Vício

Quando sai do colégio notei que por sorte minha mãe não viria me buscar, então decidi ir caminhando até o prédio, já que não ficava muito long, onde teria consulta com a psicóloga. Me despedi de Nath sem contar o que aconteceu com Sam, preferi outro momento com calma, pois ela não me deixaria em paz até saber cada detalhe e eu já estava atrasada. A última coisa que queria era perder a consulta e receber um daqueles castigos de não poder sair a noite.

Antes de sair procurei Pietra, mas não a encontrei então fui caminhando por uma rua diferente a que seguiam todos que saiam do colégio. Retiroei meus cigarros e isqueiro da bolsa e assim que acendi Pietra surgiu do meu lado, fazendo meu coração saltar no peito.

— Quando vai parar com isso?

Sorri boba olhando-a caminhar com as mãos nos bolsos.

— Passei o dia inteiro sem fumar. — Pensei em beijá-la antes de acender, mas olhei para trás vi que tinha gente demais. — Eu preciso.

— Não precisa. — Ela tomou o cigarro de minha mão, jogou no chão e pisou.

— Por que fez isso ? — Altero a voz, — Não é problema seu!

— É problema meu a partir do momento em que sou eu quem vai te beijar.

— Você já sabia que eu fumo. — Cruzei os braços parando de andar.

— Não é apenas por conta do hálito, mas sim porque pretendo ter um futuro feliz e saudável ao seu lado. Não quero que daqui a alguns anos minha namorada, ou quem sabe mulher, tenha câncer por causa desse vicio idiota.

Fiquei sem palavras de início, mas minha vontade de fumar naquele momento era maior.

— Não é vicio. — Ela estava séria. — Teremos um futuro saudável, eu prometo. — Peguei outro cigarro. — Estou indo na psicóloga e isso me deixa nervosa, preciso fumar, me desculpa.

— Você já contou sobre esse seu hábito, que não é vicio?

— Não. — Acendi o cigarro — Nem vou contar, evito ficar falando sobre minha vida para uma desconhecida, por mim nem estaria indo.

— Eu acho que deveria. — Ela da alguns passos para trás. — Tenho que ir, boa consulta. — Então volta de onde veio e permaneço de pé observando-a até decidir continuar meu caminho.

...(...) ...

No fim da noite sentei de frente para ao computador e haviam inúmeros e-mails de meu pai. Ele não costumava ligar e de repente tinha surtos de preocupação comigo via e-mail. Respondi e desliguei o computador, indo para a cama onde deitei, suspirando ao pensar nos beijos de Pietra e sua implicância com meus cigarros, quando de repente minha mãe entrou no quarto sem bater e com uma cara terrível, segurando meus cigarros e isqueiro nas mãos estendidas em minha direção.

— O que significa isso Emily?

Coloquei as mãos no rosto e suspirei antes de responder.

— Nada mãe — falei lembrando de ter jogado a bolsa no sofá quando cheguei. — Espera, você mexeu em minha bolsa?

— Quem faz as perguntas aqui sou eu. Desde quando está fumando?

— Quase cinco meses — falei com a voz baixa.

— Quantos por semana?

Respiro fundo achando aquilo um saco, mas tentei lembrar e falei sem muita preocupação. Nos últimos dias havia sido menos, eu só conseguia pensar nos beijos de Pietra, apesar de que a vontade estava sempre lá, porém não era viciada, então só fumava quando queria.

— Uns... — Franzi o cenho. — Cheguei a fumar quatro maços por uma semana, mas agora eu fumo no máximo um.

— O que eu fiz para merecer isso? Emily você é minha única filha, eu não sei onde errei para você começar a fazer essas loucuras! Se eu te ver com um cigarro na mão ou sentir o cheiro de fumaça no ar você não vai sair mais dessa casa tão cedo, ainda por cima vou te levar e buscar na escola.

Ela saiu e eu bufei fechando os olhos.

Todos estavam fazendo um complô contra meu hábito. Deitei pensando sobre isso, mas de repente meus pensamentos estavam em Pietra, em seus beijos, seu toque que me faziam suspirar.

É, talvez esteja na hora de tentar parar tudo e me dedicar somente a minha garota.

De fato eu estava remando contra a maré, pois desde que namorei James minha vida deixou de ser perfeita. Eu não fui mais a filha exemplar e nem a aluna dedicada.

...(...) ...

No dia seguinte, o professor avisou que no fim de semana teriamos um passeio de dois dias com a turma de história e, felizmente, Pietra estava na mesma sala que eu.

Ela sorriu para mim quando virei para olhá-la assim que recebemos a notícia. Finalmente poderíamos dar um jeito de ficarmos um tempo maior juntas.

— Sr. Smith, posso levar uma amiga? — perguntou Mel para o professor, me fazendo lembrar de sua desnecessária existência. — Queria muito levar a Samantha. — Ela me olhou e sorriu cínica. — Acho que a Emily também quer levar ela, não é?

Mostrei o dedo do meio para ela.

— Vai se ferrar! — falei desejando ir lá ferrar a cara dela. Isso gerou falatório e assobios até o professor por ordem novamente.

— Não entendi — falou Natasha batendo em meu braço. — O que eu perdi?

— Uma longa história.

Na hora do almoço pedi para Natasha avisar a Pietra que esperava ela no mesmo lugar entre as sala, onde me encostei na parede batendo o pé no chão nervosa, juntando toda minha coragem e saudade para conseguir agarra-lá ali mesmo.

— Alguém me chamou? — Abri os olhos sorrindo e puxej ela para abraçá-la. — Pensei que não me queria mais. — Afastei olhando em seus olhos.

— Pirou? — Sorri aproximando nossos lábios. — Vamos passar o fim de semana juntas. — Deu um selinho.

— Todos estarão lá, mal vamos nos falar, só ficar nos olhando, assim como ficamos aqui.

— Não! Nós vamos fujir. — Sorri, mas percebi que ela não estava tão sorridente quanto de costume, assim como no dia anterior. — O que foi?

— Nada. — Forçou um sorriso. — Vem jantar em minha casa hoje? — Arqueei as sobrancelhas surpresa.

— Não sei, mamãe está furiosa porque descobriu que fumo. — Apertei as mãos dela e fiquei balançando-as.

— Promete que vai tentar ir? Minha mãe quer muito conhecer você melhor.

— Ela sabe sobre mim?

Arregalei os olhos.

— Sim, mas calma, ela não vai contar para sua mãe — falou me fazendo encostar contra a parede. — Sua sogra é gente boa.

— Vou tentar… — Minha respiração ficou irregular por sua aproximação daquela forma.

Fechei os olhos e logo sua língua invadiu minha boca, nossos lábios movendo rapidamente em um beijo nada calmo. Senti suas mãos apertando minha cintura, precionando seu corpo junto ao meu. Ela mordiscou meu lábio inferior e continuou o beijo que durou tempo suficiente para me tirar o fôlego e pela primeira vez com ela me senti excitada.

— Senti falta do seu beijo ontem — falei baixinho ainda sobre o efeito do beijo.

— Sério? Pareceu que o cigarro era melhor. — Sorriu deitando a cabeça em seu ombro.

— Eu vou parar, prometo.

— E também vai hoje a noite. — Ouvimos o sinal e ela se afastou.

— Vamos. — Tentei sair, mas ela me puxou de volta fazendo-me encostar na parede novamente, colando nossos corpos e lábios num beijo rápido com efeito mais rápido ainda, que me deixou confusa e com as pernas bambas.

— Agora vamos! — disse ela sorrindo de lado antes de beijar o canto de minha boca e sair em seguida.

Quando cheguei na sala de aula estava totalmente desconsertada, pois em minha mente só haviam pensamentos relacionados a minha possível futura primeira vez com Pietra.

Mais populares

Comments

Alanis Alanis Collins de oliveira

Alanis Alanis Collins de oliveira

TACA FOGO BICHO🔥🔥

2023-03-28

2

Silvia Galdino

Silvia Galdino

Apaixonada nesse casal🤩😍🤩

2023-02-10

0

sua crush? ~ ♀️🔞

sua crush? ~ ♀️🔞

tbm com essas pegadas aí neh 👀

2023-02-05

3

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!