Pensei que aquele homem estava morto, mas ao tirar ele da banheira, percebi que ainda estava vivo. Fiz os primeiros-socorros, apenas a respiração boca a boca, mesmo assim, o homem permanência desacordado. Tenho que admitir que não sou lá uma profissional em socorrer pessoas. Fiz um curso de trinta minutos no restaurante. Não faço ideia de quem é o homem. Desesperada sem saber mais o que fazer, liguei para o número que estava no contrato. Não sabia exatamente se podia chamar a ambulância, eu estava lidando com a máfia, não me deram um caderninho de regras deles.
Não sei quem atendeu, mas disseram que mandariam um médico avaliar. Não demorou nem cinco minutos, tinha um médico entrando dentro do banheiro que estávamos. Com ajuda dele, consegui colocar aquele homem enorme na cama. O médico examinou um pouco. Eu fiquei apenas olhando sentada em uma poltrona. Onde diabos eu me meti?
— Você deve ser a Rafaela, a nova cuidadora. Me disseram que você viria. Eu me chamo Robson, sou médico da cidade e de Magnus. — O médico se apresentou com um sorriso cansado, olhos cobertos de olheiras. Ele deveria ter por volta dos trinta, mas parecia ser bem mais velho.
— Ah, sim. Sou Rafaela. Aquele homem ali está bem? Eu cheguei a casa estava silenciosa, só ouvi o barulho de água derramando, acabei seguindo e encontrei ele já desacordo na banheira. — Eu estava com medo. Tudo parecia muito sinistro.
— Bom, ele está bem. Aquele homem na cama se chama Magnus, ele é o paciente que você cuidará. Alguns anos atrás, ele sofreu um acidente terrível, que matou sua esposa grávida, além disso, deixou ele paralisado da cintura para baixo. Foi um grande choque para ele. Até onde entendi, esse homem era o cabeça de uma família bastante rica, não sei muito sobre isso, poucas vezes alguém aparece aqui. Seu irmão acabou assumindo o seu lugar, já que todos ao redor não mais confiavam nele. Julgavam que um deficiente não teria condições de liderar os negócios. Não sei ao certo todos os detalhes, mas esse homem acabou aqui. Nessa cidade pequena do interior. — Robson explicou com um semblante triste.
— Que história triste, mas como ele acabou na banheira? O cuidador que estava com ele deixou e esqueceu dele? — perguntei sem entender. Se ele não tinha a mobilidade das pernas, como conseguiu chegar na banheira.
— É um mistério que só poderá se resolvido quando ele acordar, mas suspeito que possa ter sido uma tentativa de suicídio, não é a primeira que ele tenta. Sempre que há troca de cuidadores ou alguma brecha, ele tenta algo novo. Não tenho certeza, apenas quando acordar poderemos saber. Aqui está meu número, qualquer coisa ou dúvida que tiver pode me perguntar. E aqui tem uma espécie de lista para te ajudar a cuidar dele. Algumas orientações. Boa sorte. — Robson respondeu enquanto me entregava o seu cartão e algumas folhas.
— Mas... Ele está em coma? Não vai acordar? Ele está mesmo vivo, né? — Questionei Desesperada. Não queria ficar na casa com um corpo, mas pensando bem, poderia mesmo ficar aqui fingido que estava cuidando dele e me livrava de acabar em um bordel.
— Ele está vivo, deve acordar em breve. Eu até esperaria, mas estava no meio dos atendimentos na minha clínica. Tenho que retornar imediatamente, mas como disse qualquer coisa me ligue. Virei correndo se precisar — Robson disse com um belo sorriso antes de sair porta a fora, me deixando com aquele homem desacordado.
Puxei uma cadeira para perto da cama, ele não era de se jogar fora, bastante bonito, mas deve ter sido difícil sua situação, perdeu sua família, independente, poder e o respeito que os outros tinham por ele. Imagino ser uma queda me dura. Como alguém depois de passar por tudo isso recomeça? Bem, não é da minha conta. Eu só preciso ficar aqui seis meses, espionar ele e procurar os itens que aquele Anderson me pediu.
— Ainda assim, preciso descobrir como manter ele vivo. Nunca cuidei nem de criança. Vamos ver o que diz aqui. — Aproveitei e me foquei nos papéis que Robson havia me dado. Eram basicamente orientações sobre medicações, alimentações, exercícios e massagens.
Eu acabei adormecendo enquanto lia, estava cansada da viagem até ali. Também tinha sido um dia bem difícil. Meu corpo estava exausto. Acordei com meu cabelo sendo puxado com muita força.
— Quem é você? — Magnus gritou puxando meu cabelo com força, me fazendo ficar de frente para ele.
— Como você ousa tratar alguém que salvou sua vida desde jeito. Você podia ter morrido na merda daquela banheira, seu idiota! — Gritei irritada.
— Quer que eu agradeça? Você foi incoveniente. Eu não lembro de ter pedido sua ajuda. Não se intrometa onde não é chamada, sua piranha nanica. — Magnus gritou me empurrando da cama com tudo.
Queria chorar. Fugir dali. Ir embora e nunca mais ver a cara desse idiota. Está explicado o motivo de não ter mais ninguém aqui. Quem suportaria ficar com ele? O Hulk parece ser mais racional. Maldição! Eu não tenho outras escolha. Tenho que ficar aqui. Preciso arrumar uma forma de aguentar os próximos seis meses. Preciso me dar minimamente bem com esse idiota.
— Desculpa, a culpa foi minha, não me apresentei. Meu nome é Rafaela, fui contratada para ser sua cuidadora. — Engoli o ego. Só assim poderia fazer dar certo. Querendo ou não, aquele homem estava ferido.
— Vá embora, nanica irritante. — Magnus gritou jogando o abajur na minha direção, por pouco não acabou realmente batendo no meu rosto. Lidar com esse homem será mais difícil do que eu imaginei.
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Atualizado até capítulo 108
Comments
Euridice Neta
Ah Magnus a menina salvou sua vida, ela não tem culpa do seu sofrimento, vê se acorda você não é a única pessoa que sofre...
2025-02-10
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Blenda Clara
meu fi, pra quer isso...
2025-01-27
0
Erlete Rodrigues
tadinha ela só quer ajudar para livrar a mãe e ela mesmo
2024-09-15
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