Capítulo 16

— Eu não sabia, que você era tão inteligente assim, e que tem interesses em lutas. — Romano comentou, andando em passos lentos junto a garota ruiva.

— Pareço não ser inteligente? — Ela perguntou.

— Não. Na verdade, não sei. Você parece ser muita coisa e ao mesmo tempo, não se parece a nada. É bastante misteriosa. — Romano relatou, sendo sincero.

— Tudo que quiser saber de mim, pode perguntar, não tenha medo. — Falou, brincando no final. — Afinal, teremos que… sei lá, sabermos um do outro.

— Por que teremos? — Brincou, querendo que ela falasse o que quer escutar.

— Você sabe.

— Não faço a mínima ideia.

— Porque somos predestinados.

Romano sorriu gratuitamente.

— Quem começa? — Romano quis saber, perguntando-a. Sabrine deu de ombros.

— Eu começo. — Ela disse, continuando em seguida: — Qual a sua cor favorita?

— Sério isso? — O alfa questionou risonho e desacreditado pela pergunta infantil que a predestinada acabou de realizar.

— Sim, ué. Não sou tão impressionante em fazer perguntas. — Respondeu.

— E você é impressionante no que? — Em ato esperto, quis saber. A garota ficou quieta por enquanto, até que arregalou os olhos.

— Não pense bobagens!

— Você quem está dizendo.

Ela soltou um suspiro forte.

— Continue! — Mandou impaciente.

— Branco e preto. — Romano finalmente a respondeu, fazendo-a arquear uma das sobrancelhas.

— Cores sem graça. — Respondeu espontaneamente, continuando: — Pelo menos tem algum significado?

— Sim. O branco é por conta da Loba da minha predestinada, e preto é por causa da pelagem do meu lobo. — Ditou, observando Sabrine ficar envergonhada pelo significado, mas também, por ter falado mal das cores vazias ao seu olhar. — E você, quais suas cores preferidas.

— Azul e verde. — Ditou, simplória.

— Não tem nenhum significado?

— Não… Acho que não. — Disse incerta.

— Agora você pode me fazer perguntas.

— O quê você mais gosta de fazer?

— Ler livros… Era a única coisa que eu gostava, e gosto de fazer. Os caçadores, na verdade, nunca permitiam que Órfãos pudesse adquirir estudos, era como se fossemos diferente das outras pessoas. Mas, por incrível que pareça, eu adquiri, porque misteriosamente colocavam na pequena e curta janela no lugar que eu dormia.

— Não faz ideia de quem possa ser que tenha colocado? — Romano indagou.

— Não, não faço a mínima ideia. Todos ali mostravam claramente odiar os Órfãos, tudo por conta da lenda. Então fica bem difícil saber quem fez tal caridade. — O respondeu, o observando assentir.

— Você quer ler livros? — Questionou, observando sorrir. — Aqui tem uma biblioteca.

— Sério? — Quase exclamou, animada.

— Posso te levar até lá.

Um simples sorriso, foi a resposta de Sabrine.

Romano e sua predestinada caminharam até a biblioteca, que na verdade, ficava em uma simples escola na alcateia. Ali era óbvio que todos vivem em uma hierarquia, mas não uma hierarquia que menospreza alguns e enriquece outros. Diferente do lugar em que os humanos vivem, todos parecem felizes, enquanto os humanos se desgastam para simplesmente caçar aqueles que não se importam consigo, por prazer.

— Dandara me disse que eu posso ensinar as crianças daqui. — Sabrine o informou. — Eu posso, não é?

— A professora daqui está grávida de seis meses, mas por ser de gêmeos, a sua barriga está grande demais. No caso, de qualquer forma iria precisar de substituta. — Romano lhe informou. — Agora basta saber se os pestinhas irão te aceitar.

— Pestinhas? — Riu, de forma espontânea. — Eles têm que me aceitar?

— Sim, e avisando: você vai ter que conquistar cada um deles. — Romano avisou.

Sabrine assentiu lentamente.

Sabrine o observou retirar, apenas para lhe dar privacidade. Na alcatéia há várias casas, mas também há muitas cabanas espalhadas pelo lugar, com algum tipo de utilidade. Portanto, a escola é formada de estrutura de casa, e dentro contém mesas e cadeiras em conjuntos, pinturas nas paredes brancas, uma enorme estante de livros escolares, mas também de livros comuns.

Sabrine caminhou até os livros, pegando um e se sentando na cadeira maior dali, no caso, a de professora.

Aos poucos, seu olhar passou por cada letra, frases e parágrafos. Seu tempo se formou totalmente para o objeto em mãos.

Nunca entendeu de fato, como conseguiu ler e escrever tão rápido e sem a ajuda de ninguém, porque sem base sobre, as pessoas não são capazes. Mas agora ela entende que pode ter conexão sobre ser uma dos seres, especificamente seu corpo e sua mente ser liderada pela loba branca.

E mesmo que essa parte tenha sido explicada, não consegue entender quem deixou os livros para si, porque claramente ela nunca conversou com os humanos que rodeavam ali, por serem proibidos de ter contato direto aos Órfãos, somente os caçadores podiam tal coisa. Portanto, sendo proibidos, a raiva sobre os citados da lenda era tão grande que os humanos simplesmente os tratavam como os seres piores existentes.

Seus pensamentos foram brutalmente afastados pelas vozes e correria.

Em sua frente duas crianças pararam assustadas, a encarando, parecendo que foram de certa maneira descoberta por eles e estavam prestes a cometer algo.

— Senhora, não briga com a gente, por favor! — A garotinha loira de olhos grandes como jabuticabas, praticamente implorou. — E não conta para a mamãe.

— É, por favor…. A mamãe vai brigar com a gente. — O garotinho da mesma aparência da garota comentou.

Sabrine juntou as sobrancelhas, confusa.

— O quê? Não! Eu não irei brigar com vocês… Por que pensam isso? — Ela perguntou.

— É porque viemos escondidos para ler os livros, e a mamãe não permitiu. — O garoto comentou, tristonho.

— Sim, a mamãe não nos deixa fazer coisas desnecessárias. — Passou a explicar a Sabrine, que levemente arregalou os olhos.

— Não, não pensem assim. Ler não é algo desnecessário, e se vocês querem… Podem ficar aqui, não vou contar para a mãe de vocês. — Sabrine disse, observando a alegria das crianças.

— Sério?! — Exclamaram no mesmo instante.

— Sim, confie em mim. — Deu um sorriso confiante a eles. — Agora me digam seus nomes.

— Me chamo Sheila.

— Meu nome é Saymon.

— Nossa, que nomes lindos. — Comentou sendo sincera. — Meu nome é Sabrine, mas podem me chamar como quiserem, caso não queiram me chamar pelo meu nome.

As crianças sorriram, satisfeitas por encontrarem uma pessoa que entende os seus quereres.

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Comments

Rita Germello

Rita Germello

Estou amando essa história.

2024-06-09

0

Celma Rodrigues

Celma Rodrigues

Amei ver Sabrine na biblioteca. Logo irá conquistar todas as crianças, como esses dois.

2024-05-02

11

Jaciara Barbosa

Jaciara Barbosa

amo verde

2024-03-09

3

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