ESPERANÇA

Depois que a sua irmã fez e refez uma série de exames, todos ficaram com tanta esperança que tudo daria certo. Finalmente, quando receberá o resultado foi feita uma grande comemoração, já sentia‐se mãe, a esperança estava viva, havia experimentado a alegria de viver novamente.

Por descuido talvez, ainda não fora dessa vez.

— Você sabe qual grande é a importância de realizar todos os tipos de exames antes de um casamento?

Virou-se para perguntar

— Não, tia! Sabe que nunca pensei em casamento! — aquela era realmente uma verdade, também não havia sequer pensado na possibilidade de um dia ser mãe, a vida tinha-lhe pregado muitas peças.

— É espantoso, a maioria não se preocupa com detalhes tão importantes. E o nosso caso não foi diferente – falou com pesar — Foi desesperador quando descobrimos que o meu e o da minha irmã era a mesma tipagem sanguínea Rh negativo, e o do meu marido era Rh positivo, não poderíamos ser compatíveis para sermos pais, seria muito risco. – ela segurou o fôlego depois soltou devagar, procurava coragem para continuar.

Até questionou a Deus, porque ele não queria que ela fosse feliz sendo mãe.

Eduarda estava ciente da dor visível que era para a mulher relembrar aquele passado tão doloroso. levantando se colocou ao lado dela, e a abraçou forte.

— Quer saber tia? – formulou um pequeno riso nos labios — esquece o que aconteceu, não sou tão cruel a ponto de desejar que sofra tanto com tudo que passou, não é mais necessário...

Adelaide enxugou as lágrimas dos olhos, sorriu de leve para a mulher e segurando a suas mãos acariciando agradeceu por seu afeto e compreensão

— Agradeço o seu apoio, mas eu preciso falar sobre isso! Precisa saber de tudo. – continuou a falar interrompendo a. — Com mais isso, estava tudo acabado, não éramos compatíveis, caso os nossos filhos ouvesse resistido alguns meses mais da gestação, nasceria com graves problemas generologico, ou morreria com poucos dias de vida, não éramos monstros a ponto de arriscar, um acaso de que a medicina estivesse errado, aceitamos que o nosso filho jamais existiria. Decidir que iria mandar destruir os óvulos e esquecer tudo. Foi quando veio outra proposta, – novamente a senhora olhou para a outra mulher, mais estava decidida a ser honesta sobre tudo. — o seu pai queria ser o doador dos espermas, – viu a mulher arregalando os olhos, demonstrando confusão, viu Eduarda abrir a boca para interrogar‐lhe, antes que ela falasse algo prosseguiu — lógico que tivemos muito tempo para repensar, e meses depois o meu marido convenceu-me, era aquilo ou nunca seríamos pais, talvez possa dizer" Porque não adoção? " sim, para muitos funciona, mais não era o que eu queria, eu não me sentiria uma mãe completa assim, talvez fosse até egoísmo da minha parte, mais eu sou assim, não gostaria de ser...

— Está tudo bem tia, não precisamos ser iguais. – estava tão assustada com tudo aquilo, mais queria reconfortar a tia, e não fazer julgamento

— Eu sei minha filha! Depois de todos os exames, e mais dinheiro, porque ele só via aquilo como um negócio, – ela ressaltou, mas a filha já sabia daquilo. — Antes de tudo, fizemos um documento em que tanto o seu pai e a sua mãe renunciaria a qualquer direito sobre a criança, e seguimos com tudo até finalmente sair o resultado positivo, seríamos todos pais, — a senhora sorriu a recordar do momento mais feliz que já vivenciara — Eu fiz todo o enxoval, cada detalhe, era para ter saído perfeito, acredita que já tínhamos feito uma conta poupança no seu nome, para seus estudos no futuro? Sempre quisemos o melhor para a criança.

Mais uma vez o destino mostrou-se contra a realização da minha felicidade. — seus olhos vermelhos e os lábios tremiam, segurou o choro, apertou firme as mão da mulher, não se permitiria fraquejar, mas dentre tudo que passou, aquela parte fora a mais difícil, não se perdoava, sentia se culpada..., mas queria acreditar que não era, fora apenas descuido, e desleixo.