Capítulo 14. Maldade

Nas profundezas da terra, outro ser fespertou com os estrondos sucessivos. Ele dormia sobre uma cama de magma, oculto de todos e esperando o momentocerto de despertar e continuar sua destruição. Seu propósito não mudou, por ter quase perdido a vida e seu exército. Ao contrário disso, estava com sede de vingança e agora, não só pelos humanos,mas também por aqueles que um dia, considerou seus irmãos.

Os guardiões!

Como podiam ser tão hipócritas, quando se misturaram aos humanos e até procriar com eles, fizeram. Produziram crias poderosas e estranhas, que se alimentam dos humanos imundos. Uma total falcifafe, por serem guardiões dessa espécie medonha, que guerreiam entre si e destroem o próprio ambiente onde vivem.

Ele destruiria tudo, não se importava se no caminho, destruisse também aqueles mentirosos. Conseguiu proteger e fortalecer os seus seguidores que sobrevivetam e logo se lançariam no espaço exterior, para destruir tudo. Banhou-se na larva ardente, saíndo do rio incandescente, em chamas e sentindo-se completamente revigorado.

— Estou pronto. Acordarei meu exército e os sonhos daqueles que não merecem viver, se tornarão pesadelos tenebrosos.

Não tinha mais as imensas asas brancas, mas não precisava mais delas. Depois que descobriu o poder do fogo e que conseguia manipular a matéria, se tornou um alquimista, experimentando diversas formas e mudanças. Se tornou o próprio "criador". Soltou uma gargalhada estrondosa, que estreveu a superfície, em um prenúncio de tempestades piores e mais destruidoras do que causou aquele ser insignificante, que se considera alguma coisa.

Alimentou aquela mente doente, com ganância e sede de vida eterna e o usaria para seus propósitos, enquanto pudesse se ocultar dps seus algoses. Podia prever todas as perversidades que faria e como pretendia se alimentar dos gritos de terror que sairiam da boca dos humanos. Seria um coral, cantando músicas de ninar aos seus ouvidos.

Mal podia esperar…

Na superfície, Luziel sentiu o tremor da terra e quase pode ouvir a promessa do ser das trevas, como um sussurro de mau agouro e ficou preocupado. Só havia uma arma contra o danificado anjo celestial, que se transformou em uma besta e para isso precisava se unir por completo com Ava, convencê-la disso é que seria trabalhoso, não teria tempo de conquistá-la.

Ava cuidava da organização das famílias humanas, distribuindo elas pelas cavernas deixadas pelos bruxos. Também organizou as datas para as aulas que Luziel daria. Seriam só para os lobisomens e humanos, já que o feiticeiro ensinaria ao seu clã.

Luziel foi encontrá-la e decidiu ser direto e não emotivo. Ava nunca esteve envolvida com romance e agia sempre pelo racional, entenderia se explicasse bem o que significava a união dos dois, sem afetividades.

— Olá, preciso lhe falar.

— Tudo bem, Luziel? Você parece preocupado.

— Estou. Você sentiu o tremor, mais cedo?

— Senti, algum problema à vista?

— Isso me deu um sinal de onde meu principal inimigo está e que em breve atacará. 

— Precisamos nos preparar para isso, só não sei como.

— Nós somos a principal arma contra ele e seu exército de anjos caídos. 

— Como assim, nós?

— Eu tenho muitos poderes individuais e só meus, assim como você. Vamos até as cachoeiras, para conversarmos mais a vontade.

Seguiram pelo caminho até o rio e foram beirando pela margem, até chegarem ao grupo de pequenas cachoeiras, formadas pela água que caía sobre um conjunto de pedras grandes, salpicando nuvens de gotículas que umidifica a floresta e torna o ar mais fresco. Sentaram-se em uma fas pedras mais distantes, para não encharcar suas asas. 

— Pronto, agora termine de explicar.

— Temos nossos poderes individuais, alguns ainda nem utilizamos em todo seu potencial, mas existe um poder, que é ativado pela nossa união.

— Como fizemos lá no meio das nuvens?

— Mais completo. Não só o sangue, mas também a união de alma e corpo.

— Você fala de sexo?

— União completa, sim.

— Você não precisava usar esse subterfugio para fazer sexo comigo, não vou fazer de qualquer maneira.

— Se tivéssemos tempo, eu te conquistaria, mas optei por ser direto, para que não confundisse com esse tipo de reação. Você é fruto de um ser de luz que cedeu a uma paixão e se uniu a uma humana. Não me trate como um qualquer, pois não sou humano e nem sou seu pai. Breve o mundo poderá ser destruído e salvá-lo está em nossas mãos, vou deixá-la meditando sobre isso.

 Luziel se retirou, deixando-a ali, sozinha, com suas cismas e desconfianças e até ela estranhou aqueles pensamentos conflitantes dentro de sua mente. Não estava certo desconfiar do guardião, tinha certeza que sua dedicação sempre seria para salvar os humanos, então porque estava em conflito com ele?

— "Ahhh vejo que um de meus feitiços está funcionando…é isso que irei causar em todos se você não me devolver minha família."

— " Como consegue falar comigo?"

— " Tenho em mim, o sangue do guardião e estamos ligados através dele."

— " Tenho uma notícia para você, eu posso te desligar a hora que eu quiser, adeus."

Ava desconectou-se do mago velho e se elevou ao céu, abrindo suas lindas asas, refletindo a luz solar e ao subir além das nuvens, acionou seu cérebro para fluir todo seu poder através do seu corpo, desejando limpar todo seu povo, dos feitiços do mago. A luz foi resplandecendo através de cada poro de seu corpo e transcendeu em um pulso de onda eletromagnética, que percorreu toda a área onde a magia negra atingiu e curou todos os seres que respiram.

Quando a cura se concluiu, Ava estava fraca e desmaiando, caiu. Luziel a pegou no ar e voou, levando-a para uma caverna em um lugar alto, nos montes Apalaches, gelado, muito gelado.  Entrou, se aprofundando no interior, chegando a  um lugar que preparou especificamente para eles. Pousou-a sobre um colchão grande e macio, coberto por lençóis de algodão, travesseiros e edredons. 

Tinha tudo preparado para uma noite especial e para iniciá-la nos ensinamentos de quem eles realmente são. Tinha muito que ensinar, mas antes precisavam acasalar, pois teriam que estar completamente entrosados. Ficou ali contemplando sua companheira, sua metade, feita especialmente para ele, linda e gloriosa e nem ela sabia quue é tão especial.

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