Capítulo 11. Muita Coisa

Ava acordou e sentiu uma energia estranha no lugar, percorreu tudo com sua mente e percebeu que o mago das trevas estava ali, assim como Cassandra e Natanael tentava falar com ela através da ligação. Outro que tentava era Luziel e ela não abriu para nenhum dos dois, precisava se alimentar primeiro. Pensou em tomar o sangue dos magos, mas não sabia o que havia neles e poderia lhe fazer mal.

Chegou a sala de alimentação e Trash esyava lá com um grupo de auxiliares mais velho, que se puseram e ela percebeu que estavam parecendo frágeis, porém sorridentes:

— O que está acontecendo aqui?

— Só um cuidado com você, sente-se e vocês, podem ir descansar um pouco. — disse Trash e pegou o copo que acabou de encher com o sangue dos voluntários e deu a ela.

Ela olhou para ele emocionada e acenou com a cabeça para os jovens, agradecida e bebeu o líquido denso e vermelho, do copo.  

— Obrigada por pensar nisso, Trash, eu estava confusa sem saber o que fazer.

— Nos sentimos agradecidos por cuidar de nós. Agora é nossa vez de cuidar de você. Está melhor?

— Sim, só não sei por onde começar.

— Fiz uma lista pra você. Cassandra trouxe o mago que estava perdido na floresta e mordeu ele, assim que chegaram, parece que ele estava iniciando algum feitiço, sei lá, agora está preso.

— E onde está Cassandra?

— Foi pedir ao feiticeiro para ensiná-la.

— Ôu, isso é interessante, vou deixar eles se entenderem.

— O que mais?

— Tem que designar as casas da nova aldeia. Tem um grupo lá fora, próximo ao riacho, esperando.

— Peça que esperem, o bruxo e o feiticeiro identificarão os de sua espécie e morarão todos na Aldeia nova. Os lobisomens já têm a Alcatéia e veremos se tem humanos puros e quantos são, para designar lugares para eles.

— Ok, então. Você vai falar cpm o mago?

— Estou adiando ao máximo esse encontro, enfrentar a ganância de poder deles não é nada bom.  Acho melhor perguntar a Luziel como lidar com eles.

— Está bem então, vou informar a todos.

— Deixe Cassandra com o feiticeiro por último.

— Está bem. — respondeu Trash e saiu, cruzando com um imenso lobo e voltando para pegar roupas para o homem nu, que surgiu do lobo. Natanael entrou e Trash seguiu seu rumo.

— Calma Natanael, ela encontrou e prendeu o mago branco e está conversando com o feiticeiro.

— Como você sabe o que estou pensando se nem me ouviu?

— É óbvio, Natanael.

— Segui seu rastro,as ela estava bem longe, corri muito até aqui.

— Se alimente, a mesa ainda está posta. Acho que você nem pensou em caçar.

— Não, não cacei, resolvi seguir seu conselho e conversar com ela, mas ela já tinha fugido e aqui estou eu.

— E eu! — disse Luziel, entrando e ocupando o espaço todo com sua presença marcante.

— Nossa, isso que é entrada! — exclamou Natanael.

— O que faz aqui?

— Você não me atende, então eu vim.

— O que aconteceu com sua promessa de se manter distante.

— Como vocês mulheres são cruéis.

— Disse tudo, elas massacram nosso coração.

— Parem com o chororô. O que você quer, Luziel? 

— Senti a magia dos magos e vim alertar que eles não podem ficar juntos.

— Como assim? — perguntou Ava.

— Eles são como uma peça quebrada em três partes e quando se unem, contém um poder inimaginável.

— Como sabe disso?

— Tomei o sangue de dois deles. 

— Mas o mago mais velho, estava dentro da caverna quando você a destruiu.

— Não estava não, fiz uma varredura e não havia ninguém lá, ele deve ter fugido antes.

— Não sabe onde ele está?

— Não e ele pode mudar a aparência e se transformar em qualquer um. O ideal é matarmos um deles.

— Isso está sendo demais para minha cabeça.

Ela foi até ele, olhou sua face bonita, com olhos da cor do céu e sorriu, de lado.

— Parece que pra você é fácil matar, não é mesmo?

— Não, não é. O que digo é o melhor para salvar a todos, esses magos não são bons, são perigosos e se vamos construir algo bom, devemos destruir o que pode prejudicar isso.

— Eu entendo, mas é difícil para mim, tirar uma vida.

— Isso é por causa da centelha divina dentro de você.

— Nem sei o que é isso.

— Sua mãe era humana e se enamorou de um anjo caído. Ele também gostou dela e se casaram, mas a guerra começou, você nasceu e ela morreu para te salvar. 

— Meu pai era um anjo?

— Sim e dos bons. Então você tem as características dele.

Ela estava hipnotizada pelos olhos e pareceu muito natural, quando suas bocas se aproximaram e eles se beijaram. Os lábios dela eramacoos e suaves, os dele eram duros e possessivos. Ela nunca havia beijando ninguém e não sabia como se portar, mas ele controlou sua ansiedade, para ensiná-la com carinho. Foi tocando seus lábios com a ponta da língua e usando os próprios lábios para afastar os dela e introduzir-se, suavemente e quando suas línguas se tocaram, foi como se um raio percorresse seus corpos e os unissem mais.

Ava sentiu como se o corpo dele fosse um ímã que grudava os dois e o que sua boca estava experimentando com a dele, era algo mágico que mexia com todos os seus sentidos. Seu coração bombeou o sangue mais fortemente por suas artérias, aquecendo seu corpo, elevando sua libido e fazendo-a sentir uma excitação nunca sentida. Gostou e correspondeu, passando os braços a volta de seu pescoço, se entregando totalmente.

Ficaram ali se saboreando por um tempo e ela sentiu a dureza de algo em seu ventre e percebeu que era ele, pronto para entrar nela e se apavorou, se afastando o suficiente, para não senti-lo mais, mas não o rejeitando. Olhou para aquelas bolas azuis que remetiam ao céu e pareceu mergulhar neles. Passou a ponta dos dedos no rosto dele em um carinho e pediu:

— Desculpa…

— Temos tempo, eu aguento.

— Obrigada.

— Será que agora vocês podem começar a resolver as pendências? — perguntou Trash, parado na porta, junto com vários outros, que apreciavam a cena.

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