Capítulo 12

— Vim te ver, ruivinha. — Dandara falou, sorridente também. — Você é agora, a única amiga que tenho aqui, porque as lobas literalmente me odeiam.

— Elas não sabem a amizade que estão perdendo, e se elas não gosta de você, talvez seja livramento de não ter amizades falsas. — Sabrine comentou, sendo sincera.

— Eu te amo, garota. — Dandara riu de alto tom. — Posso adentrar?

— Claro, não precisa nem perguntar.

— Meu irmão está?

— Não, não o vi hoje. Quando eu acordei, ele não estava mais aqui. — Sabrine explicou, andando para onde estava comendo.

— Vocês dormiram juntos?! — A loira indagou, sem qualquer vergonha.

Sabrine engasgou-se com a bebida que acabou de pôr na boca.

— Não, lógico que não. Romano dormiu no outro quarto. — Sabrine falou, excluindo detalhes.

— Meu irmão como sempre sendo cavalheiro. — Dandara revirou os olhos verdes.

— Como assim sempre sendo cavalheiro?

— Apesar de ser um Alfa, com todos os seus princípios, ele supera os cavalheiros com as mulheres daqui e infelizmente muitas criam esperança.

Por esse detalhe, Dandara reconhece a paixão que cresceu em Patrícia por Romano. Ambos se conhecem desde pequenos, bastante jovens, e mesmo sendo um lobo claramente dominante, ele a ajudava com lições, a defendia de desavenças e em todas as outras coisas que ela precisasse, ele se fazia disponível. E mesmo que ele não corresponda os seus sentimentos, ou não queira que ela tenha sentimentos por ele, consequentemente pelo jeito quê foi tratada, ela acabou se apaixonando. Até mesmo parecendo uma mulher fofa ao seu lado, com outras sempre fora arrogante, desdenhosa e preconceituosa, afastando todas as lobas que quisessem se aproximar dele.

Sempre tentou ser o tipo ideal do Alfa, arrumando o cabelo do jeito que achava que ele gostava, vestindo-se da maneira mais apropriada e usando maquiagens para ter o rosto impecável. Poderiam mesmo ficar juntos, porque até mesmo os pais de ambos apoiavam, mas mesmo que ficassem juntos, não iria florescer um amor em ambas partes.

— Talvez você deva ter mais cuidado, Patrícia é bastante venenosa. — Comentou Dandara.

— Ela pode fazer algo contra mim? — Questionou Sabrine.

— Sim, obviamente sim! Ela é louca, totalmente psicótica. — Revelou. — Meu irmão nunca correspondeu às suas loucuras, mas ela sempre faz de tudo para estar perto dele ou criar paranoias.

— Terei que lidar com ela?

— Sim, mas acho que ela não vai ter tanta coragem de fazer o mesmo com você, como fez com uma outra loba.

— Ela fez o quê? — Perguntou curiosa.

— A louca simplesmente encheu o quarto da coitada de abelhas e rasgou todo o cabelo. Por sorte, a mulher não morreu. E olha, nenhuma mulher aqui fica com meu irmão realmente, mas não pode cogitar em falar que a louca descobre e faz barbaridades.

— Alguém tem que parar essa doida.

— As outras mulheres não têm coragem de falar! Além de que a família dela faz parte de muitas funções daqui e são as melhores.

— Romano não faz nada? — Se fez surpresa.

— Tem o conselho das mulheres, a mãe de Patrícia participa e com certeza ela deve esconder muita coisa, acobertar no caso.

Sabrine suspirou, pensando no desafio que passará com Patrícia e fará de tudo para não deixar que a mulher faça consigo o mesmo que fez com as outras mulheres. Ela sabe, quê Romano é um homem lindo, de pele morena, alto e de lindos olhos vermelhos e claramente bastante disputado por essa característica e por ser o Alfa da alcatéia. Porém, se o lobo dela a escolheu e a sua loba o escolheu, ela como ele tem que assumir as responsabilidades, tarefas e cargo que estão bem na sua frente, a pior coisa que pode fazer é renegá-las

— Agora vamos! Minha mãe quer fazer as suas medidas. — Dandara falou de repente, chamando-a com seu jeito animado. A loba ruiva já estava ficando acostumada com o jeito espontâneo da loira.

— Medidas? Para quê?

— Para fazer suas roupas, óbvio. — Respondeu-a.

— Não é necessário, as roupas que você me deu são boas.

— Pedidos da Dona Úrsula não devem ser renegados. — Dandara replicou. — Além do mais, você é a mulher do Alfa, deve agir, vestir e se portar como uma. As minhas roupas não são bonitas o suficiente para você e são velhas, que não uso faz tempo. Então é necessário você ter as suas próprias. — Ditou Dandara.

— Não quero ser incômodo!

— Incômodo? Jamais, garota. Você não é incômodo. Agora vamos. — A chamou, se retirando da casa.

Elas seguiram para a casa dos Conselheiros da Alcatéia, encontrando a senhora Úrsula deitada em um grande sofá, com objetos para medir e vários panos, tecidos para fazer roupas. Além de agulhas e linhas apropriadas.

— Olá, senhora Úrsula. — Sabrine cumprimentou, receosa

— Não precisa ser formal comigo, querida. Me chame apenas de Úrsula. — Falou. — Está se acostumando aqui?

— Aos poucos… Mas espero me acostumar totalmente. — Comentou.

— Bom, assim será. — Retrucou. — Dandara lhe falou que quero fazer roupas para você, certo?

— Sim.

— Inclusive ela falou que não é necessário fazer as roupas, mamãe.

— Dandara relatou, e Sabrine de imediato ficou envergonhada.

— Oras, é necessário sim. — Úrsula falou, continuando: — Que tipos de panos você gosta?

— Não tenho preferências, sen… Úrsula. — Comentou, sendo sincera.

— Então vamos escolher por você.

Dando um sorriso, Úrsula passou a escolher os panos de várias cores e tamanhos junto com a ajuda de Dandara e às vezes, comentários vindos de Sabrine. Diferente do pai de Romano, ela percebeu que a mãe em momentos agiu sendo carinhosa consigo e lhe tratando bem a todo momento.

Em um instante, as risadas das três poderiam ser escutadas do lado de fora por quem passasse por perto. Sabrine percebeu que nunca viveu momentos alegres como esse, pois ficava sempre presa no quarto imundo que eles diziam ser quarto. Assim como todos os outros considerados órfãos por causa da lenda, ficavam presos, não eram permitidos tomarem banhos dignos, e muito menos eram dadas a eles roupas novas. Sabrine sabe que contos de fadas não existem, mas ver que pelo menos a sua realidade está sendo melhor que a antiga que vivia e espera que continue sendo assim. Mais feliz que antes.

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