Por um segundo, acho que meu coração parou. Matheus parecia realmente preocupado. Talvez por ser tão parecida com sua irmã, ele sinta uma necessidade de me proteger, mas não posso usar o sentimentos dele dessa forma. Nem muito menos, parece justo envolver ele com a máfia, entretanto, não quero mentir para ele. Posso explicar tudo por cima, certo? Tenho certeza que isso não é quebra de contrato, nem deve colocar ele em risco.
— Minha família deve um bom dinheiro para Anderson. Para pagar a dívida, fui contratada por seis meses como cuidadora de Magnus. — Explique. Era isso. Só não contei o fato das ameaças e do cara ser da máfia. Me pareceu sensato dessa forma.
— Pelo que entendi, não parecia está feliz por você ter salvado a vida do irmão dele. Não parece que sua função é ser exatamente de cuidadora, se ele não quer que você mantenha Magnus vivo. — Matheus falou na lata. Ele é perspicaz. Tenho que ter cuidado ou vou conseguir ainda mais problemas do que já tenho.
— Para falar a verdade, penso da mesma forma. Quem iria contratar uma garçonete com zero experiência em cuidado com pacientes para cuidar de alguém que você quer manter saudável? Não entendo aonde o Anderson deseja chegar. Também não pretendo descobrir. A ideia é apenas fazer a minha parte. Acabar os seis meses e desaparecer. — Expliquei. Sei que parece egoísmo, mas acho que nada de bom poderia sair se eu buscasse pela verdade.
— Há diversos rumores em relação ao Anderson. Um deles é de que ele causou o acidente de Magnus, já que é Magnus o herdeiro da família, mas nunca foi comprovado. Outro muito comentado é que ele é envolvido com a ilegalidade. Mesmo sem saber o que é verdadeiro ou não, aconselho a evitar se aproximar dele. Onde tem fumaça existe fogo. Melhor se proteger. — Matheus parecia preocupado. Fiquei com medo dele ser tipo os heróis de filmes e pedisse para investigar. Eu estava um pouco errada. — Você terá alta ainda hoje. Magnus deve ficar um pouco mais de tempo. Enquanto ele estiver aqui, você quer voltar para casa ou ficar na pousada que estou. Aluguei toda ela. Assim posso evitar vazamento de informações ou complicações. Se quiser, pode ir, tem vários quartos a mais.
— Acho que tenho que esperar Magnus na casa dele. — Expliquei. Matheus gargalhou.
— Que casa? Você esqueceu? A casa pegou fogo. Por isso vocês dois estão aqui. Não sobrou absolutamente nada. Quando os bombeiros foram chegar, tudo já tinha se tornado cinzas. Eles tiveram que vir do outro lado. Por sorte, lembrei que todos os carros tem extintores. Quando eu vi Magnus voando pela janela, corri para tentar te ajudar. Tinha certeza que você estavam por ali. Mais sorte que juízo. Fico muito feliz que você esteja bem. — Matheus parecia uma pessoa incrível. Era difícil hoje em dia encontrar alguém que se importe sem querer nada em troca. Espera. Eu que estou cogitando que ele não quer nada.
— Aí Meu Deus, é verdade. — Respondi rindo. Tudo tinha sido tão rápido que esqueci desse pequenino detalhe.
— Então, o que vai fazer? — Matheus perguntou.
— Primeiro, acho que tenho dever de ir falar com Magnus, querendo ou não, sou cuidadora dele. Ele pode ser o cara mais babaca do mundo, mas ainda sim, sou a cuidadora dele. — Sabia que não parecia lógico, mas mesmo assim, se pensar bem eu era responsável por ele, fui eu que aceitei o emprego, mesmo que forçada. — Sabe quando uma criança apronta, mas a culpa é da babá? Ela deveria está de olho e impedir que as artes. Basicamente isso, de certa forma, tenho um pouco de responsabilidade no que aconteceu.
— Acho que você está exagerando, Magnus não é uma criança. Ele sabe exatamente o que faz. Tanto que deve está te machucando diariamente de propósito. Mesmo que ele tenha seus motivos, ainda assim, é cruel da parte dele. Você não tem nada a ver com os problemas dele. Se quiser, posso te emprestar o dinheiro para pagar Anderson, podemos fazer um contrato e você ir me pagando aos poucos. Assim você se livra de Magnus uma vez por todas. E fica bem longe de Anderson. — Matheus parecia realmente preocupado.
— Muito obrigada pela proposta, mas terei que recusar. Eu assinei o contrato de seis meses, mesmo se eu quiser pagar agora todo valor não vai valer. Transformei toda dívida em serviço prestado. Ficarei bem. Só preciso cortar as asas de Magnus. — Na verdade, não queria sair das mão de Anderson para de mais ninguém. Conheci Matheus ontem, ele pode parecer ter boas intenções, mas ninguém sabe se ele quer algo em troca.
— Acho que está cometendo um erro, mas tudo bem. Vou me manter por perto para ter certeza que você não saia machucada dessa história. — Matheus disse olhando nos meus olhos. Senti meu coração acelerando. Coração, se acalme. Ele projeta em mim a irmã dele. Não é nada disso.
— Obrigada, mas não precisa se preocupar tanto. Tenho certeza que nada como antes vai se repetir. Não irei permitir que aconteça. — Falei me levando da cama. Matheus me olhava surpreso.— Pode me acompanhar até o quarto dele?
— Ah.. Claro. Vamos! Porém acho que ele ainda segue desacordado. — Matheus explicou.
— Tudo bem. Se ele tiver dormindo, acordo ele nem que seja jogando da cama. Já passou da hora de acordar. — Vou admitir que não estava de bom humor para Magnus, espero que ele não apronte mais nada. Matheus gargalhou com minha resposta.
O quarto dele era em um andar diferente do meu, quando chegamos próximo, vimos uma enfermeira correndo após sair do quarto e sendo consoladas por outras que já estavam do lado de fora.
— Precisa nem dizer onde é. Já deu para perceber onde ele está. Pode me esperar aqui fora? — Entrar com Matheus lá só ia complicar tudo. Afinal, nossa briga foi por causa dele.
— Tudo bem, só saia correndo como a enfermeira caso ele apronte — Matheus sugeriu, acenei concordando.
Quando entrei na sala, Magnus já estava sentado em uma cadeira de rodas, olhando pela janela parecendo pensativo.
— Pensando nas besteiras que fez ontem a noite? Se fizesse uma lista, uma folha seria pouco. — Falei me aproximando dele.
— Alguém colocou fogo na minha casa. Quando cheguei ela já estava queimando. Entrei para pegar a única foto que tinha em família, com minha esposa e filha. Tudo acabou tomando proporções assustadoras muito rápido. Por conta da cadeira de rodas, não tinha mobilidade suficiente para sair de lá. — Magnus parecia triste.
— Você arriscou a sua vida por um porta-retrato? — Não conseguia entender aquele homem.
— Não era um porta-retrato qualquer. Eu quero me lembrar delas em todos os detalhes. Com o tempo, as pessoas vão esquecendo os detalhes de quem partiu. E eu não quero apagar nenhum pedaço delas de mim. — Magnus estava outro ser humano falando comigo. Nem reconheço.
— O que pretende fazer agora? — Perguntei.
— Reconstruir a casa do mesmo jeito que antes. Aquela casa foi escolhida por Cristina. Íamos morar nela depois do casamento. Por enquanto que ela é construida, vou ficar um tempo na capital. Algo me diz que o culpado por isso está por lá. — Magnus parecia mais vivo do que nunca. Talvez ele tivesse encontrado uma nova motivava.
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Atualizado até capítulo 108
Comments
Erlete Rodrigues
botaram fogo na casa dele ele quase morreu ela quase morreu e isso motivou ele?
2024-09-16
0
Nil
Este irmão do Magnus é um ganancioso, cafajeste para não falar mais ......
2024-06-02
5
Valéria Alencar
Irmão invejoso e ganancioso
2024-04-16
3