HELENA FAETT,
Acordei com o despertador do celular cantando insistentemente em cima do criado mudo. Abri os olhos lentamente, a fim de acostumar com a claridade. Me virei para pegar o celular e desligar o despertador, mas senti algo pesado ao redor de minha cintura. Me virei para olhar, e lá estava um braço cheio de tatuagens me agarrando pela cintura, e eu já sabia quem era o dono daquele braço, só não sabia como fui parar na mesma cama que ele.
— Que porra é essa, Duran? O que aconteceu? — vociferei sentando na cama de uma vez.
— Você quer mesmo saber? — perguntou ainda com os olhos fechados. Pude observar bem seu corpo perfeito, e seu braço esquerdo que estava atrás da cabeça.
— Quero. — falei com ímpeto.
— Só olha por baixo de seu lençol.
Eu olhei, e constatei estarmos sem roupa. Duran estava calmo, me deu vontade de bater nele, até ele ter uma morte lenta.
— Nós dois transamos? Foi isso? — perguntei não acreditando no que eu estava vendo. Por um instante, achei que ele teria tirado minha roupa, somente para dizer que tivemos alguma coisa na noite passada, para me atormentar.
— Sim. E foi uma delícia, só minhas costas que doeu um pouco porque você me arranhou com sua unha de gata selvagem enquanto gemia loucamente. — Duran abre os olhos e me encara com um sorriso ladino.
— Seu canalha, se aproveitou de mim, eu estava bêbada, Duran, você sabe o que é estar bêbada? — me levantei da cama com o lençol ao redor de meu corpo. Duran ficou nu, mas nem ousei olhá-lo, e para ele era a coisa mais linda do mundo ficar nu, ele não tinha um pingo de vergonha na cara.
— Não me aproveitei nada, você quem quis, e eu como um bom cavalheiro que sou, ainda perguntei se tinha certeza. — ele me encara com um sorriso cínico nos lábios. — Mas o engraçado é que disso você não lembra, você estava bêbada e que eu saiba, não tem amnésia, bebê.
— Você é um cretino. — sai dali indo tomar banho.
— Que ótimo. A velha e chata Helena voltou, terei que te embebedar todos os dias, você é mais legal quando está bêbada. — Disse alto para eu escutar, e eu bufei de ódio.
Tomei meu banho, fiz minha higiene e prometi a mim mesma que não beberei nunca mais, ainda mais estando na companhia de Duran. Saí do banho e fui me vestir.
— Tome seu café da manhã e vamos embora. Já chega de férias por esses meses. — disse ele entrando no box.
— Férias boas essas. Tão boas que não quero mais voltar, acreditar? — falei alto para que ele ouvisse.
— Você é chata, não sei como seus alunos te aguentavam. — disse, e eu fingi não escutar.
Tomei meu café da manhã, não esperei ele, naquele momento desejei ter asas para voar para bem longe de Duran. Mas nem tudo que desejamos a gente consegue, né? A nossa relação está ficando insuportável, ter que aturar tudo isso por cinco meses me cansa, só em pensar. Agora, eu vejo que não tenho culpa se Dylan me comprou, gastou dinheiro comigo no leilão, e para não ficar o rombo na casa noturna, eu que tenho que pagar essa bendita dívida. Sinceramente, não entendo.
— O que está pensando? — Pergunta Duran entrando no closet.
— Até dos meus pensamentos você quer saber? — perguntei indo me arrumar.
— Tudo que tem a ver com você, eu tenho que estar por dentro. — disse ajeitando a camisa social. — Vai que está cogitando me matar. — completa.
— Se eu tivesse cogitando isso, jamais te deixaria de sobreaviso. Mas é inútil te matar, não sujo minhas mãos com pouca coisa.
— Pouca coisa? Hahahahah — gargalhou me deixando irritada. — Ninguém nunca conseguiu me matar, gatinha. Muitos tentaram e falharam.
— Que pena. — falei terminando de me vestir. — Vitor Duran, posso te falar uma coisa?
— Pode sim. — confirmou me olhando.
— Eu não te suporto. — falei vendo ele franzir o cenho.
Ele caminhou até mim, e me encurralou na parede, me observando como se eu fosse um animal exótico.
— Helena, você é tão pura e inocente, que suas mentiras chegam a me dar pena. Mas uma coisa eu te deixo de aviso, um dia essas palavras de que não me suporta, será somente breve lembranças, porque você vai lembrar de mim, e vai sentir saudades, vai se dar conta que mentiu para si mesma. — senti seus toques sutis em meu rosto, meu coração palpitava no peito, meu corpo traidor me entregava, mas consegui dominá-lo antes que Duran percebesse.
— Não se iluda. — comentei. Duran apenas me mostrou um sorriso, se aproximou, mas de mim, pude sentir suas mãos em minha cintura, como se quisesse me manter no lugar. Seus lábios se aproximaram dos meus, e senti lentamente o gosto maravilhoso de seus beijos, uma de suas mãos foi para trás de minha nuca, e após ele colocou a outra, percebi que nosso beijo tinha uma química, algo diferente. Nos separamos por falta de fôlego.
— Você percebeu? Você mente para si mesma, mas para mim não, Helena Faett, você sente algo e não se convence disso. — Provocou.
— E isso importa para você, senhor Duran? — o desafiei, sentindo ainda meu corpo em puro combustão.
— Não! Para mim, tanto faz, mantenho minha palavra de que você não pode se apaixonar por mim, não sou apenas de uma só, sou de várias. — disse saindo da minha frente.
— Me disse que não fica com uma pessoa várias vezes, e me provou o contrário. Como posso acreditar que as outras palavras são verdadeiras?
— São verdadeiras, só que para você abri exceção, estava bêbada e insistiu muito, então cai na tentação.
— Ah, tá, sei, vou acreditar. — falei saindo dali.
Alguém bateu na porta, caminhei até ela e atendi. Era Heitor, eu não me aguentei e olhei para ele, e me acabei de rir, por lembrar que fiz ele dormir.
— Bom dia, senhorita. — disse Heitor abaixando a cabeça por sentir vergonha, e me senti mal pelo que fiz.
— Bom dia, Heitor. — eu o encarei. — Olha, Heitor, eu quero me desculpar pelo que fiz ontem com você, foi muito mal da minha parte, mas você está tão irritante que tive que fazer. — falei, e ele me desculpou. — Você já tomou café?
— Não, senhorita, acordei agora, e vim avisar que o iate já chegou ao nosso destino. — avisou.
— Vem, Heitor, entra e toma um café antes de irmos, creio que dará tempo.
— Não posso, o senhor Duran vai reclamar, ele não costuma misturar as coisas, a senhora entende.
— Entendo. Mas sou eu que estou convidando, ande entre e tome café comigo. — convidei e ele entrou, e tomei novamente café com Heitor, fiz de conta que ainda não havia tomado, só para fazer companhia a ele.
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Atualizado até capítulo 56
Comments
Dirce Felisbino
Amando Helena e Duran ❤️❤️
2023-07-31
18
Claudia
eu acho ela infantil e irritante.
eles tem química sim... mas ela tá ficando chata... tudo reclama implica, fala demais ... affffffffff
2025-03-26
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Lucia Maria
kkkkkkkk a Helena não dá mole pra Duran
2025-01-15
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