...POV Pietra...
Eram oito da manhã. Sentada na cama ao lado de Emily dormia pesadamente, eu observava cada detalhe de seu rosto, sentindo-me preocupada e impotente. Queria poder evitar tudo que estava por vir em sua vida. Imaginando que no dia seguinte ela ia passar por tudo que menos queria. Todos iam comentar, olhar, fazer piadas e ela não saberia lidar com essas coisas que para mim eram tão pequenas.
E pior, logo sua mãe ficaria sabendo e possivelmente teria que lidar com a rejeição dentro de casa.
— Você vai ter que ser forte... — falei tocando seu rosto e no mesmo momento ouvi a campainha.
Estranhando, me inclinei e beijri a testa da garota ao meu lado, logo depois levantei. Sai do quarto, desci e me surpreendi ao abrir a porta. James está ali, parado, com cara de ressaca.
— E ai pirralho. — Ele bagunçou meus cabelos, entrando sem pedir licença. Fechei a porta e o observei ir direto para a cozinha.
— O que faz aqui a essa hora? — Caminhei seguindo-o, olhando em direção a escada, temendo que Emily acordasse.
— Esqueceu que meus pais nem sonham que estou na cidade? É meu dia de folga — falou abrindo a geladeira. — A noite ontem não foi muito boa para você, hein. — Arqueei as sobrancelhas. — Não está com cara de quem transou. Quem era a garota que ia com você?
— Não é da sua conta. — Sentei no banco próximo ao balcão, observando ele pegar um pedaço de pizza gelada e comer. — Isso não é hora de bater na casa alheia! — Peguei uma maçã e joguei nele.
— Ai! — Resmungou com a boca cheia, pegando uma jarra de suco, torradas e geleia. — Fala aí, quem é a mocinha que você está desvirtuando?
Estalei a língua movendo a cabeça negativamente.
— Cara, deixa de ser idiota e me conta, desde quando voltou e porquê está trabalhando como motorista? — O observei levar tudo para a mesa na sala de jantar.
— Cheguei na quarta e tenho planos. — Levantei do banco, indo sentar na cadeira diante dele.
— Que planos?
— Fui ontem te entregar as entradas e você não me encheu tanto o saco.
— Ontem você também não parecia esse lixo humano. — Ele mostrou o dedo do meio e continuou comendo feito um mendigo. — Desembucha! — Bati na mesa.
— Se liga naquela patricinha que namorei? A Emily. — Senti meus batimentos aumentando ao ouvir aquele nome. — Dei uma dura em um amiguinho dela e descobri que a branquela armou para eu ser expulso.
Engoli em seco, fechando a mão em punho, pensando em algo para dizer enquanto ele estava alheio a minha cara de espanto.
— Não pode acreditar em pessoas que você ameaça, o rapaz podia estar apenas com medo e confessou o que você queria ouvir.
James riu.
— Claro quero não, eu já imaginava que foi ela. Não passa de uma idiota metida a besta que só pensa em si própria. — Trinquei os dentes de raiva, tentando me controlar para não manda-lo ao inferno.
— O que pensa em fazer? — perguntei, mesmo temendo sua resposta.
— Ela me fez perder o resto de confiança que o pai tinha em mim, estou pensando em fazer algo com o dela.
— O quê? Você tá louco? — Quase saltei da cadeira, me inclinando sobre a mesa, em direção a ele. — Para com isso James, vingança não leva ninguém a nada!
— Não vem bancar a tia Lizzie! Sei bem o que faço.
— Sério James, não faz bobagem. — Bati na mesa com raiva.
— É coisa minha!
Pensei no que dizer para fazê-lo mudar de idéia.
— Eu vou ser obrigada a contar aos seus pais.
— Qual é? Desde quando defende idiotas? Fala direito comigo. Afinal quem te ajudou a se livrar do seu pai? Hein? — Bufei de raiva ao ouvir aquilo. — Eu! Então fica na sua.
— Cala a boca! — Apontei com raiva e ele levantou, logo em seguida saiu caminhando para a sala.
— Só vim comer, não ouvir conselhos de gente hipocrita, que tem a ficha tão suja quanto a minha!
— Eu não tenho ficha suja, idiota! — Alterei a voz, seguindo-o.
— Claro que não, eu tenho por você. Se liga que eu sempre fiz tudo pelos outros e só me ferrei.
— Eu devia te agradecer e apoiar as duas merdas? Você estragou tudo! Eu tento te ajudar sempre que nos aproximamos, mas você sempre se mete em um buraco pior que o outro.
— Não sou mais aquele garotinho da sua infância. Depois da segunda burrada sei bem me virar, não vai ter idiota nenhum que ferre comigo e eu deixe passar em branco.
James saiu batendo a porta e dei um soco na mesma, tentando diminuir a raiva que estava sentindo devido aquela situação idiota entre ele e Emily, além de ter me feito lembrar de coisas do nosso passado.
James era impulsivo. Era como se fossem dois dele, o que cara legal que me apoiou diante das dificuldades no passado, e o imbecil que fazia coisas sem pensar nas consequências. Eu me sentia dividida entre o primo que conhecia e quem ele se tornou com o passar do tempo.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 54
Comments
Silvia Galdino
La vem problemas
2023-02-10
2
sua crush? ~ ♀️🔞
caraiiiii
2023-02-08
2
A.Maysa
não tô gostando nada do que pode acontecer daqui pra frente 😔 aguentem firme meninas pq juntas vcs vai superar tudo isso
2023-02-04
2