ACIMA DE TUDO, Amor

— Não sei por onde começar!

Adelaide segurava o álbum, olhando as fotografias, no seu olhar uma certa melancolia e dor.

— Certamente do começo, tia!

Eduarda não fazia ideia do que estava por vir, mas com certeza tinha a ver com o seu nascimento, e a forma vazia de afeto, que sempre sentia dos pais. Em todo aqueles anos, eles nunca, se importaram em saber como ela estava, ou se precisava de algo, se não fosse por ela mesma que entrava em contato por ligação no mínimo uma vez por semana. Até quando precisou de apoio da parte familiar, quando teve depressão pós parto, e só queria chorar, se recusava a comer, tomar banho e até sair do quarto. Lembrava do dia que ligará para sua mãe pedindo ajuda, só queria ter ela ao seu lado, senti‐se amada, ao falar dos netos, a convidando para conhecer‐los, foi doloroso quando a ouviu dizer:

" Não posso ir, não termos dinheiro para gastar atoa, e você precisa é de um médico, não saberemos como ajudar! "

Mesmo depois de ter oferecido pagar todo o custo da viagem, para ambos, eles recusaram-se

Foi então que chorando, percebeu que estava sozinha, e mais que nunca se apegou ao carinho da tia, daquele dia em diante, nunca mais os procurou, e sem surpresas, eles também não se importaram.

Não ficaria chocada, caso a tia lhe contasse que fora rejeitada pelos pais desde o ventre.

— Tem razão! — Adelaide concordou começando a falar — Nunca foi segredo para ninguém que eu sempre quis ser mãe, mas infelizmente, logo após o meu casamento, sofri dois aborto um seguida do outro, preocupado o meu médico pediu uma série de exames mais detalhado, quando veio o diagnóstico, precisava retirar o útero, pois os miomas encontrado no útero estava impedindo a implantação do embrião, os médicos alertaram-me que aconteceriam sucessivamente os abortos, caso eu insistisse. — respirando fundo ela voltou a mergulhar no doloroso assunto, enquanto a sobrinha estava com o coração apertadinho.

— Não queríamos acreditar no que acabávamos de ouvir, saímos do consultório médico, e formos aos melhores médico do país, procurávamos uma saída, eu jamais abriria mão do meu sonho. E encontramos um médico que me deu opção de realizar uma gestação de substituição, ou seja encontrar uma doadora de útero para carregar o meu bebê. – a senhora olhou para a sobrinha — Na época pareceu-me absurdo, acreditei que não daria certo, até porque teria que ser uma barriga solidária, era proibido pagar por aquilo, então pensei, quem em sã consciência teria um filho de outra pessoa por nove meses na barriga sem ganhar nada em troca?. Por um tempo eu me recolhir.

Dois anos passaram-se de repente uma surpresa, estava grávida novamente, ficamos tão feliz e ao mesmo tempo preocupados, os médicos estavam em alerta constante, mas estranhamente a gestação passará do terceiro mês — ela sorriu – Porém, no quinto mês, meu mundo desabou pela terceira vez, e dessa vez fora pior, sentia uma dor tão grande, frustração, medo, insegurança, e outro tanto de sentimentos que me destroçou por dentro, e os médicos proibiu-me de tentar novamente, ou eu poderia morrer da próxima vez, por conta do mioma que voltara a crescer, que até então devido ao tratamento que após a descoberta fui indicada a fazer.

Ali eu não vi alternativa senão desistir. O médico aconselhou-me a retirar os óvulos e congelar, sem opção concordei. Anos passou-se até que em uma viagem reencontrei minha meia irmã, que a anos não via, ela estava casada e tinha quatro filhos pequenos, pareciam ter uma vida bem regrada, pelo que notei parecia que não ia a tempo em um salão, — balançou a cabeça recordando — Ela sempre foi muito bonita, e vaidosa, com unhas bem feitas, cabelos tratados, com uma pele bronzeada de admirar, era assim que me lembrava dela. Na época eu havia acabado de receber a herança, minha mãe tinha falecido, e deixara uma boa quantia. Sentir-me muito mal, ofereci ajuda, mas orgulhosa não aceitou, mais me convidou para ir a sua casa conhecer sua família. No outro dia apareci no endereço que recebi, foi muito bom, eu e meu marido passamos um dia agradável na fazenda, conversando bastante até mencionar que não podia ter filhos, falei tudo, até da barriga de aluguel que eu precisava. Seus pais se mostraram solidários, foram muito gentis. Uma semana depois do encontro recebi uma ligação, era ela, minha irmã, ela pareceu acanhada, e depois de um longo rodeio, fez-me uma proposta, não pude recusar – a mulher fez um breve silêncio abaixando a cabeça, talvez, receosa, ou envergonhada.

Eduarda acreditou que já sabia o que aconteceu a segui

— Então a senhora pagou, pela inseminação in vitro.

— Sim, paguei, e fui bem generosa...

Eduarda entendeu a dor e atitude da tia, até sentia vontade de abraça-lá, emchugar aquelas lágrimas que no decorrer do relato teimava em rolar. Mas não podia entender porque sua tia não lhe quis após o nascimento?

— E arrependeu-se depois? Porque não me criou? — interrompeu‐lhe, controlando o tom de voz tentando não ser egoísta.

— Calma minha filha, ainda não terminei!

Eduarda a olhou estranho, agora parecia muito estranho ouvir chamar daquela forma, como sempre a chamou.

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Comments

Solange Coutinho

Solange Coutinho

Que situação!!

2023-11-15

0

nimorango

nimorango

raro, mas pode acontecer, mas com dinheiro 💰 infelizmente acha gente facilmente

2023-02-13

1

nimorango

nimorango

então porque não queriam devolver a verdadeira mãe? por dinheiro 💸

2023-02-13

1

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