O SEGREDO

Nunca havia procurado entender os pais, mesmo se o fizesse não conseguiria, nascida em uma família humilde, seus pais tinham poucos estudos e recursos financeiros, por isso viviam em uma fazenda onde eram caseiros, tudo era miseravelmente dificil, ela era a caçula das meninas, éram entre cinco crianças, os três mais velhos tinham que ajudar no trabalho da fazenda que não acabava nunca. enquanto as meninas ficava em casa cuidando dos irmão menores, e ajudando no trabalho doméstico.

Começaram a estudar já com idade avançadas, porque a tia Adelaide insistiu com o cunhado, em um fim de semana que os visitou como sempre fazia, dando todos os materiais escolares, Já a garotinha, recebia atenção especial, foi presenteada não só com um kit escolar completo, alem de uma linda e importada bolsa de rodinhas, igualzinha a da filha da patroa que torceu o nariz mentida quando ela mostrou com empolgação e inocência.

Naquela época não parará pra pensar nos montivos que seus pais viviam a discutir o que antes da escola era raridade de ver, se recordava bem meses depois da tia insistir em que lhe levaria para passar as férias de verão na casa nova, que ficava localizada em outro estado.

— Não deixarei! – ouvia o falar alto, no início da discussão

— Ela vai voltar em poucos dias!

— Não! Vocês estão extrapolando o acordo, é a minha fi-lha, não tem direitos sobre ela! – ele estava disposto a não ceder

Ouviu os berros do seu pai que naquele dia expulsara a tia e o marido dela, e dalir em diante só os via em reunião de família, que era uma vez no ano e olhe lá, e as vezes quando pedia que os visitasse pois sentia saudades, sua tia se emocionada muito na hora da despedida, abraçava-lhe forte, e seu pai lhe arrastava para longe resmungando coisas sem nexo.

Agora estava ali diante de algo inesperado, oque não fazia sentido. Enquanto arrumava o pequeno depósito se deparou com um baú enorme que estava trancado, a tia havia saído logo cedo, e decidira ajudar a Maria com a faxina, e se lembrava de ter ouvido a tia dizer que precisava se livrar de muita coisa daquele lugar. Não conseguira se conter até porque aquele baú era antigo e mele havia vários desenhos egípcios esculpidos, estava curiosa, pesquisando na internet até encontrar um vídeo explicativo, até consegui abri‐lo, e o conteúdo lhe deixou boquiaberta, havia brinquedos de crianças, roupas todas ainda com etiquetas, um álbum de fotografia, que pôde reconhecer a sua própria mãe em vários momento da gestação, e a tia e o marido pareciam muitos felizes, em algumas imagens eles acariciavam o barrigao dela, as datas que foras tiradas estavam gravadas no verso, e por incrível que parecesse, a mãe a-estava esperando naquela gestação.

— Apesar da sua tia lhe demostrar amor desde a infância parecia estranho ver isso durante a gravidez, e mas estranho ainda era as anotações atrás das fotografia, não leu todas mas uma lhe chamou a atenção, estava escrito

"Agora falta pouco para termos em nossos braços, te amamos de mais filhinha! estamos anciosos para te conhecer "

As mamães e papai"

Estava delirando ou aquelas letras eram da sua tia? E porque ela se referia a gravidez que não era dela daquela forma tão materna?

para piorar suas dúvidas, algumas peças de roupinha de bebê havia seu nome bordado "MARIA EDUARDA" teria sua mãe prometido lhe doar quando nascesse? Por que não o fez? Seria por isso que seu pai não gostava da sua tia? Viviam se estranhando? seria por isso que se sentia diferente dos irmãos? Não era impressão sua que seu pai lhe tratava diferente, parecia sempre distante quando lhe dava um abraço o que era raro, só nas datas de seu aniversário, mas que culpa teria eu?

— Eduarda eu...

Sua tia Adelaide estava parada na porta com as mãos na testa, perderá a cor e a voz

— Sim tia! — disse ao se levantar do chão e caminhando até a tia, com o álbum na mão.

— Parece que viu fantasma tia?

A pobre senhora estava pálida e olhava na direção do baú aberto e quase todo o conteúdo no chão.

— Me desculpa tia! Sei que estava trancado...eu ..eu...

Sabia que estava errada em ter violado aquele segredo, mas estava empenhada em descobrir — pensou e levantou o álbum na frente da tia enquanto respirava fundo para colocar os pensamentos em ordem.

— Porque você foi mexer nisso? –

ela andou devagar ater o baú, com expressão de dor, abaixou-se e acariciou um pequeno sapatinho branco.

— Comprei esse para seu batizado!

As lágrimas começarão a brotar do seus olhos, e ela pareceu mergulhar em lembranças dolorosas, sem entender a situação, a sobrinha ajoelhou ao seu lado e acariciou o seu ombro, dando coragem para falar de algo que guardava a sete chaves.

— Antes de tudo, Eduarda me prometa que não vai ter mágoa de me, e do seu pai, na verdade acho que ninguém teve culpa...

Ela olhou para a mulher do seu lado enchugando os olhos nas costa da mão, tinha que contar, sim, havia prometido, mas agora era diferente ela estava ali, querendo resposta? e ela merecia saber da verdade secreta.

Lamentou não ter tido coragem antes, de jogar tudo fora á muito tempo, mas não tivera forças, era as lembrança de que um dia tevera uma filha....

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