Assim que entrei no quarto senti o cheiro forte de álcool que quase me embriagou. As roupas de David estavam espalhadas pelo chão. Após colocar a bolsa sobre a poltrona e tirar os sapatos, fui juntar todas as peças, mas parei sentindo que da blusa dele vinha um cheiro diferente, algo que me perturbou o suficiente para largar tudo e seguir para o banheiro,onde permaneci durante um tempo, tentando retirar de minha mente aquela desconfiança.
Na manhã seguinte cheguei na agência mais cedo que de costume. Todos estavam eufóricos por faltar menos de um mês para a semana de moda. Eu pensava apenas no que tinha programado para aquele dia.
Passava pela sala de Stella quando ouvi seu chamado.
— Alexia você já viu o site da Muse? — perguntou ela assim que entrei, virando o monitor para que eu pudesse observar.
Lá estava eu e um pouco mais a baixo havia uma outra foto minha conversando com Antonella.
— Foi boa a festa? — perguntou.
— Foi sim. — Tentei não demonstrar muito interesse em relação ao assunto e pedi licença.
Assim que entrei em minha sala corri para ver o site e olhar melhor minhas fotos, que por sinal estavam ótimas. Sem contar Antonella, que na foto a meu lado estava maravilhosa, o que me fez sorrir lembrando tudo o que aconteceu, mas logo balancei a cabeça tentando afastar todos os pensamentos.
A semana passou rápido e até estranhei que Antonella não havia dado sinal de vida, mas enquanto ouvia sem querer uma conversa de Stella com Bea, fiquei sabendo que ela tinha viajado para Londres.
Era sexta à noite quando meu telefone tocou e atendi sem olhar, sendo surpreendida pela voz da editora.
— Surpresa? — perguntou. — Não devia, afinal temos assuntos pendentes — dizia, do outro lado da linha.
Enquanto ouvia, massageei meu pescoço, sentindo-me exausta.
— Farei a entrevista, se é isso que deseja saber.
— Que tal sairmos para jantar hoje a noite?
Soltei um longo suspiro enquanto imaginava quê, se por acaso fosse direto para casa, teria que jantar sozinha.
Eu estava me esforçando para não pensar sobre David. Nós não estávamos em crise, pelo contrário, até pouco tempo estava tudo bem, mas de repente eu tinha uma suspeita. Na verdade eu havia enterrado a suspeita embaixo de minha pilha de trabalho e assim os dias vinham passando. Preferi fingir que nada estava acontecendo.
— Eu não estranharia se você já estivesse no estacionamento à minha espera — brinquei.
— Como adivinhou? — Ela deu uma risada que me fez rir também. — Vamos?
— Espera, está mesmo no estacionamento?
— Duvidou? — Levantei da cadeira rapidamente. — Você tem cinco minutos para chegar aqui ou eu vou até aí busca-la.
— Você é lou... — Ela desligou o telefone e fiquei olhando para o nada.
— Alexia estou de saída, beijos! — disse Beatrice surgindo na porta.
— Espera, não está muito cedo? Você disse que hoje ia terminar de...
— Tenho um jantar romântico, não é todo dia que meu amor sai mais cedo do trabalho para me dar total atenção. Até amanhã! — Ela saiu sorrindo de orelha a orelha.
Por um minuto senti inveja. Do frio na barriga, a animação e adrenalina ao encontrar alguém, essas coisas que com o tempo e a rotina desaparecem.
Quando lembrei que a editora estava à minha espera, rapidamente peguei minha bolsa e saí. Não pude conter o sorriso ao ver o carro estacionado e assim que entrei encarei ela.
— Pensei que estivesse em Londres.
— Está muito bem informada a meu respeito, não é mesmo, Brandon? Voltei a menos de duas horas.
Arqueei a sobrancelha e ela piscou para mim dando um sorriso logo em seguida.
— Vamos, antes que Stella saia! — falei dando uma batidinha em seu braço.
— Você está ainda mais linda hoje — afirmou.
Rolei os olhos virando o rosto em outra direção.
Demoramos um pouco até chegarmos ao restaurante que ficava quase do outro lado da cidade. Antonella afirmou ser de um chef que era um grande amigo, por isso o escolheu. Eu já tinha visto um artigo sobre aquele lugar, que por sinal era muito frequentado por casais. Era necessário reservar com antecedência, chegando até a esperar meses para conseguir uma mesa.
— Conhecer a amiga do chef tem suas vantagens — falei enquanto o metre nos levava até nossa mesa.
— Você ainda não viu nem metade das vantagens que tem me conhecer.
Trocamos um olhar que me fez sorrir virando o rosto.
Logo estávamos muito bem acomodadas, com uma vista maravilhosa para a cidade de Nova York, tomando um vinho delicioso, escolhido por ela, e conversando sobre a semana de moda, até que nossos pedidos chegassem.
— Isso é...
— Incrível, não é? — concluiu a frase e concordei. — Ele é ótimo no que faz.
— Você tem bastante amigos talentosos.
— Ser uma adolescente rebelde em Nova York, vivendo longe da família, teve suas vantagens.
— Não me diga que você era do tipo que saía com os garotos e cantava em uma banda.
— Não, por favor não tente me imaginar cantando. Eu era mais o tipo que dava apoio moral aos amigos que tinham uma banda. — Ela riu e fiz o mesmo.
— Mas porquê viveu longe da família?
— Eles me mandaram para estudar e eu aproveitei para curtir.
— E pelo visto faz isso até hoje — comentei, entre uma garfada e outra e ela sorriu mantendo os olhos no prato.
— Não posso negar...
Ficamos em silêncio por um tempo, até que eu soltei os talheres e tentei ser o mais direta possível.
— Tudo isso aqui. — gesticulei. — Você faz para as mulheres que deseja levar pra cama, ou posso nutrir esperanças de que estejamos dando início a uma... Amizade?
— Esqueça a amizade. — Ela foi firme ao dizer aquilo. — Por enquanto. Ou pelo menos até que eu possa te levar pra cama sóbria e por livre espontânea vontade. Depois caso aconteça...
— Sinceramente não sei porquê estou aqui agora ouvindo isso. É uma completa loucura. Sou casada. Somos casadas e...
— Onde está seu marido agora?
Eu não soube o que dizer, então apenas encolhi um pouco os ombros, desviando o olhar.
— Por que eu? — perguntei.
— Porque é você.
Fiquei em silêncio enquanto o garçom vinha retirar os pratos.
— Que tal a sobremesa? — sugeriu. — Você experimenta, depois diz se gostou e decide se vale a pena arriscar...
Eu franzi o cenho, não entendendo do quê ela estava falando até ver sua mão deslizar pela mesa fazendo com que o guardanapo caísse e ao inclinar para pegá-lo, Antonella simplesmente sumiu de meu campo de visão, me surpreendendo ao sentir o toque em minha coxa.
Ela não está fazendo isso.
Olhei ao redor, mas além da distância entre as mesas ser grande, a iluminação era fraca e ninguém estava interessado em ninguém ali, todos pareciam concentrados em seus pratos e conversas.
Engoli a saliva com dificuldade, quando sentia as mãos dela em minha coxa, deslizando até entre minhas pernas, fazendo com que me abrisse um pouco mais.
Eu queria protestar, mas seria muito pior caso alguem percebesse. E justamente quando seus dedos alcançaram minha calcinha, o rapaz trouxe a sobremesa. Eu tentei ignorar o fato de que ela puxou a peça para o lado e logo senti sua respiração em minha pele.
O rapaz nem tinha terminado de colocar tudo sobre a mesa quando senti a umidade da língua dela em meu clitóris e praticamente gemi, mas pigareei para disfarçar. Por sorte o garçom saiu e eu fechei os olhos por um breve momento, não sabendo lidar com aquelas sensações tão prazerosas e assustadoras.
Eu queria pedir que ela parace e ao mesmo tempo gemer rebolando meus quadris, pedindo por mais. Queria me abrir o suficiente para que ela fizesse mais e ainda melhor.
Meus sentimentos eram controversos, mas o desejo e o tesão estavam claros. Eu gozaria logo logo, mas não estava preparada para isso. Não sabia o que fazer, como reagir.
De repente estava concentrada naquela língua deslizando em minha boceta e logo em seguida olhando ao redor, me certificando de que ninguém estava percebendo aquela pouca vergonha, gostosa pra caralho.
Suspirei, me ajeitando melhor, sentindo meu corpo quente e pronto para explodir em um orgasmo. Fui obrigada por meu próprio corpo a levar uma das mãos até embaixo da mesa onde pressionei a cabeça dela e aquilo me levou ao ápice.
Tive que morder meu lábio com força para não gemer naquele momento.
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Atualizado até capítulo 36
Comments
Jérsica Santos
nossa senhora das calcinhas molhadas, a adrenalina no corpo por fazer isso em locais proibido é muito boa o medo de ser pega ai minha nossa è bom demais.
2024-05-22
1
Såd_ Grıł_Đemøn
Sem dúvidas eu teria causado um escândalo no restaurante, com toda e total certeza no mundo eu teria soltado um gemido alto dando para que todos lá presente escutassem...rsrsrsrsrsrs
2023-02-19
4
Silvia Galdino
sem palavras sem folego
2022-12-28
2