Pode parecer mentira, mas ao ver aquele carro parado com os faróis acesos para meu lado, o homem descendo bem devagarinho. Foi o sufiente para em questão de segundos a minha energia que tinha se esgotado a pouco voltar com tudo. Nem sentia mais a dor nos meus pés ou as perna cansadas. Estava novinha. Saída de fabrica. Pronta para uma maratona. Me levantei sem piscar e sai correndo sem olhar para trás. Medo é algo extraordinário. Uma agradecimento especial a adrenalina, que foi fundamental para meu surto de energia.
Eu corri tanto, que acabei encontrando o posto de gasolina que havia visto. Pelo menos, eu estava certa que ele existia, ao menos isso. Me aproximei bastante ofegante ainda. Nunca havia corrido tanto na minha vida inteira. O posto estava completamente vazio. Tinha apenas um carro, com o som ligada nas alturas, com algumas pessoas bebendo perto. Tentei ficar afastada deles, não me pareceu uma escolha boa, me aproximar de vários homens que claramente estavam bêbados.
Entrei no banheiro do posto. Quando me olhei no espelho me assustei, meu vestido estava cinza, o cabelo estava parecendo uma juba, minha maquiagem estava totalmente destruída. Parecia que eu tinha saído de um filme de terror. Lavei meu rosto. Tentei diminuir a maquiagem. Prendi o cabelo com uma liga. O vestido não tinha o que fazer. Ao menos, eu estava parecendo uma era humano agora. Ao sair do banheiro, percebi que dois caras que estavam antes próximo ao carro me seguiam.
— Moça, você parece está precisando de ajuda. — Um deles gritou, o outro gargalhou.
— Senhora, não tenha medo. Não vamos fazer nada que você não queira fazer. — O outro falou ainda rindo.
Não! Não! Sério? Quanto azar uma pessoa só pode ter na vida. Achei que tinha fugido, me salvado quando corri daquele carro, agora me aparecem mais pessoas.
— Que foi boneca? Está com medo deles? — Um outro homem apareceu na minha frente, impedido a minha passagem, enquanto outros dois se aproximavam. — Você parece ter se metido em problemas. Seu cliente anterior te deu trabalho, né? Bom, de qualquer forma, você é linda. Só precisa de um banho e tá novinha. Quanto é seu programa? Se for três, tem promoção?
— Você é louco? Acha mesmo que sou o tipo de mulher que vende meu corpo? Pior, que além de vender o corpo, ainda vou dar desconto? Me poupe. Tenho até pena das mulher que dormem com você. Sequer tem dinheiro para custear uma noite com elas. — Respondi. Me esquivei dele e continuei a caminhar.
— Acho que você se acha muito bonita — O homem disse segurando meu braço — Você é uma mulher que foi jogada fora. Inútil. Ou acha que vou acreditar que você está nesse estado, no meio da estrada porque quer? Me poupe. — O homem segurava forte meu braço.
— Ela se acha mesmo que tem algum valor? Olha seu estado, filha. Deveria está se oferecendo de graça por uma carona ou comida. A gente ainda foi legal em perguntar seus preço. — O outro disse segurando minha cintura com força.
Quando estava me preparando para chutar as bolas dele, ouvi um barulho e ele caindo ao chão. Quando olhei para o outro lado era Matheus, o bêbado da festa, junto com dois seguranças. Em segundo, eles deram uma bela surra naqueles três. O alívio fez minha adrenalina se esvair. Me fazendo cair no chão chorando. Era demais para uma noite só.
— Você está bem? Alguém te feriu? Quer ir ao médico? — Matheus perguntou preocupado.
— Não sinto minhas pernas. — Falei tendo uma crise de riso, enquanto minhas lágrimas caiam.
Matheus me olhou por um tempo, me pegou nos braços, acenou para os seguranças e me levou para o seu carro. Aquele carro era o mesmo que corri dele na estrada ou bem parecido. Matheus parece ter percebido minha surpresa.
— Sim, me desculpe pelo susto. Encontrei você na pista, pedi para o motorista para o carro, mas você correu antes mesmo que eu pudesse me identificar — Matheus me explicou. Gargalhei mais alto ainda.
— Eu que tenho que me desculpar. Você tentou me ajudar e eu corri. Estava com medo. — Confessei. Finalmente estava me sentindo segura, mesmo que estivesse no carro de um total desconhecido que eu só conhecia o primeiro nome.
— Não, é totalmente compreensível. Quem não ficaria com medo em uma situação como aquela. Também quero me desculpar por mais cedo na festa. Acho que criei problema entre você e seu namorado. Perdão. — Matheus parecia uma boa pessoa, mesmo lidando com a morte da sua irmã, não estava amargo como aquela outra pessoa.
— Não se preocupe. Você não teve culpa e nem eu. Ele é apenas uma pessoa complicada. Ignore. — na verdade, eu estava envergonhada, devo ter feito ele se sentir desconfortável.
— Vocês brigaram por isso você está no meio da pista? Que tipo de homem deixa uma mulher em um lugar perigoso como esse. — Matheus parecia irritado. Como posso explicar que na verdade, Magnus a todo segundo deixou claro que não suporta minha presença e eu que insisto?
— Se eu contar uma história, você promete que não conta a ninguém? Tem álcool por aqui? — perguntei olhando ao redor.
— Ah! Acho que tem por aqui. Roubei uma garrafa de vinho antes de sair. — Matheus me passou a garrafa aberta e quente. Não parecia nada gostoso.
— Bom, vou ignorar os detalhes da história, para deixar ela mais resumida. Basicamente, devido a problemas familiares eu estou sendo praticamente obrigada a trabalhar como cuidadora de Magnus, mas para ser sincera, ele me pede para ir embora todos os dias. Não tem um dia sequer, que não rejeite qualquer ajuda vinda de mim. Minha presença é um grande incômodo para ele. Também por motivos familiares, acabei devendo muito dinheiro para ele, para pagar, ele pediu que eu fingisse ser sua namorada apenas durante a festa, para atrapalhar o noivado que sua mãe estava forçando ele. Resumidamente é isso. Acho que Magnus apenas encontrou uma desculpa para me colocar para fora. — Expliquei. Fazia sentido ele usar essa oportunidade para me tirar da vida dele. Era prático. Na verdade, era genial. Não só me deixava longe, como me deixaria com raiva. Não me dando qualquer razão de voltar, mas e se...
— Talvez seja melhor você encontrar outra forma de resolver seus problemas de família. Não acho que Magnus esteja disposto a conviver com ninguém mais. Depois do acidente ele apenas se isolou em uma cidade pequena, não aceita visitas e nem ligações. Não acho que seja por sua causa, mas vai acabar respingando em você se insistir nele. — Matheus estava certo. Ele não queria envolvimento com ninguém. Queria apenas ficar quieto e viver em paz. Viver? Não! O que estou fazendo.... Magnus pode apenas está fazendo isso para ter uma oportunidade de ficar sozinho e tentar novamente tirar a própria vida.
— Posso te pedir um favor? Vai parece bem absurdo, nem eu mesma acredito que vou fazer isso, mas pode me levar até Magnus? Acho que ele está em perigo. — Eu não posso perdoar o que fez comigo. Foi desumano. Porém ele está doente, não posso simplesmente deixar que tire a vida. Estaria sendo ainda pior que ele. Vou fazer o que posso agora e dar um jeito que troquem de cuidadora.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 108
Comments
Erlete Rodrigues
tomara que Mateus seja gente boa e não um inimigo do Magnus
2024-09-16
1
Nil
Rafaela ainda é uma adolescente, mais tem um coração grande, e age com carinho para com os que necessitam.
2024-06-02
5
Maria Das Dores
Até entendo Rafaela Ela quer ajudar e já tá sentindo carinho q vai se transformar em Amor
2024-03-20
7