...POV ANTONELLA...
Devido a festa de aniversário da revista, tudo parecia uma loucura. Sempre que pensava ter um tempo livre, surgiam mais problemas que me obrigavam a permanecer focada em meu trabalho.
Deixei a matéria com Alexia nas mãos de uma das melhores escritoras da Muse, mas por duas vezes naquela semana fui informada de que ela não havia conseguido entrar em contato.
Tentei ligar para a Brandon várias vezes, mas sempre chamava até cair na caixa postal.
— Antonella? — chamou Jeniffer entrando na sala, mas eu estava concentrada no que fazia. — Já consegui um horário pra você naquele restaurante, terça à noite.
— Na terça?
— Depois falamos porque agora tem alguém lá fora pedindo alguns minutos de sua preciosa atenção.
Levantei o rosto para ver de quem ela falava e avistei, através da porta de vidro, o marido de Alexia. Intrigada, sinalizei para que ela autorizasse a entrada.
— Serei rápido — afirmou e eu apenas esperei que falasse. — Quero que se afaste de minha esposa.
Ao ouvi-lo, suspirei, relaxando na cadeira enquanto encarava ele que tinha uma postura defensiva.
Consigo deixa-lo inseguro? Parece engraçado.
— Bem, como pode ver ela não está aqui e já faz alguns dias que não nos vemos. — Meu tom pareceu tê-lo enfurecido um pouco mais, ao ponto de se aproximar da mesa me encarando com raiva.
— Não venha com gracinhas. Sabe muito bem do que estou falando.
— Eu sei exatamente do quê está falando, mas já pensou em conversar com ela sobre isso? Quem deve decidir de quem deseja se manter ou não próximo, é ela. Não cabe a mim, nem a você decidir sobre isso.
— Pessoas como você sabem como manipular uma mulher frágil com ela. Alexia está com problemas com a sócia e você com certeza se aproveitou disso.
Eu ri, não acreditando no que ouvia.
— Fiquei curiosa sobre o tipo de mulher sou eu, na sua percepção.
— Você me parece uma mulher amargurada, assim como Stella. As duas vivem uma relação fracassada e não suficiente querem destruir a dos outros também!
— Olha David, só o fato de dizer que sua esposa é uma mulher frágil, já demonstra que algo não está certo nesse relacionamento, mas ao contrário de você, não acho que cabe a mim julgar. Então vá se resolver com Alexia e caso ela decida não mais me encontrar, respeitarei a decisão.
Era possível notar a tensão através do olhar e a mandíbula travada enquanto ele me encarava, mas não demorou a me dar as costas e sair no mesmo momento em que Melanie entrava na sala e quase foi levada junto a fúria que tinha o homem.
— O que você fez ao David para ele sair assim tão furioso? — perguntou ela se aproximando e logo sentou na cadeira à minha frente.
— Conhece ele?
Estranho séria se não conhecesse, afinal Melanie era a maior fofoqueira da Muse.
— Sim ele era olheiro na primeira agência em que trabalhei. Fazia um tempo que não o encontrava. Ele era casado com uma modelo, mas traiu ela. A coitada entrou em depressão e até mesmo largou a carreira. Beatrice Johnson era o nome dela, se não me engano.
— Então ele não tem um bom histórico — murmurei.
— Safado, casou com uma menina novinha, pouco tempo depois. Não duvido nada que ela era a amante.
A Alexia amante de David?
— Alexia... — murmurei. — Por falar nela, preciso encontrá-la para a entrevista. — Levantei rapidamente.
— Exatamente essa, Alexia Brandon, da Storm. Ela era novinha na época. Antonella, onde você vai? Eu ainda nem falei o que vim fazer aqui. Antonella?
Deixei Melanie para trás.
Segui para a Storm, onde assim que cheguei fui avistada justamente por Stella e eu sabia que falar sobre a entrevista com Alexia era tocar em sua ferida, por isso estava pronta para todo o seu drama.
— Ódio de você Antonella! Quando pisa aqui é procurando minha sócia. Aquela sonsa não vem trabalhar faz mais de uma semana.
— O que aconteceu?
— Segundo ela são problemas de saúde.
Stella claramente não acreditava naquilo.
— E qual o real motivo por trás desse sumiço? — Arrisquei perguntar. — Ao seu ver.
— Eu acho que está me castigando por ter jogado algumas coisas na cara dela.
Sorri enquanto dava uma volta na sala, me perguntando onde e como estava a Brandon, para sumir daquele jeito.
— Deixa eu te contar uma coisa, Stella. — Ela pareceu atenta. — O mundo não gira ao redor do seu umbigo.
— Se eu não te amasse já teria te matado!
Saí da sala ouvindo seu grito de raiva e logo também o barulho de um objeto quebrando.
Tentei contato com Alexia, novamente através de ligação, mas sem resultado, então aproveitei que já estava na rua para ir até seu apartamento.
— Ela está no hospital — disse a senhora que abriu a porta.
— O quê ela tem? — perguntei.
— Olha moça, vai me desculpar, mas não sou autorizada a falar nada sobre meus patrões.
Revirei os olhos enquanto ouvia.
— Qual hospital ela está? Ao menos isso posso saber?
Pelo menos o nome do hospital fiquei sabendo, mas nada além disso. O que me surpreendeu foi se tratar de um hospital direcionado ao tratamento de câncer.
Enquanto dirigia, me senti um pouco tensa e com medo do que estava acontecendo. Já fazia uma semana desde que voltamos da França e não nos falamos desde então, mas eramos próximas o suficiente para que me preocupasse com ela.
Na recepção não consegui obter nenhuma informação e isso me deixou bem estressada. Fiquei por lá, na esperança de encontrá-la ou quem sabe até subornar a enfermeira para que confirmasse a internação de alguma paciente com seu nome, mas nem isso consegui.
Não sei ao certo quanto tempo fiquei tentando pensar em uma forma de encontrá-la, até desistir e sair do prédio, exatamente na hora que Alexia chegava carregando algumas sacolas.
— Antonella? — Alexia me olhava surpresa, tanto quanto eu que analisei ela de cima a baixo, me certificando que estava bem. — O que faz aqui?
— Me diga você. Sumiu faz uma semana, não consigo entrar em contato e agora descubro que está em um hospital.
— Eu... — Ela olhou para os lados, parecendo confusa. — Desculpa, eu deixei o celular no silencioso e tenho evitado contato com o mundo externo.
— Por que?
— Porque nem você, nem ninguém tem a ver com meus problemas.
— E se por acaso eu quiser saber sobre seus problemas?
Ela nada disse, apenas ficou me encarando e algumas pessoas surgiram no caminho, então segurei em seu braço e seguimos em direção ao estacionamento.
— Não sei se você lembra, mas está devendo uma entrevista à revista.
— Ah, a entrevista... — murmurou. — Eu esqueci completamente.
— Certo. Então porquê está aqui? Você está doente?
— Não, estou bem. Na verdade minha mãe precisou passar por um pequeno procedimento, então estou tirando um tempo e... Está tudo complicado com o David, por isso evitei falar com você.
— Conversou com ele?
— Na verdade ainda não. Assim que voltei minha mãe me procurou e tudo ficou uma loucura entre vindas ao hospital para exames, enfim... Eu não queria mesmo te encher com essas coisas.
— Eu não diria que isso é encher. Pense em mim como...
— Uma amiga? Que transo de vez em quando?
— Inimigas nós não somos. E eu não sou tão fria ao ponto de não me importar com você fora da cama. Achei que nossa viagem havia de alguma forma nos aproximado mais.
— E nos aproximou. — Ela confirmou com a cabeça. Notei seu olhar cansado e um tanto perdido. — Talvez esse seja o problema. Bom, preciso ir.
— Sobre a entrevista...
— Ah, eu volto ao mundo irreal essa semana. Digamos assim. Amanhã minha mãe terá alta, então tudo voltara ao normal. Não se preocupe com isso.
— O mundo irreal?
— Tenho um evento beneficente na sexta, uma festa no sábado. Sabe, essas coisas que sua mulher não faz, mas que são uma extensão do meu trabalho e onde sorriu e aceno fingindo que está tudo bem, quando na verdade só tem pessoas ao meu redor que já tentaram me dar uma rasteira. — Ela sorriu. — Desculpa, estou despejando tudo de repente.
— Olha, eu não tenho problema nenhum em te escutar, mas minha terapeuta deve ter um horário livre.
Alexia riu parecendo ficar mais leve, ao contrário de antes.
— Não precisa, vou ligar para a minha.
— Muito bem. — Sorri e ela fez o mesmo. Quando voltei a encará-la já estava séria, me encarando como se desejasse falar algo. — Algum problema?
— Nenhum — afirmou sem para de me olhar. — Eu senti... Quero dizer, preciso ir, minha mãe está esperando.
— Tudo bem, vai lá. — Ela já saia. — Me ligue, ou mande mensagem. Só não suma novamente.
— Não vou sumir — afirmou com um sorriso enquanto andava para trás e eu ia avisar que passava um rapaz atrás dela, mas chocou-se contra ele antes que pudesse pronunciar qualquer coisa.
— Cuida... — Ri enquanto ela sorria sem graça envergonhada, até virar e seguir em direção a entrada do hospital.
Sentia-me um tanto pensativa enquanto seguia até meu carro, onde entrei e ao fechar a porta o celular vibrou, indicando uma mensagem que vi ser dela.
"Te encontrar me fez perceber que preciso relaxar e só você sabe como fazer isso."
Sorri tentada a chama-lá ali mesmo, no estacionamento, mas estava na cara dela que precisava de um tempo e descanso, por isso optei por fazer algo que não é do meu feitio, ser paciente.
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Atualizado até capítulo 36
Comments
Jérsica Santos
Eu acho que o marido trai ela com a Beatrice
2024-05-22
1
Nataly Lopes
agora esse marido dela quer da uma de machão
2022-12-19
3
daniele cleffs da silva
Ai meu casal será que vão fica juntas eu to shippo as duas juntas
2022-12-19
3