— Droga, vou gozar... — sussurrei, tentando manter a postura.
— Espero que sim, pois estamos quase lá. — Antonella tinha o olhar fixo em meu rosto e os dedos esfregando meu clitóris por baixo da saia.
Estavamos no elevador do prédio onde ela ia à trabalho e fez questão de me levar, apenas para vivermos aquela experiência. As provocações começaram desde o hotel, até no carro e aquele era o ponto alto.
Jamais imaginei viver tal loucura, mas era excitante o suficiente para me deixar levar.
Quando meu corpo estremeceu em um orgasmo, levei as mãos aos ombros dela buscando apoio, vendo em seu rosto um sorriso, exatamente na hora que o elevador parou.
— Te vejo mais tarde — disse, seus olhos passeando por meu rosto e eu até mesmo umedeci os lábios ansiando por um beijo, mas ela apenas saiu do elevador,me deixando desnorteada.
...(...)...
Enquanto me dava ao luxo de passear por Paris, como qualquer turista, pensava sobre a loucura que estava fazendo ao largar tudo e vir apenas me aventurar.
Uma coisa era certa, para que aquilo não voltasse a acontecer eu precisaria estar ao menos odiando, mas pelo contrário, era cada vez mais excitante e bom vivenciar tudo aquilo.
O problema é que se tratava de algo passageiro, enquanto minha vida, o relacionamento que construí com David, sempre foi minha base e segurança.
Como Antonella estava focada em trabalho, almocei sozinha e lá pelo meio da tarde ela me enviou um endereço para que nos encontrássemos.
Não foi nada difícil encontrar o Café Des Deux Moulins.
— O Café da Amélie Poulain — dizia ela com um sorriso, enquanto eramos servidas por uma garçonete muito simpática.
— Tenho a impressão de que você ama cinema.
— Um pouco — confessou. — Eu sempre venho aqui. — Ela me analisou. — É a primeira vez que trago alguém comigo. E o lugar é incrível. Isso pode ser considerado romântico?
— Ainda estamos no segundo dia — comentei. — Mas de fato, você nunca ter vindo aqui com alguém, apesar de me parecer estranho, significa que sou privilegiada. O que faria total diferença caso estivéssemos dando início a uma relação.
— Seu coração se derrete quando digo que nunca trouxe alguém?
— Toda mulher espera ser especial ao menos uma vez na vida de alguém, você sabe.
— Bom, na verdade já vim aqui acompanhada, era apenas um teste. Penso exatamente como você.
— Faz parte da conquista do acasalamento também, não é? Você às faz sentir especial antes de arrancar cada gota de prazer.
Antonella deu uma risada, mas confirmou antes de começar a comer.
A melhor parte era ouvi-la falando em francês. Eu me virava com o inglês, o bonjour e excusez-moi, mas ela era boa naquilo e parecia não se esforçar.
— Antes de assumir a Muse New York, trabalhei aqui por alguns anos — explicou enquanto saíamos do café.
— Isso explica como consegue ter tanta segurança ao masturbar alguém num elevador.
— Estou começando a me sentir incomodada — disse parando de repente e fiz o mesmo, me voltando para ela. — Você me julga muito mal, precisamos mudar isso.
— Me impressione.
Ela deu um passo diminuindo a distância e retirou minha mão que estava no bolso do casaco, para entrelaçar os dedos aos meus. Fiquei intrigada, mas como ela nada disse, apenas me deixei levar.
...(...)...
— Não acredito que estou fazendo isso — pronunciou ela, a mesma coisa que eu ia dizer enquanto subia as escadas do Arco do Triunfo, que por sinal pareciam infinitas. — Isso não é nada romântico, mas confie.
Eu ri, pois de certa forma estava me divertindo com o quanto ela estava ficando estressada a cada vez que olhava para cima e ainda não tínhamos chegado.
— Se tivesse avisado antes eu não estaria usando saltos — comentei.
— Três centímetros é considerado salto? — Riu, seguindo na frente.
Talvez se tivéssemos nos planejado, não teria dado tão certo. Chegamos lá encima exatamente quando a linha alaranjada no horizonte proporcionava uma recompensa e tanto. A visão do pôr do sol era incrível ali de cima.
— Arrependida? — perguntou ela.
— Nem um pouco — afirmei enquanto mantinha os olhos naquela vista. — Tira uma... — Parei de falar ao sentir os braços dela me envolvendo em um abraço por trás. — Não precisa se esforçar tanto — comentei.
— Não é esforço nenhum. É boa a sensação de...
— Não estar sozinha — completei. — É reconfortante saber que tenho com quem compartilhar um momento assim.
— É por isso que as pessoas casam?
— Claro, em algum momento da vida sentimos a necessidade de ter alguém com quem dividir... Espera aí você é casada.
— Meus motivos para o casamento não foram muito nobres.
— Isso não me parece bom.
— E não é.
— Então feche os olhos e finja que está aqui agora com alguém que te faz sentir borboletas no estômago — sugeri e ela riu. — Vamos viver essa doce ilusão um pouco.
Virei um pouco o rosto e ela de fato fechou os olhos então fiz o mesmo, prendendo o riso.
— Qual a finalidade? — perguntou.
— Viver um romance em Paris.
Ficamos em silêncio por um tempo. Me senti desconfortável de início, mas aos poucos notei estar gostando.
— Que tal uma foto? — sugeriu ela se afastando de repente e eu confirmei entregando o celular.
Nos posicionamos de costas para o sol e após passar o braço ao redor de meus ombros, bateu duas fotos nossas.
— Só tome cuidado, é a prova do nosso crime — alertou enquanto entregava o celular a mim.
Ficamos um pouco mais antes de encarar as escadas de volta.
O passeio além de lindo foi muito cansativo, por isso quando chegamos ao hotel eu só queria descansar e foi exatamente o que fiz e apaguei, enquanto Antonella ficou trabalhando.
Aqueles quatro dias pareceram bem menos. Beatrice me ligou algumas vezes parar resolver algumas questões, assim como David, mas devido ao fuso horário não nos falamos muito.
Antonella trabalhou todos os dias, mas nada nos impediu de turistar e transar nos lugares mais inusitados, assim como no hotel.
— Obrigada por isso — falei quando terminei de arrumar minha mala, me voltando para ela que trabalhava. sentada na poltrona, do outro lado do cômodo.
— Está emotiva? — perguntou sem tirar os olhos do notebook.
— Sim, estou. Não é como se nunca tivesse ido a lugares assim com meu marido, mas... Foi diferente e bom.
— Você já pensou no caso de se apaixonar por mim? — perguntou com naturalidade, sem parar o que fazia e eu arqueei as sobrancelhas.
— Por que está falando isso?
Ela desviou o olhar da tela e me encarou. Meu voo seria bem antes, por isso já estava pronta para partir enquanto ela ainda usava roupão, tinha um coque nos cabelos e nenhuma maquiagem.
— Porque em todos os romances americanos isso acontece. — Ela sorriu.
Sua atenção voltou ao que fazia e eu fiquei pensando, antes de falar alguma coisa.
— Já se apaixonou por uma amante?
— Não, nunca. — Deu de ombros. — Mas também não fui pra cama tantas vezes ou até mesmo viajei com uma.
— E porquê está fazendo isso agora?
— Porque eu quis.
— Simples assim. — Ri sentando na ponta da cama. — Eu tenho o David e...
— Pobre David, deve ter a orelha queimando de tanto que você fala nele. Mas só fala, porque consideração que é bom não tem..
— Hey! Está me julgando agora?
— Estou sendo realista eu diria. — Fechou o notebook e deixou de lado antes de levantar da poltrona.
— Eu só... Estou confusa.
— Com medo. — Ela aproximou-se e me fazendo deitar na cama, logo veio para cima de mim. — Medo de dar um fim a um relacionamento que não te causa mais nada parecido com isso...
Seu beijo em meu pescoço me fez fechar os olhos e engolir em seco. Meu corpo inteiro arrepiando com a sensação causada por seu toque.
— Sim eu tenho medo. Gosto de controle e segurança. Me assusta o futuro sem meu casamento.
— Entendo — murmurou entre beijos em minha pele, descendo do pescoço para meu ombro. — O único controle que posso te oferecer agora é o de minha cabeça entre suas pernas...
Dei uma gargalhada ao ouvir aquilo.
Prendi o corpo dela entre as pernas, puxando seu rosto para que pudesse beijar-lhe a boca.
— Você... — murmurei parando o beijo. — Largaria a Stella por mim?
Antonella me encarou.
— Está pensando em se divorciar por mim?
Ficamos nos encarando de forma séria, mas não demoramos a sorrir.
— Você está insegura, com medo da vida de solteira — explicou. — Vou te fazer companhia, não se preocupe.
— Obrigada — murmurei sentindo os lábios dela junto mais meus. — Chega, senão irei me atrasar!
Sendo sincera, não imaginei que seria tão difícil voltar para casa. Eu queria ter pelo menos um mês naquele país para conhecer cada lugar ao lado dela, que sempre tinha uma história pra contar, principalmente sobre filmes.
Antonella era alguém que, apesar do tempo juntas, não consegui desvendar muito. Tudo o que eu sabia era que ela conseguia ser uma ótima companhia para conversar sobre assuntos diversos e me deixava muito a vontade. Na cama, nem se fala, mas quanto a vida pessoal e aos próprios sentimentos, era muito difícil de ler.
Eu não sabia como ela se sentia em relação a Stella, menos ainda sobre mim.
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Atualizado até capítulo 36
Comments
Nataly Lopes
e já torço por elas
2022-12-19
3
Nataly Lopes
Acho que as duas já estão apaixonadas e ainda não se deram conta
2022-12-19
1