Capítulo 14

Romano encarou a predestinada com a testa enrugada, não reconhecendo o porquê da expressão indiferente que se destaca na face da garota ruiva. Já a morena que se chama Patricia, revirou os olhos com raiva pela presença da garota em sua frente. Mesmo que não conheça a nova loba da alcateia, Patricia já a considera uma rival, assim como todas as outras lobas que se aproximam ou se aproximavam de Romano. Desde pequena se encantou pelo alfa, pelas as coisas que ele fazia por si, e a maneira que também lhe tratava. E com o decorrer do tempo, passou a ficar mais louca por ele, e com o incentivo da mãe de o encantar, mas a mãe dela sempre foi uma mulher ambiciosa e venenosa, inclusive já quis conquistar Fred pela posição que ele adquire no passado. Agora a mãe de Patrícia, deseja que ela faça de tudo, sem quaisquer limites para conquistar o alfa da alcatéia, assim podendo também liderar.

— Sabrine? Aconteceu alguma coisa? — Romano a questionou, observando-a com uma expressão confusa. A garota bem menor parecia furiosa por algo, mas o alfa não conseguiu identificar o que estava a fazendo ficar com tanta raiva. A raiva é evidente pelo avermelhado do rosto, uma das sobrancelhas levemente levantada para cima e os lábios espremidos.

— Está tudo ótimo. — Sabrine respondeu em um tom de voz diferente das outras vez, e o questionamento a seguir fez que Romano entendesse: — O que tanto conversam?

Antes que Romano a respondesse também, satisfeito por ver a garota com ciúmes, Patrícia a retrucou.

— Para quê você quer saber? São conversas íntimas, não é da sua conta. — Patricia falou, jogando todo o veneno em palavras.

— Conversas íntimas? — Repetiu, dando um sorriso sarcástico. — A única que pode ter conversas íntimas com ele sou eu.

— Não se esqueça que não estão juntos ainda, então… Você sabe. — Patricia insinuou, tentando passar confiança.

— Então o quê? — Cruzou os braços, olhando para ambos. — Eu não sei, poderia me dizer? — Desafiou.

— Eu posso ter ele. Você não entende mesmo né, garota? As chances comigo são bem maiores, você… É um nada.

— Não entendo, porque isso só passa na sua cabecinha oca. Você quem não entende que o lobo dele a rejeitou, e me aceitou. — Sabrine replica, encarando os dois, mas com raiva por Romano se permanecer calado.

Sabrine observou os olhos de Patrícia encher-se de lágrimas, e em impulso a mão da mesma levantou-se, prestes a cometer o ato de desferir um tapa, no rosto da ruiva.

— Não ouse, Patricia. — Mandou Romano, segurando o pulso da mesma.

— Mas você não viu?! Essa garota me ofendeu… Vai deixar assim mesmo? — Choramingou, tentando mostrar o quanto estava frágil na situação. No entanto, Romano a conhece o suficiente para ter conhecimento que ela é manipuladora.

— Você provocou, então aguente as consequências. — Romano bradou.

— Por que está me tratando assim? — Deixou lágrimas de mágoa e raiva escorrer pelo rosto. Sentiu-se humilhada por ver que as outras pessoas estavam os observando. — Romano… Você sempre cuidou de mim, e agora está deixando que essa menina fale comigo dessa maneira.

— Ela é minha predestinada, entenda isso. Você como ninguém aqui, não deve ofender ou ousar bater-lhe. — Relatou.

— O que ela tem que eu não tenho? — Gritou enfurecida, puxando o próprio braço do aperto do Alfa.

— Ela não é você, é apenas ela. Por isso meu lobo a escolheu, por isso eu a escolhi.

— Achei que me amava, mas eu estava enganada. Você está machucando meu coração por causa de uma desconhecida que chegou de repente e fez alvoroço. — As pessoas ao redor se aproximavam cada vez mais, por conta da discussão que estava ocorrendo ali.

— Você se iludiu, eu sempre deixei claro as minhas intenções. Nunca te amei, e nunca vou te amar também. Apenas lhe dava um carinho, por nossos anos de amizade. — Romano ditou, fitando a mulher morena suspirando fortemente e com rapidez. — Agora você como todos os outros tem que entender que Sabrine foi escolhida pelo meu lobo, será minha mulher e mãe dos meus filhos. Além de que vai liderar a alcateia comigo, então todos devem a respeitar.

Sabrine sentiu seu coração palpitar com velocidade absurda. Pela primeira vez em sua vida sentiu sentimentos em olhares e falas sobre sua pessoa, e o sentimento que a preencheu foi turbulento.

Em instante, Romano notou a presença dos pais de Patrícia se aproximando. Estela foi até sua filha, a confortando e olhando com fúria para Sabrine e Rio foi até Romano, o questionar.

— Minha filha, você está bem? — Estela perguntou, abraçando a filha. Que fez questão de negar com a cabeça e abraçar com firmeza a mãe.

— Romano, o que houve aqui? — Rio indagou com estranheza.

— Sua filha andou me desrespeitando e atingindo minha predestinada com ofensas e ousou levantar a mão, para bater nela. — Romano o explicou. — São coisas que não tolero, então a trate de ensinar modos.

— Como assim? Vocês sempre foram próximos, inseparáveis. Você cuidou dela em muitos momentos, desde pequenos. Agora está a difamando? — Rio falou demonstrando raiva. — Parece que esqueceu os anos de amizade que temos consigo e sua família.

— Você também deve medir suas palavras, caso não queira que aconteça coisas que te atinja. — Falou, continuando: — E sempre cuidei da sua filha, mas Patrícia é uma mulher agora e deve medir seus atos impulsos.

— Achávamos que você gostasse da nossa filha, mas pelo que vi, era tudo mentira. — Estela desferiu, enfurecida. — Tudo por essa garota de cabelo de fogo.

— Respeite-a! — Bradou. — Sempre respeitei todos da sua família e espero o mesmo de vocês. Não sei qual fantasia criaram em suas mentes, mas nunca gostei de Patrícia romanticamente. Eu a via como uma amiga, mas se ela continuar com impulsos como esse que quase cometeu… Terei que desconsiderar. — Falou, se aproximando de Sabrine. — Agora temos que ir, e espero que isso não aconteça novamente.

Romano se distanciou deles, segurando a mão de Sabrine, lhe levando para longe.

— Sério… Eu não queria trazer intrigas. — A garota ruiva falou com preocupação.

— Eu sei disso. E também sei que vão ter que te respeitar, por bem ou por mal.

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