HELENA FAETT,
Saí da aula e fui direto para a academia. Quando saí de lá, já estava bem tarde. A rua por onde passei é estranha e isolada, mas tranquila, ninguém costuma passar por lá. A sorte é que nunca aconteceu nada até agora.
Ao passar por alguns becos da cidade, me deparo com uma cena bastante perturbadora. Meu coração dispara, começo a chorar e entro em choque ao ver Bryan aos beijos com Maria, uma amiga da academia. Estavam praticamente se devorando, nenhuma agulha encebada passaria entre os dois.
Saí dali correndo, entrei no mesmo beco de sempre e, sem querer, vi quatro homens altos vestidos com o mesmo modelo de roupa, espancando outro homem no chão.
Dei alguns passos para trás e, ao ouvir tiros sendo disparados, dei um grito de susto. Infelizmente, eles perceberam que eu estava ali. Corri, mas fui detida por dois que se colocaram à minha frente e outros dois que ficaram atrás de mim.
— O que você viu? — perguntou um deles.
— Não vi nada, só me assustei com o barulho do tiro e voltei para trás. — expliquei.
— Olhe para mim. — outro pediu. Olhei nos olhos dele. — Ela está mentindo, viu mais do que deveria. Podemos matá-la aqui mesmo, o chefe nos agradecerá. — comentou, olhando para os outros três.
— Por favor, eu juro que não vi nada. Se não acreditam, peço que poupem minha vida. Farei qualquer coisa. Liguem para o chefe de vocês e deixem-me falar com ele. — implorei, desesperada. Não fazia ideia do que havia me metido.
Eles se entreolharam e, por fim, um deles saiu digitando um número no celular e ligando para alguém, provavelmente o chefe. Estranhamente, achei que esse homem poderia me salvar.
Alguns segundos depois, o homem que estava fazendo a ligação retornou e me olhou.
— Tem sorte, garota. — falou, olhando para mim. Em seguida, olhou para os outros. — O chefe deu ordens para levarmos a garota e entregá-la nas mãos de Demetrio.
— Sortuda. — todos concordaram.
— O chefe não tem dó de ninguém, mas teve de você. Agradeça aos céus. — comentou outro.
Por um momento, meu coração se acalmou. Soltei a respiração pesada que estava prendendo. Um daqueles brutamontes me agarrou e me jogou no carro. Meu desespero era tanto, nunca havia passado por essa situação.
Praticamente, estava sendo sequestrada e levada, só Deus sabe para onde, com quatro loucos desconhecidos. Não sabia se estaria viva amanhã. E se me matassem e jogassem meu corpo por aí? Ou pior, se cortassem meu corpo e jogassem meus pedaços aos cachorros? Comecei a chorar, o pânico me consumiu.
Comecei a culpar aquele miserável do Bryan. Tudo o que fiz por aquele ingrato foi amá-lo, dei carinho e o melhor de mim, e nada foi suficiente. Ele me paga com traição e desgosto.
— Quer parar de chorar? — pediu o mesmo que queria me matar.
— Já viu uma pessoa ser sequestrada e sorrir? Acho que não, né? — respondi. Não tinha mais medo de morrer. Se me matassem ali mesmo, seria bem melhor. Não sentiria mais dor na minha alma.
— Não fala assim comigo. Sua sorte é que não podemos tocar em você. — falou. Eu apenas o olhei e desviei o olhar.
Passamos pela minha casa e chorei ainda mais, vendo-a ficar para trás. Algumas horas se passaram e finalmente paramos em frente a uma mansão enorme.
Um deles saiu e tocou a campainha. Um homem muito bonito saiu de dentro, olhou para o carro, mas talvez não tenha me visto devido às janelas de vidro estarem fechadas. Vi ele concordar com a cabeça.
— Vamos. — o troglodita me puxou para fora e me colocou de frente com aquele homem de olhos azuis. Fiquei pensando se ele era o tal chefe.
— Ficará aqui até o chefe dar ordens e ver se fica quietinha. Não abuse da sorte. — avisou, após entrar no carro e sair.
Abraço meu corpo e começo a tremer.
— Vamos entrar. Fique tranquila, não machucarei você. A palavra que vale aqui é do Duran. — disse, guiando-me para dentro, e fechou o portão. — Como se chama?
— Helena. — falei.
— Bom, Helena, eu me chamo Demetrio. — disse enquanto entramos na casa. — Você pode subir e ficar à vontade para escolher um quarto para descansar um pouco. Se estiver com fome, pode me dizer. Pedirei para a Ane levar algo para você comer no quarto.
— No momento, só quero ficar sozinha, por favor. — falei.
— Tudo bem. — respondeu, e eu subi as escadas. Como ele havia dito, escolhi um quarto e me tranquei dentro. Sentei-me na cama king size e comecei a chorar.
Agora, tenho que deixar minha vida e tudo o que construí para trás. Minha mãe, minha vida, meu trabalho que tanto amo. Tudo em mim doía, doía muito.
A exaustão me levou para a escuridão. De tanto chorar, acabei adormecendo. Acordei com alguém batendo na porta. Abri e uma senhora de uns cinquenta anos entrou no quarto, trazendo em suas mãos uma bandeja com suco, pães e frutas, e colocou sobre o criado-mudo.
— Coma, o menino Demetrio pediu para trazer para você. — falou ali parada à minha frente.
— Sinto-me como um pássaro tirado de seu próprio habitat. — falei.
— Se não comer, ficará fraca, e será pior quando voltar ao seu habitat. — respondeu.
— Quer dizer que vou voltar? — perguntei, olhando para ela.
— Não sei, não tenho certeza, mas meu menino está tentando falar com Duran para deixar você tranquila.
— Não é certeza. — falei triste.
— Mas é uma esperança, e quando estamos vivos, é a única que morre.
Concordei com a cabeça e comecei a me alimentar. Aquela comida estava ótima, e quanto mais eu comia, mais queria dela. Assim que terminei, aquela senhora veio e levou a bandeja para a cozinha, e eu voltei a me deitar.
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Atualizado até capítulo 56
Comments
MARIA LUZINETE DIAS SILVA
Ela estava na hora errada, lugar errado e pessoas erradas, é a treva, coitada
2025-03-04
8
Elizabeth Fernandes
Helena vc estava no lugar errado e tadinho não acredita em amor vai cair de quatro por ela só tô vendo kkkkk
2025-03-14
0
Marcia Cristina Carneiro
concordo plenamente com VC colega meu 09/03/25/
2025-03-10
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