Surpresa

Pietra comprou pediu comida no delivery e comemos sentadas no chão da sala. Ela me contou sobre seus gostos, manias bobas e também sobre seus planos para a faculdade. Quando terminamos de comer levamos o que sobrou para a cozinha e ela lavou os copos e pratos enquanto eu secava. Estávamos em silêncio, o que me incomodava muito, até vir em minha mente algo que eu estava curiosa.

— O que sua mãe quis dizer sobre o assunto do hospital? — Guardei o último prato e ela, que secava as mãos, me olhou.

— Depois eu te conto.

Cruzei os braços me encostando ao balcão.

— Por que não agora?

— Porque não tem nada certo, prefiro contar só depois. — Beijoh um lado de meu rosto, depois outro e deu um selinho. — Vamos ver um filme? — Confirmei e ambas saimos da cozinha.

Fomosaté uma sala de TV onde sentamos no imenso e confortável sofá.

— Romance, ação, terror?

— Gosto de todos os gêneros.

Após dar play em um de terror, Pietra segurou em minha mão entrelaçando nossos dedos e permanecemos assim por um tempo, apenas assistindo o filme que na verdade não tinha nada de assustador.

— Você está de calcinha? — perguntou ela de repente e sorri virando o rosto, encarando-a.

— Não. — Mordi o lábio, levando sua mão até entre minhas pernas, ela sorriu ao constatar que eu estava sem calcinha. Retirei minha mão deixando a dela que permaneceu ali, massageando meu clitóris, fazendo-me fechar os olhos, soltando um baixo gemido.

— Muito safada. — Sorri deitando, abrindo bem as pernas para ela deitar sobre mim e lentamente retirei as alças de meu vestido, expondo meus seios.

— Sou sua safada. — Lambi seus lábios de maneira provocativa. — Mas agora é minha vez.

— Eu quem mando, lembra?

— Não, eu não nasci para ser submissa.

— Vai ter que abrir uma exceção. — Sua boca veio para meus lábios e me devorou.

...(…)...

Estava arrumada, andando pela sala observando a decoração. Havia uma parede de vidro onde podia-se ver um jardim de inverno, que naquele momento estava iluminado por pequenas luzes azuis.

Minha sogra tem bom gosto. Pensei comigo mesma.

Olhei para o relógio e ainda eram 18:00. Ouvi passos na escada e virei, me deparando com Pietra que para minha surpresa conseguia ficar ainda mais linda. Ela veio até mim e entrelaçou nossos dedos.

— Pensei que estaria usando vestido e sem calcinha.

— Estamos a um passo de voltar a realidade, onde sou bem mais comportada .

Caminhamos até a porta.

— Comportada? — Sorriu abrindo a porta e me dando passagem. — Não voltaremos para a realidade, podemos desfrutar de nosso sonho erótico ainda por várias horas.

Fomos até a garagem e quando entramos no carro ganhei um selinho demorado, com sua mão acariciando meu rosto, fazendo-me sorrir fechando os olhos, apreciando o toque.

Mesmo indo até outra cidade eu ainda temia encontrar alguém conhecido, mas estava tentando esconder o nervosismo. Após quarenta minutos de viagem,Pietra estacionou em uma praça onde era possível ver o parque de diversões ali perto.

— Como sabia sobre esse lugar? — perguntei.

— Costumava vir aqui. — Saimos do carro, ela veio até mim e caminhamos atravessando a rua. — Antes de começar a frequentar a escola passei duas semanas sozinha em casa, minha mãe estava resolvendo algumas coisas e só veio depois.

Quando chegamos ela pagou nossas entradas e comprou vários bilhetes, caminhamos lado a lado, sem nos dar as mãos, por entre barracas e várias pessoas. Pietra apontou para a roda gigante e sorri confirmando, então fomos até lá e quando ambas sentamos, ela tocou em minha mão que estava gelada.

— Se eu vomitar? — perguntei e ela fez careta fingindo tentar afastar-se de mim.

— Que seja bem longe.

— Sério, meu estômago não está preparado para isso depois da bebedeira de ontem. — Rapidamente ela abriu a trava e me puxou.

— Então já era o parque, pois olha... — Apontou para todos os lados. — Tudo aqui gira. — Cruzou os braços. — Quem mandou encher a cara?

— Desculpa. — Mordi o lábio e ela sorriu me puxando até a barraca de tiro ao alvo.

Resumidamente nossa noite foi atirando, comendo algodão doce e ganhando ursos. Ao todo foram sete ursos pequenos e um enorme. Tivemos a idéia de dar a maioria para crianças que passavam, pois não tínhamos como carregar todos. Fiquei apenas com o grande e um pequeno que tinha escrito “I love you”.

Era um pouco mais de oito da noite quando saímos do parque e fomos até uma lanchonete onde jantamos sanduíches e suco. Depois nos empanturramos de sorvete.

As dez da noite estávamos sentadas em um banco de praça, lado a lado, observando um lago a nossa frente, onde pessoas andavam de pedalinho enquanto eu mantinha a cabeça deitada sobre o ombro dela que segurava um saquinho de doces.

— Snow? — chamou minha atenção, levantei o rosto para olhá-la. — Eu amo você.

Sorri boba e olhei ao redor me certificando de que ninguém estava olhando, então toquei o rosto dela antes de lhe dar um selinho.

— Eu também amo você, Pierfeita. — Ambas rimos.

— Ah, disso você lembra, não é?

Voltej a deitar a cabeça em seu ombro.

— Não quero que chegue a segunda. — Suspirei.

— Nem eu. — Observo do outro lado do lago algumas pessoas.

— Aquilo são patins? — Curiosa, levantei e puxando ela fomos caminhando até lá, onde encontramos várias pessoas deslizando pela calçada com seus patins. Encontramos o lugar onde pudemos alugar.

— Mamãe nunca permitiu que eu andasse, pois dizia que eu ia cair — falei enquanto estava sentada no banco, calçando um par. — Você não quer tentar? — Olhei para ela que estava de pé a minha frente.

— E quem iria te segurar?

Sorrindo segurei em suas mãos e levantei devagar.

Seguimos pelo calçadão, com ela me segurando. Cai umas três vezes quando tentei sozinha e ela riu em todas, mas na quarta vez deu tantas gargalhadas que quase não tinha forças para me levantar.

Meia noite estávamos no carro, indo para um lugar que pensei ser sua casa, mas me surpreendi ao perceber que ela estacionou próximo a uma casa noturna.

— Vamos dançar? — Observei o nome do lugar e percebi já ter ido ali com James.

— Não acha que já gastou demais comigo?

— Esse é nosso fim de semana.

— Tudo bem, mas esqueci minha identidade falsa — confessei e ela arqueou uma sobrancelha.

— Você tem uma? — Lembrei de que James conseguiu para mim e apenas confirmei. — Mesmo assim, não precisa.

Pietra saiu do carro antes que eu pudesse perguntar mais alguma coisa. E quando retirei o cinto de segurança para também sair, me surpreendi ao ver James atravessando a rua, levantando o braço em direção a Pietra que parou na frente do carro, me olhou e logo em seguida virou para ele novamente. Baixei um pouco no banco para não ser vista e fiquei ali me fazendo mil perguntas, até a porta do meu lado ser aberta.

— Desculpa. — Olhei para ela me ajeitei no banco, observando lá fora, me certificando de que ele já foi.

— Vocês se conhecem? — Eu estava gelada.

— Ele é… — Ela hesitou um pouco antes de continuar. — Meu primo.

Minha boca se escancarou em espanto.

— E quando pretendia me contar?

— Não sei, para mim não faz diferença. Ele nem estava no país desde que foi expulso. Meus tios o mandaram para fora, mas obediência não é o forte dele. — Mastiguei meu lábio pensativa. — Tem algum problema, ele ser meu primo?

— O problema é você não ter me contado. —Eu estava morrendo de medo de James,algo dentro de mim gritava avisando que ele descobriria sobre eu ter armado sua expulsão e viria se vingar, assim como ameaçou no sonho. — Vamos embora? — Pietra franziu o cenho.

— Sério que vai ficar assim por isso?

Baixei a cabeça sem dizer nada, ela afastou-se e fechou a porta.

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