Capítulo 13

HELENA FAETT,

— Dylan, a partir do momento em que me associei a você, não lhe dei todo o direito sobre as minhas propriedades. — Duran reclamou.

— Que propriedades está falando, Duran? A garota ou a casa noturna? — Dylan questionou.

— Tudo. — Ele soltou uma respiração pesada. — A partir deste momento, estou desfazendo minha associação com você. Você errou feio.

— Faça como quiser, mas a garota vem comigo. Eu a quero, e nenhuma mulher me rejeita. — Dylan olhou para mim com olhos sombrios.

— Ela não vai com você. — Vitor desafiou.

— Então esperarei pelo leilão amanhã. Estarei aqui na primeira fila e a comprarei. Você não pode fazer de uma puttana sua esposa, as regras da máfia não permitem. — Dylan avisou antes de sair.

— Que história é essa? Além de nos trazer aqui, ainda nos vende como pedaços de carne? — perguntei, encarando Duran.

— Mas é isso que vocês são. Feitas de carne ou não? — respondeu com desdém.

— Tomara que ele me compre. Prefiro ir com ele do que ficar olhando para a sua cara de canalha e galinha. Serei mil vezes mais feliz com ele, me entregarei a ele. — falei, cuspindo as palavras em Duran, vendo a raiva crescer nele.

— Está louca se pensa que vou deixá-la ser levada por esse canalha. Você é minha propriedade e acabou. — ele disse, virando-se para sair dali.

— Se sou sua propriedade, então me tire daqui e me leve com você. — gritei, vendo Duran parar no lugar. Imediatamente ele voltou e ergueu meu queixo, forçando-me a olhá-lo.

— Quando digo que você é minha propriedade, não estou dizendo ser minha mulher, mas minha escrava. Isso significa que posso fazer com você o que eu quiser.

— Não sou sua escrava, não sou sua. — gritei com raiva.

Duran me pressionou contra a parede, apertando meu pescoço, e me beijou com ódio. Tentei me livrar de seus apertos, mas ele era mais forte que eu.

— Não gosto de repetir o mesmo, amorzinho. Escute bem, eu odeio que gritem comigo. Entendeu? Então seja boazinha e não apareça no leilão, caso contrário mato você. — disse, me soltando, e foi embora dali.

Pensei em me vingar dele, da pior maneira. Se ele não gosta que eu me exiba pela casa noturna, é isso que farei, farei tudo ao contrário do que ele gosta. Corri até o quarto de figurinos das meninas, vesti uma roupa provocativa, coloquei uma lingerie bonita por baixo e uma máscara, quando finalmente estava pronta, fui até o palco, onde havia muitos homens bebendo e conversando.

Bem no meio do palco, havia uma barra de pole dance. Me aproximei dela gradualmente até atrair todos os olhares para mim. Olhei para a área vip e vi que Duran estava lá, observando tudo, com uma mulher em suas pernas. Talvez ele ainda não tivesse percebido que era eu, por isso não veio até mim para me tirar de lá.

Comecei a dançar ao redor da pole dance, fazendo movimentos sensuais. Ouvi muitos assobios. Tirei as poucas roupas que me cobriam, mostrando a lingerie vermelha. Olhei para a área vip e não o vi mais lá, apenas a mulher que estava antes em seu colo, me olhava com raiva.

Continuei com meu show e só parei quando a música sensual terminou. Escutei gritos, aplausos e pedidos para eu retornar ao palco. Mas não fiz aquilo porque gostava, apenas para provocar Duran. E parece que funcionou, pois quando caminhei até o quarto, braços fortes me puxaram para dentro com rapidez e ele trancou a porta.

— Ficou louca? Perdeu a noção do perigo, né? — perguntou Duran.

— Não! Apenas estou fazendo meu trabalho. — respondi.

— Isso não é trabalho para você. Já pensou quantos homens agora estão loucos para te possuir? — disse, passando a mão nos cabelos e bagunçando-os.

— E isso te importa, Duran? Porque você me disse que sou sua escrava, e escrava não tem tanto valor.

— Não teste minha paciência, Helena. — Gritou.

— Sai do meu quarto, Duran. Me deixa sozinha. — o expulsei.

— Vou ficar aqui com você. Quando não quero voltar para casa, eu sempre fico aqui nesse quarto. — disse, tirando a roupa, ficando apenas de cueca box branca.

— Ficou louco. Se pensa que vou dormir com você na mesma cama. — reclamei, cruzando os braços na altura do peito.

— Você quem sabe. Então, durma no chão. — falou, me fazendo abrir a boca em um perfeito “O”. — Tira essa roupa, porque se não, vou pedir para você fazer um striptease somente para mim. — Falou, me olhando. Ele se ajeitou na cama macia e fechou os olhos, mostrando um sorriso safado, o que me irritou de alguma forma.

Caminhei para o banheiro, tirei as roupas que me apertavam, e tomei um banho quente. Assim que terminei, peguei uma camisa de Duran que estava no closet e me vesti. Depois, deitei sobre a cama.

Duran estava de costas para mim. Fechei os olhos por alguns segundos e senti os braços dele me cobrirem.

— O que está fazendo? — perguntei, encarando aqueles olhos misteriosos.

— Só tentando te esquentar. Não quer o lençol? — Duran ofereceu.

— Não. Prefiro morrer de frio a ficar debaixo do mesmo lençol que você. — respondi.

— Então tá. — respondeu, tirando os braços da minha cintura.

Não demorou muito para que eu comece a tremer de frio devido ao ar-condicionado que estava ligado, mas também não queria pedir e ter que quebrar minha palavra de que eu não queria o lençol. Imaginar que ficaria debaixo do mesmo lençol que Duran me fez tremer ainda mais. Peguei a ponta do lençol devagar e fui me cobrindo lentamente, sem que ele percebesse. Mas parecia que o homem era um morcego, ele não dormia.

— Sabia que não ia aguentar. — comentou ainda de olhos fechados.

— Você não dorme, não? — disse, me cobrindo de uma vez.

— Não! Ainda mais quando estou ao lado de uma comida favorita, que há muito tempo quero devorar, mas não me deixam. — começou a sorrir.

A vontade que eu tinha era de bater naquele homem até ele ficar roxo.

— Por mim vai passar fome. — falei, sem o olhar.

— Nunca diga: “Dessa água não beberei”, gracinha. — comentou.

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