Capítulo 10. Intolerância

Chegou na casa de sua mãe e as preparações para a festa estavam a todo vapor.

— Mãe! — gritou, para que sua voz fosse ouvida acima da balbúrdia.

— Estou aqui, querido.

Sua mãe tinha uma saleta para ela na área de cima, onde costumava ficar, para organizar suas coisas. Ele subiu e aproximou-se, sentou em uma poltrona de frente para ela. Ela confeccionava laços para colocar pela casa com sinos pendurados.

— Oi, filho, como estão as coisas?

— Quase se complicaram por causa da sua insistência em enviar aquelas duas para me assediarem.

— Eu? Não, filho, eu jamais faria isso.

— Mamãe…

— Tá certo que eu apresentei as duas, foi proposital, mas o que elas fizeram depois disso, não é da minha conta.

— Tudo bem, mãe, já avisei as duas que tenho uma namorada, espero que elas entendam e se afastem.

— Você não me contou que tinha uma namorada!

— Mãe…claro que a senhora sabe que tenho uma namorada, é a Lili. Sempre deixei claro que voltei para casar com ela.

— E ela já sabe disso?

— Sim, mãe. Acabei de estar com ela e conversamos sobre isso.

— Mas, filho, foram cinco anos longe, você precisa de mais tempo para ter certeza.

— Por que a senhora insiste tanto em que eu não fique com Lili? Ela é uma mulher forte, prendada, empresária e não deixa nada a dever a nós. Então por quê?

— É que depois que você foi embora, a vida dela foi uma confusão só, ninguém sabe exatamente o que aconteceu, pois o pai dela se matou logo depois, caindo bêbado no Rio.

— Ainda não conversei com ela sobre esse assunto, é muito doloroso para ela e não quero atrapalhar nosso relacionamento, ressuscitando fantasmas do passado.

— Está bem, querido. Você é adulto e sabe o que faz.

— Que bom que nos entendemos. Comprei uma casa e ela está sendo preparada para quando eu casar com Lili.

— Então vai nos deixar? Espero que demore um pouco para se casar, quero você mais um pouco aqui conosco.

— A senhora está se contradizendo, primeiro quer que eu arrume uma esposa e agora quer que demore a casar? Acho bom se decidir logo, viu Dona Elisa, pois quero casar no mês que vem.

Levantou e saiu sorrindo, deixando sua mãe reclamando que iria acabar tendo um ataque de coração com as ações dele.

*

Lili chegou em casa e foi uma festa.

— Mamãe, mamãe, veja tudo o que fizemos!

A casa estava toda enfeitada, mas também com papéis picados por todo lado. Elas haviam feito várias correntinhas coloridas para colocar na árvore de natal e também pendurar nas quinas das paredes e umbrais das portas.

— Que lindo! Vocês duas fizeram tudo isso?

E ela não se referia só aos enfeites, mas também a toda a bagunça. Deia deu uma gargalhada, enquanto Meg dançava no meio da bagunça. Lili abraçou Deia e sorriu feliz ao ver a alegria da filha. Pensou em Mário, uma hora teria que contar para os dois que eram pai e filha, mas isso ficava cada vez mais difícil, devido às agressões da menina no próprio pai.

Depois de ajudar Deia a limpar toda a sujeira, fizeram chocolate quente, sanduíches de queijo e presunto e biscoitos de natal, sentaram para comer em frente à televisão, assistindo desenhos de Natal. Era tudo o que Lili precisava, estar aconchegada no sofá com sua filha e sua melhor amiga, cobertas com um edredom e desfrutando do calor familiar.

Apagou o Mário da cabeça, para não ter que pensar naquela situação, deixaria para outra hora pensar em tudo que precisava fazer, já que aceitou namorar com ele. Quando Meg dormiu no sofá, sem conseguir ver o final do filme, ela a levou para a cama e conversou com Deia.

— Hoje ele disse que somos namorados, pois nunca terminamos, que voltou para casarmos e que me ama.

— Você tem alguma dúvida?

— A família dele não me aceita. Acreditaram nas mentiras de meu pai e nunca me deram uma chance para explicar, sequer conheceram Meg.

— Mas sua vida será com ele e não com a família dele. Eu sei que família é muito importante, e no final vão acabar amando Meg, ao descobrirem que ela é neta e sobrinha deles. 

— Tomara, Deia, tomara. Pois eu não vou deixar nenhum deles magoar a minha filha.

— Você está certa, querida. Nem eu permitiria isso, estarei com você e protegerei ela, enquanto você permitir que eu fique por perto.

— Você é a única família que tenho, Déia, estará sempre por perto.

— Obrigada, querida. Você é como uma filha para mim e Meg como uma neta.

As duas se abraçaram e finalmente foram dormir, Lili precisava descansar, pois levantaria de madrugada para terminar os confeitos e realizar as últimas entregas. Custou a dormir, apesar de cansada, pois seu corpo vibrava com a necessidade de Mário. Aquele beijo abriu a porta dos desejos, em sua líbido a estava excitando e chamando por ele.

*

O dia seguinte foi tão agitado quanto o anterior, mas ela conseguiu que a cabeleireira, amiga dela, a atendesse depois do horário. Deu Graças a Deus que Mário não apareceu para o lanchinho, pois não teria tempo de dar atenção a ele, devido a tantos afazeres. Saiu correndo da confeitaria direto para o salão de beleza, satisfeita, pois tinha dado conta de tudo e o dinheiro já estava na conta do banco. Pagaria todas as despesas que tinha feito para execução daqueles grandes pedidos e sobraria o suficiente para dar uma bonificação de Natal para todos e ainda para si mesma.

Entrou no salão correndo e lá estava a manicure e a cabeleireira prontas rapidamente cuidaram dela, Pois não precisava de muitas estripulias, Seu cabelo já era naturalmente bonito e cacheado então foi só fazer uma hidratação uma lavada e uma secagem rápida e estava lindo as unhas, sim, precisaram de um cuidados especial com uma boa hidratação pois estavam ressecadas e quebradas devido ao trabalho.

Pagou, agradeceu e saiu correndo para casa para se arrumar. Quando chegou, viu que ainda dava tempo de passar um tempo com Meg e Déia.

— Você tá tão bonita, mamãe! Vai saí com o Mário?

— Você é uma menininha muito curiosa. Vou a uma festa de Natal de uma cliente que me convidou. Só ela comprou 30 panetones.

— Uau! A família dela deve sê muito gande né, mamãe? 

— Não sei, filha. Você está falando melhor, mas ainda está comendo a última letra das palavras. Você está com fome, menina?

Ela fez cosquinha na filha e as duas começaram a brincar e sorrir e o assunto passou, era isso que ela queria. Não pode evitar de fazer uma ceia com uma filha linda e logo depois que Meg foi dormir, ela foi para o seu quarto se arrumar. Não tinha muito o que fazer, só tomar um banho cuidando para não molhar os cabelos, vestir o vestido que já estava pronto e fazer uma leve maquiagem. O vestido era vermelho e branco, bem Natalino, colocou umas botas longas e estava pronta.

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Comments

Marlene Souza

Marlene Souza

só falta a cobra ter convidado as duas frangas pra ceia de natal

2024-09-06

2

Celia Chagas

Celia Chagas

É vamos ver como vai ser 🙄🙄

2024-05-08

4

lucivania oliveira

lucivania oliveira

fácil demais , tenha cuidado com ela, pois pelo jeito, essa mãe é tipo ,uma cobra criada.

2023-12-04

2

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