Capítulo 03

VITOR DURAN,

— Droga, Demétrio, onde você está, seu cretino? — reclamei ao ligar para Demétrio diversas vezes, e ele não atendeu nenhuma das minhas ligações.

Eu não poderia chegar atrasado a uma reunião importante em Londres, com um dos chefes da máfia mais temida daquele lugar. A reunião seria para tratar da exportação de contêineres de drogas, que eles mandariam para dentro da minha área. Sempre que estou estressado, bebo uísque para acalmar os nervos, e é o que faço nesse momento, bebo bastante. Dessa vez eu me acalmo, ou pioro logo.

Escuto uma batida na porta e me viro para olhar. Se fosse Demétrio, eu faria questão de arremessar o copo de uísque na testa dele. Mas não era ele, e sim meu mordomo.

— Senhor, Demétrio já está na sala de visitas à sua espera. — anuncia Devam.

— Ótimo! Obrigado, Devam. Pode se retirar. — digo, tomando o líquido de uma só vez. Coloco o copo seco na mesa, ajeito os botões do meu paletó e caminho até a sala de visitas. Já fui logo lançando um olhar nada amigável para Demétrio, que entendeu muito bem o recado.

— Desculpe pelo atraso, Majestade. Prometo na próxima vez ser pontual. — diz em um tom de deboche.

— Ótimo! Espero que cumpra o seu prometido, porque você não imagina como odeio atrasos, e você também não imagina a cena tão linda que eu queria fazer com você. Então se poupe dessa tragédia. — Aviso passando por ele.

Meus soldados estavam do lado de fora, enfileirados, cada um em sua posição. Alguns iriam comigo na viagem, outros estariam à disposição da casa, e outros cuidariam da sede da máfia. Cada um, sábia o seu dever. Sou uma pessoa que fala uma vez. Se entendeu, entendeu. Se não entendeu, ficará com dúvida, porque eu não costumo repetir o mesmo, e dar a mesma ordem.

Entrei no carro e fui levado até o aeroporto particular, onde embarcaria em um jatinho. Não levaria mais que cinquenta minutos para chegar lá. Saí do carro e caminhei a passos largos até o jatinho. Entrei na companhia de Demétrio e nos sentamos. Logo em seguida, o jatinho decolou.

Demétrio havia sentado na poltrona à minha frente, mexendo em seu celular, teclando com alguém enquanto sorria discretamente. A aeromoça passou por mim, e eu pedi que trouxesse um uísque. Ela buscou e retornou logo depois com uma garrafa e duas taças. Ela saiu dali, e eu me servi.

...                                                                                    ****************...

— Estamos pousando, senhor. Coloquem os cintos. — avisou o piloto.

Coloquei o cinto e me certifiquei de que o mesmo estava seguro. O jatinho pousou com segurança no solo, e sem perda de tempo saí de meu assento e fui direto para o carro que me esperava ali do lado de fora, e seguimos viagem.

— Quantas horas de viagem ainda temos? — Demétrio perguntou, enquanto deitava presunçosamente no banco do carro.

— Temos no máximo mais duas horas para chegar ao nosso destino. — falei abrindo meu notebook.

— Duas horas de longa viagem? Estou cansado já. — reclamou, ajeitando seu corpo.

— Então, por que veio? Sabe muito bem que essas viagens são cansativas e demoradas. — respondi sem o olhar.

— Vim porque precisa de mim. — respondeu, fechando os olhos.

— Não reclame então. — Soltei o ar pesado que eu estava prendendo, enquanto meus dedos estavam trabalhando rápido, respondendo alguns e-mails que estavam chegando.

Seguimos o percurso em silêncio. Demétrio fechou a matraca, e finalmente continuei nos seus e-mails, tudo na maior paz e tranquilidade. Depois de duas horas terem se passado, finalmente chegamos no hotel em Londres. Meu motorista estacionou o carro, e eu desci acompanhado por um dos meus seguranças pessoais. Ainda bem que eu já havia ligado e reservado um quarto, assim eu apenas subiria, tomaria um banho para relaxar.

Meu segurança levou minhas malas para dentro. Demétrio foi para a casa de um amigo se hospedar por lá, porque disse querer ver sua mãe que está doente no hospital. Então eu o liberei por hoje. Peguei o cartão-chave na recepção, e depois segui para o elevador.

Parei na frente da porta de número 40, onde seria meu quarto por aqueles dias. Abri a porta, entramos e meu segurança deixou minhas malas no canto do quarto.

— Obrigado, Johan, pode se retirar. — disse, tirando meu blazer, e o coloquei em um cabide na parede.

— Sim, senhor. — respondeu e saiu dali.

Sem perda de tempo, fui para o box, tomei um banho para relaxar os músculos um pouco. Estava me sentindo tenso e exausto. Saí do banho e peguei uma roupa. Me arrumei, e depois segui para o elevador.

Enquanto o elevador descia, olhei em meu relógio para me certificar do horário. Já eram 19:15. O elevador parou no andar de baixo, eu saí apressadamente para fora. Assim que Johan me viu, ele jogou imediatamente o cigarro que estava fumando fora, e abriu a porta do carro para mim.

— Para onde, senhor? — perguntou me olhando pelo retrovisor interno.

— Casa noturna Viegas. — respondi, travando a mandíbula.

— Sim, senhor. — respondeu e logo ligou o carro, seguindo para a casa noturna.

Chegando na frente da mesma, Johan estacionou o carro. Ainda no carro, dei algumas ordens a ele.

— Johan, vou entrar. Fique aqui, coloque sua escuta. Sairá um homem daqui de dentro, e eu vou te passar os detalhes dele. Depois você vai segui-lo, assim que ele tiver parado em um beco aqui perto, diga para os outros, dando-lhes um sinal, e eles saberão o que fazer. Conto com você, é o cara em quem confio para esse serviço.

Johan concordou com a cabeça, eu coloquei uma pequena escuta no ouvido, testei, e tudo estava OK.

— Dylan e Miqueias estão na posição, só vão precisar da sua confirmação, é só ficar atento. — falei, saindo do carro.

Entrei na casa noturna. Por ser um homem chamativo, logo chamei a atenção de todas as pessoas ali. Isso era um saco para a minha identidade. Mas não dei a mínima atenção. Escolhi uma mesa no fundo, e me sentei ao redor dela, prestando atenção em tudo ao meu redor.

— Em que posso servir, senhor? — perguntou se derretendo toda.

— Vodca, por favor. — pedi. Ela anotou meu pedido e saiu dali.

Olhei para a área VIP, em busca do meu alvo. O cara adora ostentar, estar rodeado de mulheres, mas adora comprar drogas e não pagar. Algumas semanas atrás, liguei para ele, e quem atendeu foi uma mulher, fingindo ser parente. Quando cobrei a dívida que ele me deve, ela começou a chorar, enquanto falava que ele havia falecido. Claro que não acreditei.

— Aqui está! — a moça voltou minutos depois com meu pedido e colocou sobre a mesa.

— Obrigado! — Agradeci, e ela saiu dali.

Peguei o copo de vodca e comecei a tomar. O cara que eu queria ver desceu com duas mulheres ao seu lado.

— Maldito, miserável. — praguejei.

Liguei a escuta, e passei tudo para Johan, desde a cor da roupa do cara até o jeito que eu queria que ele morresse. Depois disso, continuei degustando minha bebida. Eu não sairia dali agora, para não levantar suspeitas.

Uma mulher loira saiu da área VIP, caminhou até mim, e se sentou, ficando de frente comigo. Sua blusa era tão decotada que os seios fartos quase pulavam para fora.

— Boa noite, gatinho. — cumprimentou.

— Boa noite. — respondi, colocando o copo seco em cima da mesa.

— O que acha de subirmos para a área VIP e nos divertirmos um pouco?

— Não perco tempo com coisas fúteis. — respondi.

— Comigo não perderá seu tempo, vai ver. — rebateu.

No mínimo, eu esperaria que ela se aborrecesse, mas me enganei. Ela me olhou, tomou o líquido de seu copo e colocou o copo sobre a mesa.

— Tenho certeza que você vai gostar. — insistiu, colocando uma embalagem de camisinha nos seus lábios carnudos.

Sou louco por sexo. Me diz, qual ser humano não seria? Porém, para mim, nem tudo se resume a isso. Ela estava insistindo muito, então decidi seguir seu jogo, porque sei que há algo por trás disso.

— Você quer? — fiz a pergunta.

— Sim, vamos subir para um dos quartos. — ela se levantou.

— Não! Se quiser, terá que me acompanhar. — falei, segurando em seu braço. Ela ficou nervosa.

— Tudo bem, não tem problema. — respondeu. — Então, você dirige, está mais sóbrio que eu. — ela esticou a mão, e me entregou a chave do seu carro. A todo momento olhava para um lado e outro.

— Está procurando alguém? — perguntei, enquanto nós dois entrávamos no carro.

— Não, não, imagina. — me mostrou um sorriso sem graça.

Seguimos para um hotel perto dali, entramos, e ela ficou todo o tempo meio receosa, olhando de um lado e outro. Eu estava prestando atenção em tudo. Muitos dos meus soldados estavam espalhados por Londres, eu não viria para cá despreparado.

Havia serviço para cumprir, e muitos aqui me odeiam. Dariam muito dinheiro para quem tivesse minha cabeça em uma bandeja de ouro ou de prato, tanto faz.

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Comments

Sobral Joyce Sobral

Sobral Joyce Sobral

tô gostando quero aonde vai essa história

2023-06-15

33

Anita Alves

Anita Alves

um ra interessante /Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm/

2025-03-09

0

Edilaine Marques

Edilaine Marques

começando no 22/03/25 e ama do, gosto muito de estórias de mafiosos.

2025-03-23

0

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