Capítulo 11

— Eles estão brigando, porque Augusto não ganhou, e Filippo sim, sendo que já falei que ficou ambos com o mesmo ponto. — O garoto aparentemente jovem, comentou.

— Explique melhor, Lorenzo. — Romano ordenou, o lobo novato assentiu, analisando o pedaço de papel em mãos.

— Na luta retrasada Filippo ganhou, porém, antes dessa ele perdeu, pois fez atos na luta que não deveria, do tipo… Usar seu poder, literalmente. — Informou.

— Eu não usei meu dom! Só deixei que escapasse.

— Você sabe que está errado. Por que insiste em resmungar? — Augusto provocou, com arrogância.

— Calem-se. — Mandou o alfa. — Pode continuar, Lorenzo.

— Mas na luta anterior Augusto ganhou, porque usou as técnicas de forma melhor. Seguindo esses termos, ambos, lutando um com o outro, estão na mesma etapa. Embora que em lutas com outros lobos da alcateia, eles estão com mais pontos. Até então, tirando o senhor, eles e Steve são os melhores lutadores daqui. — Disse, concluindo.

— Então por que estão discutindo?

— Porque querem ser melhor do que o outro, como sempre. — Revisou os orbes, sentando-se em um tronco de árvore que foi cortada e feita de banco.

As lutas da alcateia são feitas justamente para que possam lidar e treinar as suas próprias habilidades. Elas são realizadas fora dos treinos que são em dois dias da semana, e a luta em um sol na semana. Como habitual, os únicos que participam das lutas são os lobos machos, as mulheres ficam cuidando de filhos, roupas, cozinha, plantações e por aí vai. Portanto, já estão acostumadas.

As lutas são feitas em frente de toda alcatéia, com um juiz que não deve ter ligação com nenhum dos lobos que estarão lutando. E um alguém que anota todos os pontos conseguidos.

— Se continuarem assim, não irão mais participar das lutas.

— Como assim? Você não pode fazer isso! — Filippo falou, transbordando raiva.

— Como o pirralho disse, somos um dos melhores lobos daqui, se eu fosse você não faria isso. — Augusto replicou, autoritário.

— Vocês que não tem autoridade aqui, eu sou o alfa e mesmo que vocês se achem os fodões, se ousarem discutir novamente, ambos irão ser banidos de lutar. — Ditou, calmamente. — Não adianta resmungar, minha decisão é apenas uma.

Observou Filippo com raiva, andando para longe, até a sua namorada. Ele estava sem camisa, sem nada nos pés, vestindo-se com apenas uma calça jeans suja de barro.

Já Augusto, continuou no lugar, observando-o de longe, de forma curiosa e indiferente ao mesmo tempo. Sempre do mesmo jeito.

Todos ali estão acostumados com as implicâncias de ambos, em qualquer situação ou qualquer momento. Mas mesmo que já estejam acostumados, todos estranham as atitudes que muitas vezes chegam ser sem limites afetando as pessoas aos seus arredores. Eles se conhecem desde de quando eram pequenos, e desde então não param de ter a vontade de discutir entre si, competir por coisas desnecessárias ou algo do tipo. E mesmo que às vezes, quase nunca tentem um coleguismo, acabam brigando novamente.

— Foi mal, eu não queria fazer alvoroço, mas Filippo não é fácil de lidar! Qualquer coisinha pequena ele fica com raiva ou quer fazer algo melhor que eu. — Comentou Augusto — sei que não sou um santo, mas dessa vez não fui eu.

— Não entendo essa briga de vocês. Pode ser realmente desavença ou… Esse ódio todo pode ser amor. — Lorenzo se intrometeu, em tom e maneira provocador. .

Augusto quase arregalou os olhos.

— Não fale besteiras, pirralho.

— Ué, eu só falei o que penso. Vai me dizer que é do tipo preconceituoso? — Arqueou uma das sobrancelhas.

— Lógico que não. Só que não vem ao meu caso com o de Filippo, ele já é predestinado a namorada dele e com toda certeza tudo que ele sente por mim é ódio. Eu não curto lobos machos, nunca curti e não vai ser agora. Além de que minha predestinada vai chegar em breve, sinto isso. Meu lobo diz que está perto de mim, cada vez mais perto.

— Hum… Cada vez mais forte? Entendi. — Lorenzo soltou um riso.

Ignorando o garoto, Augusto resolveu perguntar a Romano.

— E você?

— O quê tem eu?

— Como está indo a vida de um Alfa comprometido? — Questionou, curioso e risonho.

— Ainda não estou vivendo a vida de um Alfa comprometido. — Respondeu-o, seriamente, porém, não arrogante.

— Como assim? Você já encontrou sua predestinada.

— Encontrei, realmente. Mas ela é jovem, está aprendendo até mesmo sobre si própria, então não quis forçar a barra, entende? A prometi que nós seguiremos no seu tempo.

— Ah, entendo. Então assim você vai passar confiança para ela e a loba.

— Sim. Além de que é melhor ela se reconhecer, para depois, reconhecer o que nós somos. — Explicou, continuando: — E eu quebraria a confiança dela se eu forçasse ela a algo, e principalmente sua loba, iria ficar completamente furiosa.

— Quando pequeno morria de medo, pois a Loba Branca era a loba mais poderosa que os lobos comuns e os vampiros. A primeira criação das bruxas. Não irei querer estressar a sua predestinada, sou jovem demais. — Augusto resolveu brincar.

Romano riu minimamente.

Sabrine abriu seus olhos, levantando aos poucos, desligando o abajur. O silêncio em si era indiferente. A garota ruiva primeiramente resolveu ir ao banheiro, fazer todas as suas necessidades e tomar um banho relaxante. Após fazer isso, desceu até o andar de baixo, não encontrando Romano.

Ficaria envergonhada ao encontrá-lo novamente, pelo beijo quente da noite anterior. Mas não foi como se não estivesse gostando, mesmo que tenha sido seu primeiro, somente achou que as coisas estavam indo rápido demais.

Preparou algo para comer, ouvindo a sua barriga roncar de imediato. Esperava que alguém fosse a ver, especificamente pessoas que simpatizam consigo e não seja como a mulher morena. A alcateia é bem melhor que o lugar que os humanos, pois não prendem pessoas por uma lenda que acham ser verdadeira.

Antes que concluísse seus pensamentos barulhentos, escutou batidas leves na porta, fazendo-a olhar para a mesma e caminhar até a mesma.

— Ah, você. — Sabrine ditou, risonha para a pessoa à sua frente.

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