu fosse você, soltava a minha namorada ou acabará perdendo a mão. — Magnus disse. Na mesma hora fui solta. Anderson tinha medo de Magnus?
— Você não deveria confiar muito em descobrir desconhecidos. Não sabe o passado deles. Essa mulher por exemplo, ia vender seu corpo por dinheiro, acabei ficando com pena, tão nova, com tanto futuro pela frente, acabei enviando para tentar cuidar de você, mas está claro que ela não anda conseguindo fazer isso. Talvez seja melhor trocar ela. — Anderson sorria, mas havia algo estranho. Ele quer me trocar? Não fazia sentido.
— Não preciso. Posso tomar conta da minha vida. Pensando bem, limpe o escritório também, irei voltar a trabalhar. Vamos, Rafaela. Temos muito o que resolver ainda. — Magnus disse, apenas concordei empurrando ele.
Do lado de fora, Matheus estava esperando ansioso, andando de um lado para outro. Quando os dois cruzaram os olhos, parecia que o ódio estava tomando conta.
— Vou na frente. Resolva logo o que tem para resolver com ele. Te espero na entrada. — Magnus falou antes de continuar.
— Pensei que vocês dois eram amigos. — Perguntei ao Matheus. Magnus não tratou ele em nenhum momento como um amigo.
— Como disse, com o tempo, nos afastamos. Talvez ele não me veja mais do que como um passado que quer esquecer. — Matheus respondeu sem jeito. Algo estava errado. Tinha algo mais que Matheus não me contou. Será que a reação exagerada de Magnus ao nos ver teve alguma relação.
— Bom, obrigada por tudo. Agora tenho que ir. — Agradeci, mas Matheus me entregou um cartão.
— Se precisar de algo, pode me ligar. E... Eu quero te conhecer um pouco melhor, Rafaela. Quando puder me ligue. Estarei ansioso para o nosso encontro. — Matheus sorria.
— Tchau. — Eu sei. Fui seca, mas... Eu não sabia exatamente como agir. Matheus era mais velho do que eu, misterioso e de um mundo totalmente diferente do meu. Sem contar que ele me enxerga como sua irmã, não quero me colocar nessa situação onde eu posso acabar magoando ele ou me ferindo. E acho que estou muito ocupada para focar em um relacionamento.
— Você demorou. Matheus já te chamou para sair? — Magnus perguntou enquando estendia o braço chamando um táxi.
— Como você sabe? — Questionei surpresa.
— Porque ele sempre foi assim. Nunca entendi direito, mas tudo que ele acredita que é meu, acaba tentando ter igual ou tirar de mim. Sempre foi assim, sempre vai ser. — Magnus explicou.
Então faz sentido. Eles têm um atrito entre eles dois. Mesmo assim, Matheus não falou mal em nenhum momento de Magnus. Elogiou o passado dele e sua forma de amar. Será que tudo não passou de um engano da cabeça de Magnus em relação a Matheus? Ou eu estou me iludindo? Acho melhor ficar quieta e só assistir, uma hora ou outra a verdade vai aparecer.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 108
Comments
Erlete Rodrigues
Mateus não é santa hein ele também tem segredos
2024-09-17
0
Ubiranildes Pereira
Matheus também deve ser mafioso
2024-06-08
2
Nil
Desconfio que tem armações aí entre Magnus e Matheus feito pelo o irmão, para o Magnus desconfiar do Matheus.
2024-06-02
3