2. RECORDAÇÕES

— Alô? Como? Missa...

Era pouco mais das sete da manhã e a tia de Eduarda ligara para desmarcar a visita que lhe prometera fazer naquele dia. A verdade é que Eduarda ainda estava na cama havia dormido muito tarde e nem se lembrava daquela visita à dias que a sua tia estava prometendo visitá-la.

No dia anterior resolvera voltar do caminho, ao observar as freiras naquela manhã ficará de péssimo humor e optou por desistir de ir ver a querida tia Adelaide, mesmo estando com saudades, reconhecendo a si mesma sabia que não conseguiria da atenção merecida que ela precisava, voltando para casa abrira a geladeira e devorou um pote de sorvete, como se não bastasse comeu também chocolates, mais tarde decidida a bloquear aquelas lembranças, tomou algumas cervejas e fizera caipirinha, bebera mais do que estava acostumada e só se lembrava que passara o dia e a noite em casa deprimida, e vendo a bagunça ao seu redor também dormira com o computador portátil ligado enquanto fazia pesquisas.

— Missa...

Aquela palavra ficou ecoando na sua cabeça, e os seus pensamentos viajou à semanas atrás quando o conhecera…

Era verão ainda já no final de março quando resolvera fazer uma viagem às presas por ordens do Dr.Andrés que conseguirá marcar um encontro com possíveis interessados em ajudar no seu projeto, sem exitar fizera a mala, não era do tipo que perdia oportunidades, e aquela era imperdível.

Sentara na poltrona de lado para a janela como sempre fizera, desde menina gostava de observar as paisagens ficando para trás, aquilo distraia-lhe e tinha sensação que o tempo passava mais rápido.

— Boa tarde!

Alguém sentou ao seu lado e a cumprimentou

— Boa ta, tardee! — Ela gaguejou quando se virou para responder sentindo seu coração bater descompassado... " Ele era lindo"... — pensou boquiaberta, não desse lindo como galã de novela, não, era mesmo belo algo real, podia até dizer que de uma pureza jamais vista, os seus olhos refletia isso e a sua voz transparecia calma, paz, quando ele lhe sorriu então ficou difícil respirar.

— É difícil olhar as paisagens e não se perder nas lembranças de infância, não é mesmo?

Ele indagou mostrando seus lindos alinhados dentes brancos

— Siim! Concordo! — conseguiu balbuciar, enquanto respirava a fragrância agradável que ele exalava, era suave e, ao mesmo tempo, mascula o que a fez imaginar‐ lo saindo do banho naquele instante, visualizando até os pingos que caiam dos cabelos molhados. Enquanto ela estava ansiosa por um, exausta e suada naquele calor intenso e o trem estava lotado como sardinha, sem perceber, deixará a imaginação rolar solta.

Havia estado em uma reunião difícil de duas horas antes do embarque, viera direto da reunião para não perder a passagem, mau podia esperar chegar na pousada para entrar no chuveiro, depois descansar. Era o que pensava até aquele estranho sentar ao seu lado e invadir os seus pensamentos.

Eduarda piscou algumas vezes para clarear os pensamentos e o bom senso.

— Você não é daqui é? — o homem perguntou fazendo com que ela o olhasse novamente.

— Oh! Não, não! Estou a negócios.

Ele olhou longamente para a mulher morena de estatura mediana como se a visse naquele instante.

Ela usava os cabelos presos num rabo de cavalo eram castanhos cacheados pareciam ser volumosos, eram pouco maior que na altura dos ombros, pode imaginar mesmo estando presos, ela era magra mais nem tanto, — pensou, notando o decote discreto em V no macacão clássico cor de vinho, com um cinto que lhe modelava bem a cintura fina, o computador portátil estava sobre o seu colo e a bolsa tira colo ainda estava no seu ombro, a maquiagem era leve quase que nem uma… era com certeza uma mulher discreta podia se dizer…— pensou novamente a concluir a observação, meio sem graça por ter olhando com tanta atenção aqueles detalhes.

Eduarda pigarreou um pouco desconfortável ao se sentir observada com tanta profundidade daquele jeito.

— Me, perdoe, é que me perguntava que tipo de negócios a fez vir assim com esse calor...

— Assim? É que não estou acostumada ao litoral, errei feio quando arrumei as malas quase que correndo... – ela não contou, quando saiu de casa as sete da manhã, não estava quente daquele jeito.

— Não creio que não vai aproveitar o mar? Você esta no paraíso pode-se dizer, e não vai aproveitar? Difícil acreditar você tão jovem, não pensar em curte a vida! — ele voltou a sorrir, encantando‐a mais ainda, se é que ainda fosse possível.

— Sim, acredite! Também é o que dizem os meus amigos, tenho o espírito envelhecido.

Ele alargou mais o sorriso ao ouvi-la dizer aquilo, Eduarda também sorriu, esquecendo o desconforto de minutos atrás, agora sentia-se a vontade com aquele estranho parecia natural aquela conversa, pôde então observa-lo melhor, mesmo sentado pôde ver que era um pouco mais alto que ela, tinha pele morena mais claro que a sua, olhos castanhos claros, cabelos pretos e bem cortado, ficou admirada com os detalhes do seu rosto parecia ter sido desenhado a mão por um artista talentoso.

Ele tinha um belo cavanhaque que o tornava muito charmoso, o nariz bem afilado e os lábios não tão finos fazendo ele parecer mais atraente, a fez morder o próprio lábio inferior imaginando como eram perfeitos para beijar. Apesar de não parecer ter um físico atlético era notável que ele se cuidava, o corpo parecia esta em boa forma, gostaria de enxergar pela camisa branca gola Polo que ele vestia, a calça jeans azul parecia deixá-lo bem confortável também, "Que homem gostoso, cheiroso, Deus, que tentação essa hora?"...— ela pensou a rir para si mesma, queria acariciar os seus cabelos e cheirar o seu pescoço "eee... Droga! Como podia pensar tal coisa! Com um estranho…

Não podia explicar a sensação de tranquilidade de está ao seu lado, da paz que ele transmitia como se já o conhecesse, nunca sentira nada parecido, queria tocar-lo, fazer coisas...Eduarda pare! — se recriminou em pensamento, desviando o olhar para a janela tentou afastar os pensamentos loucos que se formava na sua mente, devia ser carência já nem se lembrava quando estivera com um homem, sim, se lembrava tinha quase dois anos que terminara o namoro com um colega da época da escola, havia descoberto as traições dele, que já não era segredo para ninguém.

Ela não o amara, pois não lamentava o fim do namoro que durara apenas um ano, depois disso não havia se interessado por, mais ninguém havia estado muito ocupada com o trabalho, o projeto atual, a faculdade e mais outros projetos a qual fazia parte, estivera sempre ocupada, cansada demais para namorar, agora aquela carência porque? Talvez a data do seu aniversário de vinte nove anos estivesse chegando e isso parecia preocupante, já que não conseguirá muita coisa na vida, era isso só podia ser "a tão famosa crise dos trinta se aproximando".

Conversaram socialmente até

chegar na estação que ambos ficariam, se despediram sem nem ao menos perguntarem o nome um do outro.

Aquele encontro ficou vivido na memória dela, até dias depois se reencontrarem novamente por acaso e dividirem um táxi.

—Oi!.. Como vai? — O rapaz a cumprimentou quando Eduarda entrou no táxi e sentou ao seu lado, foi então que levantou o olhar e o reconheceu.

— Oi!! Ah, é você! Estou bem obrigada!— respondeu sorrindo não escondendo a satisfação de reencontra-lo, e a surpresa boa.

— Você já resolveu os seus negócios?

Ele perguntou se referindo a conversa que tiveram a três dias atrás.O mundo parecia mesmo pequeno, — Ela pensou, pois não esperava encontrar aquele homem novamente, pior havia passado os últimos dias a sonhar com ele, tanto acordada como não, sonhos esses, no qual acordava desesperadamente excitada tendo que se acalmar com um banho bem gelado, nunca fora de se deixar envolver daquele jeito, muito menos por um completo desconhecido nem sabia o seu nome...

— Oh não! Quisera eu – interrompeu as lembranças respondendo – Mas estou a ter dificuldades de encontrar um dos apoiadores principal do meu projeto, hoje mesmo ele acabou de me dar um bolo, fiquei a aguardar por quase três horas para no final a secretaria me falar que ele não poderia receber-me, ouve imprevistos.

A mulher sorriu esquecendo o cansaço daqueles dias tão corridos.

O estranho sorriu-lhe amigavelmente, o que fez com que Eduarda engolisse em seco imaginando tocar aqueles lábios

que pareciam tão deliciosos, de forma inconsciente ela passou a língua nos próprios lábios para umedecer-los naquele momento pareciam tão secos, o que fez com que ele a fitasse nos olhos demoradamente, depois demonstrando um certo desconforto, mudou o olhar para outra direção.

— Me desculpe, mas em que projeto esta trabalhando mesmo? É algo grande para dar assim tanto cansaço?

O homem disse, enquanto voltava olha‐lhe apreciando a elegância em que estava vestida, usava saia preta de alfaiataria e uma blusa branca delicada levemente transparente com um Blazer preto formal, os seus cabelos cacheados estavam presos num coque, dela exalava uma fragrância excêntrica agradável de sentir, não sabia o que, mas algo lhe atraia naquela moça não de forma sexual, mais os seus olhos tinham algo incomum, gostava do tom doce da sua voz, e do jeito descontraído de sorrir, era uma jovem bonita não dava para negar. Ele não negou e observou os olhos meio puxadinhos e os lábios pequenos e carnudos, caso fosse um homem comum, seria fácil se perder neles... "Mais, que Deus me ajude! No que estava a pensar?" — se recriminou limpando a garganta desconcertado com o seu próprio pensamento de luxúria, sentiu que ali estava ficando muito quente. puxou um pouco a gola da camisa, que nem era apertada.

Eduarda sorriu meia timida, por perceber a forma de interesse com que ele a olhava sentindo-se tentada a demostrar o interesse mútuo, mas desistiu, pois, nunca foi assim atirada não queria passar uma imagem distorcida do que realmente era, afinal se ele sentira algo por ela estava a ser cauteloso até mesmo um pouquinho discreto, talvez fosse casado, comprometido o que talvez o impedia de avançar o que era de se admirar. Achou melhor assim.

...— Bom...Como digo...é um bom projeto no meu ponto de vista! — Ela disse finalmente, para quebrar o clima cheio de tensão. — Estudo medicina veterinária, estou buscando apoiadores que possam me ajudar abri uma clínica veterinária para acolher os animais de rua abandonados!...

— fez uma breve pausa e continuou...— Como pode ver – fez um gesto com a mão mostrando ao redor — não tenho recursos para investir por minha conta própria, não nasci filha do papai, então preciso correr atrás, é cansativo implorar, mas não tem outra solução. Farei minha parte!

— Entendo… você precisa de financiamento, voluntários, isso que veio buscar? Tem chance de conseguir?

Ela consertou-se no banco do carro procurando ser positiva, depois respondeu às perguntas, com um pouco de entusiasmo.

— Sim, e sim, preciso consegui, eu cuido de alguns animais, eles precisam de cuidados caros alguns até cirurgia para sobreviver, esses animais estão espalhados em clínicas de amigos, mas é provisório preciso de um lugar para eles, e rápido!

— Sei…isso é bonito e elogiável, espero que consiga o que precisa para realizar o seu projeto, precisamos de mais pessoas assim, visando o bem dos pequenos indefesos, as criações divinas.

Ela sorriu-lhe gentil com o peito estufado de orgulho de si mesma. Esperava que quem procurava encontrar, pensasse da mesma forma.

— Obrigada, mesmo! Tenho um aplicativo para pequenos doadores, todo pouco é bem-vindo, caso se interesse...

Ele assentiu enquanto Eduarda, levou a mão dentro da bolsa, em seguida lhe entregando um cartão com o seu endereço de email e telefone, claro que com segundas intenções também.

— Há! Qual é o nome do empresário que procura? — O homem perguntou de repente, depois de olhar rapidamente o cartão em sua mão.

— Rudolf sttyurts, ele é o cara!

O homem refletiu um pouco

— Um dos magnatas do grupo sttyurts...

Falou como se o conhecesse

— Sabe quem ele é? — Indagou-o franzido o cenho.

—Sim, estive no casamento de uma das filhas dele recentemente.

— São próximos a ponto de me dar o número pessoal dele? — Eduarda perguntou de supetão

— Sinto muito, não posso fazer isso!

.

— Sei, é claro, você não me conhece...— ela tentou se desculpar por ter se precipitado de tal maneira, não demorou logo ele avisou ao taxista que o seu ponto era ali, quando ele abriu a porta para sair virou se para ela — Afinal de contas, eu sou o Lawrence!

— Estendeu a mão para ela que apertou a dele, com um sorriso que lhe alcançava os olhos.

— Muito prazer sou...

— Dra. Maria Eduarda! — ele completou lendo o cartão que ela lhe entregara a pouquíssimos minutos atrás. Ela confirmou com a cabeça e despediram-se.

****

— Olá, boa noite? — Eduarda atendeu ao telemóvel, mas não ouve resposta do outro lado, ouviu apenas uma respiração pesada do outro lado da linha.

— Alô! Quem é? — olhou a tela do aparelho, numero desconhecido.

— Lawrence? É Você?

— Sim! Sou eu…como soube?

Finalmente alguém respondeu com voz meio rouca.

...— É você mesmo? — Eduarda pareceu confusa, não esperava que ele fosse ligar, pelo menos não tão rapido, ela havia lhe dado o cartão na tarde passada, aquilo podia ser um bom sinal, — pensou…...

— Ah! O meu santo é forte, — sorriu.

^^^—Isso, isso é bom ! — ele disse e antes que ela pensasse qualquer coisa ele falou o motivo da ligação^^^

— Você quer ir num evento amanhã à noite?

Fora pega de surpresa.

_— Você está me convidando para sair Lawrence?

— Não exatamente! Soube que o Rudolf vai estar num evento amanhã a noite, então consegui um convite para você, é a sua oportunidade de se aproximar, pegá-lo de jeito! Então você vai…? Eduarda...?

Ela ficou em silêncio decepcionada.

— Irá comigo?

— Não poderei ir, tenho missa amanhã nesse horário!

— Sei, eu entendo… — ele com certeza pôde perceber o desânimo na sua voz

— Não posso mesmo! Mas se sairá bem tenho certeza, então...?

— Sim, é certo que irei, preciso resolver isso o quanto antes!

— Quando pretende partir?

— Tão logo eu resolver isso!

Eduarda respondeu-lhe no automático

— Certo, vou mandar-lhe o convite por um moto-boy me passa o endereço de onde está hospedada!

Combinando tudo, se despediram, ele desligou o telefone.

LAWRENCE

padre Gabriel

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Comments

Solange Coutinho

Solange Coutinho

Estou curiosa com o que aconteceu no passado de Eduarda?

2023-11-15

1

🌹

🌹

Henry cavil é gato demais🔥🔥. Não dar para ignorar um homem desse.

2023-09-16

2

🌹

🌹

A história parece ser boa😏

2023-09-16

1

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