As horas se passaram e elas continuaram envolvidas em suas pequenas conversas, sem se importar com as pessoas ao redor, apenas entretidas uma com a outra.
— As horas passaram rapidamente, infelizmente terei que ir para casa — informou Dandara, formando um bico.
Sabrine percebeu que, mesmo sendo atrevida, sua nova amiga também conseguia ser bastante fofa.
— Sério mesmo?
— Sim, infelizmente — murmurou Dandara, cabisbaixa. — Eu ainda moro com meus pais, e eles são bastante rígidos quando querem.
— Por que ainda mora com eles? Você bem que poderia morar sozinha — opinou Sabrine.
— Ah, eu bem que queria, sério. Mas eles não deixam, dizem que só depois que eu me casar — revirou os olhos.
— Nossa, que chato.
— Sim, muitooo chato — dramatizou. — Agora tenho que ir. Boa noite, cunhada.
Sabrine observou Dandara se retirar após chamá-la de "cunhada". Não querendo ficar junto das mulheres com quem ainda não tinha intimidade, também decidiu sair. Sentiu o vento gélido tocar sua pele, fazendo seu corpo estremecer.
Logo notou um pequeno grupo de homens a observando, e, de repente, um deles se aproximou com um charmoso sorriso.
— Olá, bela moça — disse o desconhecido, puxando delicadamente sua mão e beijando-a.
— Te conheço? — perguntou Sabrine, sabendo que não, mas querendo provocá-lo.
— Não, mas podemos nos conhecer.
De fato, o desconhecido era bonito. Seus cabelos loiros eram curtos, seu corpo alto e malhado, e ele possuía um sorriso charmoso. Mas, ele não era como Romano, um homem impressionante.
De longe, Úrsula e Fred observavam a cena. Úrsula percebeu que o marido estava calado demais e com uma expressão séria.
— O que achou da garota? — resolveu questionar, curiosa para saber por que eles ainda não tinham conversado sobre a predestinada do filho. Parecia que Fred estava evitando o assunto.
— Devo ser sincero? — perguntou ele.
— Obviamente — respondeu ela, como se fosse óbvio.
— Acho que ela é inexperiente demais. Não sei se vai conseguir lidar com tudo ao lado do nosso filho.
— Está com preconceito em relação à garota, percebi. Além disso, você esperava que Romano se casasse com a filha mais velha do senhor Ricardo, não é?
— Patrícia tem 27 anos, e Romano 35. Eles se conhecem desde criança, todos sabemos que já tiveram um caso, e, pela honra da garota, só foram beijos. Mas, mesmo assim, ela seria ideal. A mãe de Patrícia lhe ensinou de tudo, e o pai reforçou os ensinamentos. Ela cresceu para ser a esposa perfeita, e poderia ser. Patrícia é cuidadosa, experiente, e gosta do nosso filho.
— Acho que isso tudo não importa, porque, mesmo que ela tenha essas qualidades, não foi a Patrícia que o lobo escolheu. Nosso filho e seu lobo escolheram a Sabrine, que, inclusive, é uma loba rara.
— Ela não vai conseguir liderar ao lado do nosso filho.
— Você está subestimando-a, assim como fez comigo.
— Não é isso, Úrsula.
— É sim. Lembra-se de que eu também era jovem para você? Lembra-se de que tive que aprender o que nunca imaginei que seria necessário? Sabrine é como eu, só que com uma história diferente. Ela vai aprender, eu sei disso. A loba dentro dela a ajudará a superar as dificuldades. Eu quero ter netos, e você sabe que, se nosso filho a rejeitar ou ela o rejeitar, ambos podem morrer. Seria um caos se o Alfa morresse ou não tivesse herdeiros.
Fred a olhou, sabendo que ela estava certa.
— Por favor... Dê a ela uma chance.
— Darei, mas apenas uma. E não vou facilitar as coisas para ela. Se vai se tornar a mulher do nosso filho, do Alfa, ela terá que lidar com os desafios.
Enquanto isso, Sabrine observava o homem à sua frente, que parecia fazer de tudo para impressioná-la.
— Você sabe que sou a predestinada do Alfa, não sabe? — perguntou ela. O sorriso do loiro alargou.
— Sei, sim. Somos bastante amigos, aliás — relatou. — Mas acho ele bastante egoísta, na verdade. Ele não gosta de dividir as coisas, mas eu sempre acabo tomando algo dele. E você não será diferente. Não mesmo.
— Ah, minha nossa — Sabrine riu. — Estou vendo uma puta na minha frente.
— O quê, porra?
— É isso que as putas fazem, sabia? — Sabrine sorriu provocativamente. — Elas gostam de pegar pessoas comprometidas, ou seja, arrancar essas pessoas de seus ambientes de conforto. As putas não têm seus próprios amores, então elas roubam os dos outros. E você, bem... Parece uma puta.
— Eu vou te matar! — gritou, enfurecido.
— Vai matar quem? — disse Romano, surgindo por trás de Sabrine e segurando-a pela cintura.
O loiro arregalou os olhos.
— Eu me exaltei — respondeu, sabendo que não teria como lidar com o Alfa, especialmente em uma briga.
— Espero que isso não se repita, principalmente direcionado à minha mulher. Caso contrário, vou arrancar sua língua — ameaçou Romano. — E não pense que estou brincando.
O loiro lançou um olhar de ódio para Sabrine, mas nada disse. Apenas deu as costas e se afastou, seguindo até seu grupo de conhecidos, cheio de raiva.
— E você, vejo que é bastante corajosa.
— Não parecia ser antes? — provocou Sabrine. Romano sorriu, malicioso.
— Parecia frágil antes, e ainda parece, na verdade — respondeu ele, sincero. — Não fale besteira para qualquer um. Steve não é de brincar, e eu não gostaria de ter que matá-lo ou te perder. Você é minha mulher, e, mesmo sendo um otário, ele é um dos melhores lobos de luta aqui.
— Eu não gostei dele — disse Sabrine.
— Eu também não gosto dele, mas tenha limites, mesmo que seja difícil.
— Tentarei.
— Vamos dormir, você deve estar cansada.
— O quê? Vamos dormir juntos? — perguntou ela, surpresa.
— Não. Na casa tem dois quartos, mas você dormiu no meu ontem — disse Romano. — Hoje, pode continuar dormindo lá.
— E você?
— Vou para o outro.
— Não! Eu fico no outro, não quero te tirar do seu conforto.
— Então dormimos juntos. Prometo não fazer nada que você não permita.
Ela o olhou, achando fofo.
— Certo, então — assentiu, sorrindo.
Eles caminharam para casa, e a lua estava mais brilhante do que nunca. As estrelas cintilavam no céu, encantando os olhos de Sabrine.
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Atualizado até capítulo 56
Comments
Rozineide Oliveira
parabéns autora está perfeita a estória amando a nova vida desta loba não transformada mais ela chega lá
2023-09-17
32
Claudia Claudia
não gosto da maneira insolente que esse lobo se dirigiu a ela detesto essa arrogância machista ele falou o que quis e não gostou do que ouviu como todo cafajeste ordinário costuma se comportar respeito é bom e cabe em todos os lugares
2025-03-16
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Maria Sena
Eita, a Sabrine já começou fazendo inimigos, os dois são despeitados, a mulher por desejar ser a escolhida do Ronano. O loiro por inveja, querendo o posto do Romano. Eles estão no meio de cobras e escorpiões.
2025-02-16
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