Snow White

Se dormi durante três horas durante a noite, com certeza foi muito. Todo o resto do tempo estive imaginando como seria o dia seguinte com Pietra, que por sinal na manhã seguinte chegou em frente ao meu prédio na hora marcada, caminhando em minha direção com aquele estilo que eu morreria negando, mas no fundo já acho incrível.

— Bom dia — disse ela. — Vamos chegar atrasadas na escola? — Sua mão via em direção ao meu rosto, mas desviei um pouco de sua intenção de possivelmente por uma mecha de meu cabelo atrás da orelha.

— Só um aviso, durante a manhã meu humor é péssimo. — Ela deu uma risada, mas permaneci séria encarando-a.

— Comigo seu humor é péssimo a todo momento, não me assusta mais. — Revirri os olhos enquanto acenava para o taxista que é louco pela mamãe e sempre estaciona do outro lado da praça, em frente ao meu prédio.

— Respondendo a sua pergunta, não chegaremos atrasadas.

O carro parou a nossa frente.

— Não vai me dizer para onde vamos?

— Ao hospital. — Ela me olhou confusa, mas entrei no carro. — Bom dia. — O motorista olhou pelo retrovisor e respondeu.

Olhei para Pietra que arqueou a sobrancelha, provavelmente pensando sobre o fato de eu desejar bom dia ao taxista e a ela não.

— Vai ver quando chegarmos.

Minutos depois já estávamos caminhando pela ala pediátrica do Hospital, indo direto a um quarto específico, após falar com a enfermeira com quem falei por ligação na noite anterior. Assim que parei na porta encontrei um par de olhos brilhantes assim que me viu.

— Emmy! — falou Caroline, a garotinha de sorriso mais encantador que já vi.

— Oi boneca. — Sorri alizando o rostinho dela.

— Você sumiu — falou entristecida. — Lila estava com saudade — Lila é a boneca que não sai de sua cama.

— Oi Lila, desculpa o sumiço, prometo vir mais ve...

— Quem é ele? — Carol me interrompeu, apontando para Pietra parada próximo a porta.

— Ah, é a Pietra. Eu trouxe ela para conhecer vocês. — Gesticulei com a mão para que se aproxime.

— É uma menina? — Confirmo. — Pensei que fosse seu namorado. — Senti minhas bochechas corar, por sorte estava usando máscara. — Ela é estranha.

— É sim, muito estranha. — Sorri olhando para Pietra que franzi o cenho.

— Isso é bom? — perguntou Pietra,

Olhei para Carol, colocando um dedo próximo aos lábios pedindo segredo e ela sorrir cúmplice.

Quando Carol raspou a cabeça ficou muito triste e deprimida. Em uma de minhas primeiras visitas ela me falou ser a menina mais estranha do mundo.. eu tentei convencê-la de que mesmo carequinha ela estava linda, mas ela insistia em se achar estranha, então eu a convenci de que o estranho pode ser lindo as vezes e ela era a estranha mais linda e especial do mundo. Desde então tudo que é lindo ela costumava dizer que era estranho.

De fato Pietra era linda aos olhos de qualquer pessoa, mas obviamente nem todos iam admitir.

Conversamos bem pouco, ela me contou sobre ter ido para casa e voltado à pouco tempo. Aquilo me deixou sentindo culpada por não ter voltado a visitá-la antes. Caso tivesse ido embora de vez eu não teria voltado a ve-la.

Quando voltei a olhar para o relógio vi que o tempo estava passando rápido. Ainda queria ver outra garota, então nos despedimos de Caroline que tentou me convencer a ficar um pouco mais, mas prometi voltar em breve.

Apesar da cidade ser pequena, aquele sem duvidas era o otimo hospital com aquele tipo de atendimento na região, o que fazia virem pacientes de outras cidades vizinhas. Eu tive a oportunidade de passar um tempo ajudando na ala pediátrica através de um projeto da escola, na tentativa de induzir aos jovens de nossa cidade a seguir carreira em medicina, mas não me identifiquei muito.

De volta ao corredor nos livramos das máscaras e pegamos nossos pertences. Aproveitei para perguntar a enfermeira sobre uma outra criança.

— Anabelle, uma garotinha de mais ou menos cinco anos.

— Infelizmente ela se foi.

Pisquei algumas vezes me negando entender o real sentido daquela frase.

— Para casa?

— Na verdade ela tinha câncer em estado terminal, os pais poderiam levar para casa, mas as condições não eram as melhores. Fiicando aqui corria o risco de pegar infecções e infelizmente isso aconteceu.

Senti meus olhos encher de lágrimas, mas tentei me controlar, apenas confirmei com a cabeça dando as costas a enfermeira e sai.

Pietra manteve-se em silêncio durante grande parte do tempo, apenas me intimidando com seu olhar observador a todo momento. Eu queria saber o quê se passava por sua cabeça, mas não perguntaria. Talvez estivesse achando tudo uma droga e eu uma idiota.

— Eu estive sendo voluntária aqui durante um tempo, mas com o último ano da escola acabei me afastando. — Contei a ela enquanto caminhamos para a saída. Obviamente o problema não foi o último ano na escola, mas sim minha péssima companhia nos últimos meses.

— Ei… — Segurou em minha mão quando já estamos fora do hospital e olhei para ela assustada. — Não fica triste pela garota, pensa que ela está em um lugar melhor. — Apenas confirmei com a cabeça e puxei minha mão da sua para abrir a porta do taxi.

Estive calada e pensativa durante a volta.

Antes de sair do carro deixei que Pietra saísse primeiro e pedi sigilo ao taxista, prometendo a ele quem sabe um encontro com minha mãe. Quando chegamos ao colégio percebi que já eta bem tarde, os corredores já estavam vazios. Senti um alívio por não ter ninguém para me ver chegando com ela.

— Queria poder ajudar crianças como a Anabelle.

— Talvez exista um jeito. — Ela caminhava ao meu lado, com as mãos nos bolsos do casaco.

— Quem sabe criar uma ala isolada. — Digo pensativa, — O que você acha? — Olhei para ela.

— Importa? — Sorriu de lado me fazendo revirar os olhos por aquela sua cara de “sou sexy e convencida”.

— Não, de fato não tem a menor importância o que você pensa. — Dei de ombros. — Preciso ir,. — Caminhri mais rápido em direção a sala, mas Pietra segurou em meu braço me fazendo parar.

— Quanto, mais te conheço mais gosto de você. — Fiquei corada pela forma que ela me olhaava e também por suas palavras. — Mesmo que tenha me tratado de forma arrogante desde o começo, eu sabia que no fundo você eta uma garota especial. E tenho cada vez mais provas disso. — Ela soltoh meu braço. — Mas relaxa, manterei distância em público. — Saiu caminhando.

— Até porque nada mudou entre nós! — falei rápido e tudo de uma vez, fazendo-a parar e virar me olhando.

— Eu sei que irá ceder, Snow Whitr.

Franzo o cenho vendo-a da uma piscadela e sair.

Após um suspiro caminhei para a sala, onde entrei sobe o olhar feio do professor. E assim que sentei Natasha cutucou a minha cintura e sorri virando para ela.

— Se alguém me chama de branca de neve, essa pessoa no fundo quer me chamar de branquela ou princesa? — Nath me olhou sem entender nada e minha vontade era dizer a ela tudo que vivi e ouvi de Pietra nos últimos dias.

— Não é óbvio, sua branquela? — Ela riu.

Retirei um pequeno espelho da bolsa, notando minha pele pálida demais, porém as bochechas ainda um pouco coradas.

— Quem te chamou de princesa? — perguntou minha amiga enquanto escrevia.

— Eu sou branca demais, com certeza ela quis dizer branquela — falei comigo mesma.

— Ela quem? — Nath parou de escrever, me olhanfo curiosa.

— A garotinha do hospital — digo pensativa.

Como assim apaixonada? Não era possível. Não conseguia entender como ou porquê Pietra estava fazendo aquilo comigo. Por que eu? Seria algum plano para acabar com a minha reputação? Eu queria poder contar a minha amiga e ouvir o que ela tinha a dizer, porém não tinha coragem para falar sobre aquilo com ninguém.

Naquele dia eu não tinha nenhuma aula com Pietra. Na hora do almoço inventei uma desculpa para Nath e fui para o mesmo lugar entre as salas, fumar. Natasha me conhecia bem demais e ia perceber rapidamente que não estou em meu estado normal.

Me encostei na parede e traguei o cigarro, fechando os olhos tentando esvaziar a mente, quando sou surpreendida pela voz já conhecida.

— Sabe que não devia fazer isso com você, né?

— Me acalma. — Joguri o que sobrou no chão.

— Sem contar que... eu não te beijaria com bafo de cigarro — disse ela e eu ri cruzando os braços.

— Eu jamais te beijaria. Você não deve sonhar com isso, não deve pensar e muito menos falar!

Ela riu divertia enquanto me ouvia.

— Gosto quando fica brava. — Bufei virando o rosto. — O que eu mais quero é te beijar. — Olhei para ela que manteve seus olhos em minha boca e enguli em seco desviando o olhar.

— Para com isso!

— Por quê? Tem medo de acabar cedendo? — Pietra deu alguns passos em minha direção, parando a minha frente, colocando uma mão na parede.

Mantive os olhos no chão, sentindo meu coração saltando no peito, além das pernas que ficaram bambas e meu estômago revirado.

— Vai me beijar a força? — perguntei, tentando não demonstrar o nervosismo que sintonia.

— Você quer?

Criei coragem e encarri seu olhar intimidador.

— Não! Prefiro ser beijada com o meu consentimento, em um lugar apropriado e quando não estou com bafo de cigarro.

Ela sorrio aproximando o rosto do meu, fazendo meu coração quase saltar no peito.

— Valeu pela informação . — Sorriu divertida ao falar, enquanto eu tentava lembrar como se fala.

— Vo-você me deixa confusa.

— Em que sentido?

Observo ela franzir o cenho, seu rosto ali tão próximo, me fazendo perceber o quanto ficava linda com aquelas ruguinhas na testa.

— Todos. — Pigarreri. — Não consigo raciocinar direito, acabei esquecendo de incluir sobre preferir não ser beijada por garotas. — Passei por baixo de seu braço.

— Sorte sua que eu sou insistente e bastante paciente. — Ouvi ela dizer quando já saia.

Apenas sorri, fingindo não lhe dar ouvidos.

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Comments

max

max

isso tá viciante kakakakk

2023-02-05

6

Raquel Silveira

Raquel Silveira

É isso aí, não podemos desistir quando existe uma chance de alcançar nossos objetivos! Persiste Pietra que você consegue!!

2023-01-28

1

daniele cleffs da silva

daniele cleffs da silva

Ai to xonada nessas duas juntas já virou meu casal máster perfeito mo shippo as duas juntas continua 😊😊😊😊

2023-01-27

2

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