Não compreendo. De onde ele tirou essa ideia? Que personalidade terrível. Odeio quem tira conclusões e julga sem nem saber o que realmente. Cheio de suposições e teorias criadas em sua própria cabeça. Que idiota! Eu que me iludi achando que tinha um pouco de humanidade dele.
— Você não falou nada com nada. Sabe disso, certo? Não faço nem ideia do que diabos você está falando. O que sei lá pensa que eu fiz. Deveria ao menos me contar isso, antes de me atacar sem ver de que. — É tão fácil só apontar o dedo para o outro. Nem pensou duas vezes.
— É muito sínica. Só esperou que eu saísse alguns minutos do salão de festas, para se jogar nos braços de outro homem. Você não conseguiu nem fingir que era decente por muito tempo. Apareceu alguém com um pouco mais de dinheiro e sem deficiência, você nem piscou. — Magnus estava irritado. Ele está falando da dança com o bêbado? Será? Nós sequer conversamos direito e apenas houve uma dança sutil.
— Você é um idiota! Entendeu tudo errado. Aquele homem apenas me pediu para dançar com ele. Acabou me confundindo com a falecida irmã dele. Estava bêbado. E pediu que eu fizesse isso. Já que sentia falta de sua irmã. Apenas quis ajudar alguém que estava sofrendo. A maldade não está na minhas atitudes, mas na sua cabeça. — Respondi cruzando os braços.
— Acha mesmo que vou cair no seu papo furado. Não sou inocente. Vai ter que arrumar outro para enganar, de mim você não vai conseguir nada. Se quiser, posso até conseguir o número do seu paquera, assim você pode me deixar em paz e enganar ele no meu lugar. Garanto que você terá mais sucesso. — Magnus acelerava o carro como se tivesse atrasado para algo. Nesse ritmo, chegaremos adiantado, para morte.
— Você está só arrumando uma desculpa para me mandar embora da sua casa mais um vez. Acha que eu não percebi. Eu não fiz nada demais. Apenas dancei com alguém que estava precisando de ajuda no momento doloroso que é o luto. Não sou um tipo de monstro, que ignora alguém que precisa de sua ajuda. Se você é, problema é seu. — Respondi olhando sério em seus olhos.
— Você é mesmo descarada. Alguém já acreditou em você? Certeza que sim. Tem uma carinha de anjo, mas é um demônio sem moral por dentro. Não tem um pingo de vergonha do que fez. — Magnus era cruel. Ele cuspia todo seu preconceito em mim, sem sequer tentar ouvir meu lado.
— Você se acha o cara mais perfeito do mundo, né? Todo esse julgamento que faz de mim, nada mais é que um reflexo da sua alma podre. Não jogue a sujeira que guarda dentro de você em mim. Eu não me importo como me enxerga. Sei exatamente quem eu sou. — Respondi irritada. Quem ele pensa que é para fazer esse show todo. Não dei motivos e mesmo que eu tivesse paquerado com aquele homem, não sou nada dele. Estava apenas fingindo para sua mãe que era sua namorada. Será que foi isso? Estraguei o seu plano?
— Não sou perfeito, mas não sou idiota. Você é basicamente aquele tipo de mulher que finge se importar apenas para usar quem cair na rede. Acha mesmo que só porque tenho deficiência vou aceitar tudo e ignorar sua personalidade deturpada? Ou apenas quer se aproveitar da minha deficiência para ganhar algo? Não importa. Nunca vou precisar desse afeto falso que você finge ter por mim ou de sua compaixão sínica. Não preciso de você perto de mim. Muito menos na minha vida ou em minha casa. — Magnus disse parando o carro e abrindo a porta. — Desça. Quero ver conseguir chegar onde moro a pé. Se você não vai sair por bem de lá, vou impedir que chegue. As duas formas resolvem bem o meu problema.
— Você enlouqueceu? Sabe que horas são? Estamos no meio de uma BR. Posso acabar sendo morta ou sei lá o que. Não vou descer. É perigoso. — Respondi olhando para ele chocada.
— Não lembro de ter perguntado se era confortável. Você desce ou chamarei a polícia e direi que está me importunando e me ameaçando. Tenho absoluta certeza que vão acreditar em mim, um deficiente milionário do que uma mulher qualquer usando um vestido caro. Não acha? — Magnus era com toda certeza maluco. Tenho certeza que ele ligaria sem pestanejar para polícia. Melhor eu não brincar com fogo. Conseguirei ainda mais problemas.
— Você ainda vai se arrepender muito das suas atitudes. Tudo que você está plantando vai colher com juros. Escolheu se afastar por deduzir muito mais do que dialogar. Nunca parou realmente para ouvir o que tenho pa a falar. — respondi descendo do carro.
A porta do carro se fechou, Magnus saiu rasgando. Podia ouvir o pneu do carro queimando na estrada. Olhei ao redor, não havia luz, carro, casas, absolutamente nada. Sentei no meio fio, não tinha ideia do que deveria fazer, para onde ir ou para quem ligar.
Bom, não tem alternativa, tenho que sair daqui, entrar ao menos um lugar para passar a noite. Ficar no meio da pista é provavelmente a pior ideia de todas. Sem opção, tirei o salto alto e comecei a andar na direção contrária que Magnus havia ido. Tinha certeza que tínhamos passado por pousada e posto de gasolina. Quer dizer, eu tinha a impressão. Estava escuro e estávamos brigando.
Já fazia cerca de meia hora que eu estava andando. Sentia meus pés ardendo. Minhas pernas estavam fracas. Eu não havia comigo fazia bastante tempo. Já estava vendo o mundo girar. Acabei perdendo a força e cai ao chão. Enquanto tentava me controlar e voltar a andar, um carro parou bruscamente na minha frente. Quase me atropelando. Definitivamente, hoje não é meu dia. Será que posso vender o vestido caro e comprar uma passagem para longe de tudo isso? Meu coração disparou ao ver alguém descendo do veículo.
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Atualizado até capítulo 108
Comments
Erlete Rodrigues
eu acho que a Rafaela deveria contar do Eduardo do irmão dele porque de qualquer maneira ela tá traindo o Magno
2024-09-16
0
joana Almeida lima
Não se faz de santa não Rafaela , nesse caso do Matheus tudo bem , mas já devia ter dito porque está na casa dele e que foi seu irmão que mandou.
2024-09-04
1
Maria Das Dores
q vai ajuda lá
2024-03-20
6