HELENA FAETT,
Não faço a menor ideia do que está se passando na cabeça de Duran, achando que posso me apaixonar por um ogro sem coração como ele. Mas mostrarei na prática como um homem deve respeitar uma mulher. Ele me arrancou do meu ambiente, me forçou a vir até aqui, e agora, para piorar minha vida, tive que assinar um contrato de casamento. Ótimo!
Terminei de me vestir e desci para a cozinha. Uma das funcionárias da casa me serviu café, suco, frutas e pães. Acho que em dois meses parecerei uma baleia-assassina. Mas aproveitei aquele belo café da manhã sem reclamar.
— Temos uma viagem, esteja pronta em trinta minutos. — Duran disse, me pegando de surpresa.
— Como assim? Uma viagem para onde? — perguntei, quase engasgando com o suco.
— Acho que você deveria ser um pouco mais inteligente e fazer menos perguntas, Ragazza. — respondeu, me encarando.
— Ah, claro, alteza. Claro, não se preocupe, senhor. — respondi com desdém.
— Comporte-se, Helena. Tudo isso está no contrato. Quando tiver tempo, peça e leia com atenção. — disse, subindo para o quarto.
Aí que ódio desse homem! 💭
Terminei meu café e subi para o quarto. Arrumei algumas roupas na mala, e quando tudo estava pronto, vesti um vestido branco que estava no closet, passei maquiagem e fiz um coque mal feito.
Desci para a sala puxando a mala de rodinhas. A primeira face que vi foi a de Duran, que parecia querer me engolir com os olhos. Ele estava falando com alguém no celular e imediatamente desligou e guardou o aparelho no bolso.
— Por que não vai só de lingerie?
— Porque há momentos certos para isso.
— Não seja palhaça. Esse vestido é muito curto e decotado. Não gostei nem um pouco dele.
— Mas você não tem que gostar. Eu que tenho. Não me vesti para você.
— Claro! — Duran me mostrou um sorriso sem graça. — Então, senhorita, peço gentilmente que você vá trocar. Não ficou bem em você, minha futura noiva não pode usar esse tipo de roupa. Está escrito no contrato.
— Acontece, senhor Duran, que sou sua futura noiva, e o contrato só é válido para mim quando for consumado. — Desafiei, chegando próxima a ele, nossos olhos se encontraram por breves segundos, até ele se esquivar.
— Odeio pessoas teimosas e desobedientes.
— Odeio homens arrogantes e intrometidos que acham que podem tudo.
Passei por ele e entrei no carro, deixando-o para trás com suas frustrações. Ele não pode me controlar e eu não deixarei que isso aconteça. Sempre fui independente, nunca tive um homem ao meu lado para me dizer o que devo fazer ou não. Nem minha mãe me dava ordens, porque confiava em mim. Vou deixar um desconhecido mandar em mim? Isso não.
Demorou um pouco para que ele entrasse no carro. Bateu a porta com raiva e não me olhou. Eu já sabia que ele estava possuído, então nem me atrevi a puxar assunto com ele.
Algumas horas haviam se passado e o carro estacionou próximo a um jatinho particular. Entramos e nos sentamos. Para o meu azar, ele sentou à minha frente.
— Está tranquila? Não quer descansar um pouco?
— Não, obrigada.
— Ok. — disse, abrindo o notebook.
Observei Duran digitar algo rapidamente, parecia bem concentrado no que fazia.
— Me fala uma coisa, Duran é seu sobrenome, como se chama de verdade? — perguntei, sentindo o olhar de Duran queimar minha pele, engoli em seco.
— Por que a curiosidade agora? — perguntou, voltando a dar atenção ao que estava fazendo.
— Só curiosidade.
— A sua curiosidade quase matou o gato. — disse sorrindo calmamente.
— Engraçadinho, se não quer responder não responda. — falei impaciente.
— Me chamo Vitor Duran, mas prefiro que me chame somente de Duran, é meu sobre nome profissional.
— Ah, tá bom, nome profissional. Essa foi boa.
Sem perceber, estávamos sorrindo das besteiras faladas. Aquilo era bom, sair um pouco da rotina. E eu nunca vi o sorriso daquele homem. Ele sempre se mantinha sério, e agora me mostrou seu sorriso perfeito, cheio de dentes brancos como neve. E eu não pude deixar de notar, aqueles lábios bem desenhados e avermelhados como se ele tivesse passado batom.
Passaram-se várias horas sobrevoando. Estava cansada e acabei adormecendo na poltrona. Alguns minutos depois, senti ser levada por alguém e meu corpo ser colocado sobre algo macio e um pouco frio. A pessoa me cobriu.
Acordei horas depois, abri os olhos devagarinho e pude constatar que não estava sozinha. Duran estava deitado ao meu lado. Levantei e fui ao banheiro, me encarei um pouco no espelho. Era como se ele estivesse o tempo todo comigo. Aquela situação me deixou desconcertada. O cheiro do perfume de homem safado e descarado estava impregnado em minha roupa, certamente deve ter ficado quando ele me pegou no colo e me colocou sobre a cama. Eu já não via a hora de pousarmos para que eu não fique tanto tempo perto.
Continuei no pequeno banheiro, sentei na tampa do vaso minúsculo e fitei um lugar vazio. Foi quando alguém bateu na porta.
— Helena, você está bem?
— Estou ótima, não se preocupe.
— Ah, que bom. Quando acordei, não vi você e pensei…
— Pensou que eu tinha pegado um paraquedas e me jogado? Não! Se bem que isso não era uma má ideia. — falei, abrindo a porta. Duran estava ali, com os braços esticados na entrada, e sem querer dei de cara com ele. Senti sua respiração pesada próxima à minha testa e fiquei imóvel ali mesmo.
— Me odeia tanto assim, a ponto de querer sair logo do jatinho, mesmo que seja usando um paraquedas? — perguntou, e eu assenti com a cabeça. — Que ótimo.
— Posso passar? — pedi.
— Claro! Fique à vontade. — disse, sem se mover do lugar.
— Mas para eu passar, você tem que sair da minha frente.
— Ah, sim, verdade.
Duran saiu da minha frente, me dando espaço para passar. Voltei para minha poltrona, coloquei o cinto de segurança e fiquei quietinha em meu lugar. Duran também voltou para o lugar e como sempre, enfiou a cara no que sabia fazer de melhor, trabalhar.
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Atualizado até capítulo 56
Comments
Maria Silva
gente tô sem entender o lado dele que não lembra de usar camisinha queria que a autora fizesse ele lembrar da primeira vez deles
2025-03-22
4
Elizabeth Fernandes
É Duran vc encontrou o seu oposto feminino agora aguenta kkkkk
2025-03-14
1
Edilaine Marques
amando seu livro, muito boa estoria, Amo esses mafiosos.
2025-03-25
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