Era a primeira aula de patinação com seus patins novos e a menina estava eufórica, principalmente por ter a presença de seus pais, patinando com ela. Estavam calçando os patins e Lili estava apreensiva.
— Você está muito nervosa, acalme-se. Nós patinamos muito quando éramos jovens e não se esquece algo assim, logo você estará acostumada novamente.
— Eu sei, mas isso não diminue o meu medo.
— Eu te ajudo, mamãe. — Mag segurou a mão da mãe, para entrarem no ringue.
Entraram os três de mãos dadas e Mag seguiu com o professor, deixando seu pai ajudando sua mãe e seguiu pela pista, obedecendo as instruções do professor, com novos passos. A pista não estava muito cheia e Mag seguia bem, até acontecer uma situação com outras duas crianças, que esbarraram nela e ela caiu no chão.
O professor a segurou, impedindo que batesse forte no chão e Mag, como não levava desaforo pra casa, gritou:
— Vê se olha pra onde enxerga, seus bobão.
— Bobona é você, que nem sabe falar direito. — respondeu o garoto, mais velho que ela.
— Foi vocês que me esbarrou, pédi descupa.
— Você que estava no caminho, sua burra.
Os pais de Mag viram ela caída e se aproximaram.
— Eieiei, o que está acontecendo aqui, porque tanta gritaria? — perguntou Mário.
— Eles derrubou eu e nem qué pedi descupa. — acusou Mag.
— Tio, tio — gritaram os outros dois — é ela que está gritando com a gente.
Os sobrinhos de Mário se agarraram em suas roupas e Mag não gostou de ver aquilo, foi até eles e por não poder chutar suas canelas por causa dos patins, deu uma batidinha comportada em seus ombros.
— Esse é o meu papai, larga ele, ele é meu!
— ????
— Que tal vocês se conhecerem, afinal, são primos.
— Primos? — perguntaram os três.
— Sim, primos. August, Letícia, essa é Mag, minha filha. Mag, esses são August e Letícia, seus primos, filhos daquela moça bonita, ali na mureta, acenando igual uma louca, que é minha irmã.
Os três se viraram para olharem para a moça bonita e louca e riram juntos. Lili se segurando em Mário, esclamou:
— Isso é que chamo de coincidência.
As crianças, por serem crianças logo se enturmaram e começaram a patinar e brincar juntas. A aula de Mag foi bem mais proveitosa, com os primos ajudando e logo estavam na confeitaria, tomando um lanche. A irmã de Mário, conversou amigavelmente com Lili, se desculpando pelos filhos e pedindo para que pudessem sempre se encontrarem. A aproximação dos primos seria muito importante para manter a família unida.
Lili consentiu e logo se despediram, mas o dia ainda não tinha terminado e como era folga de Lili, após comerem, Mário levou-as para conhecer a casa onde morarão após o casamento. Mag não se cansava de correr em todo canto conhecendo tudo e até escolheu o seu quarto, que tinha uma sacada e ela recitou:
— Rapuzel, Rapuzel, joga sua trança!
Lili já ia corrigir a filha, mas Mário pediu:
— Deixe ela, quando ela começar a ler e escrever, corrigirá naturalmente. Não vale a pena anular essa lembrança feliz com uma correção.
— Você tem razão…
Ele a abraçou por trás e ficaram olhando a paisagem e se divertindo com a brincadeira inocente de Mag.
— Por quê você escolheu essa casa?
— Eu guardei na memória a descrição que você fez da casa de seus sonhos.
Ela deu uma risada gostosa, que chamou a atenção de Mag e a menina quis saber porque a mãe ria daquele jeito tão gostoso.
— É que a descrição que eu dava na época, era de uma casa de bonecas que vi na vitrine de uma loja, eu achava que se tivesse uma casa igual aquela, teria uma família linda e feliz.
— Então, agora cê tem, mamãe!
Lili ouviu a filha falar aquilo e parou, observando tanto a casa quanto sua "família", pois ainda não era casada, mas já eram uma família, sim.
— É filha, temos tudo aqui. Agora vamos entrar e fechar a casa, que está muito frio.
— Sim mamãe, a Elza deve tá madando frio lá do castelo dela.
— Deve ser, filha. — respondeu Lili, sorrindo e entrando na brincadeira.
Eles entraram e Mário foi fechando tudo para saírem e ao fechar a porta principal, ouviu o motor de um carro estacionando na calçada e ao se virar, viu que era seu irmão. Aproximou-se de Lili e envolveu sua cintura com o braço, segurando a filha à sua frente. Maick se aproximou devagar, com a cara fechada.
— Quem é esse, papai? — perguntou Mag, mas seu tio não deu tempo de seu pai responder.
— De acordo com sua mãe, sou seu tio.
— Pode ser que ela não seja sua sobrinha, mas com certeza ela é a minha filha. Isso é com você. — respondeu Mário.
— Então, por quê ela não contou para ninguém, mesmo sendo rechaçada por todo mundo e seu pai que morreu acusando-a de vadia, por que ela não contou para ninguém que você é o pai?
— Você é muito cabeça dura, mesmo, meu irmão. Ela não contou para ninguém, porque queria que eu ficasse bem onde estava e continuasse trabalhando pelo nosso futuro. Elas me esperaram até eu voltar e você, o que fez?
— Eu só estava defendendo você. Todo mundo acreditou que ela era o que o pai dela disse e agora vem com essa história? Você fez o teste de DNA?
Maick nem viu o soco chegando, logo depois estava no chão.
— Vamos embora, meu amor. — puxou Mário, sua família, para o carro e foram embora, deixando seu irmão ali no chão.
— Po quê você bateu no me titio, papai?
— Porque ele mereceu, coisas de irmãos.
— Eu num vô bate nos meus irmãozinho, papai.
— Isso mesmo querida, você vai só ensinar e ajudar eles, não é? — respondeu Lili, percebendo que Mário estava muito nervoso e aborrecido com o irmão.
Foram para o apartamento dela e Deia percebeu que o clima não estava muito bom, levou Mag para tomar um banho e deixou o casal a sós.
— Não fique assim, Mário. É difícil para eles aceitarem.
— É exatamente isso que não entendo, mesmo que Mag não fosse minha filha, você tinha o direito de ter o relacionamento que quisesse e eu a amo acima de tudo. Mag, mesmo se não fosse minha filha, jamais me impediria de casar com você.
— Eu realmente não compreendo esse tipo de raciocínio, que acusa sem prestar atenção que o acusado poderia ser ele próprio. — disse Lili.
— Exatamente, quando ele viu o porta-retrato, eu pensei que tinha se arrependido do que fez, o que será que fez com que ele mudasse sua opinião?
— Quando meu pai me surrou quase até a morte, saiu falando para todos que eu era uma perdida e depois tomou aquela bebedeira e se afogou no rio, todos que me conheciam ou souberam do caso, ficaram contra mim. Eu sobrevivi, Mag sobreviveu, tudo graças a eu ter ficado em coma e não saber de nada. Quando enfim me recuperei o assunto estava apagado e as pessoas cochichavam, mas ninguém se rebelou contra mim. É estranho mesmo, que ele faça isso, justo agora.
— Bom, não vamos deixar que ele estrague nosso dia. Amanhã conversamos e marcamos a data do nosso casamento. Você concorda?
— Sim.
Ele a beijou e se despediram, só que ele não foi para casa, ele foi direto para a casa de sua mãe, precisava ter uma conversa urgente com seu irmão.
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Atualizado até capítulo 28
Comments
jaqueline conceição
só falta o idiota ser apaixonado por ela e tem ciúme ciúme,inveja ou a namorada dele que não gostei (não perguntem porquê) tenha envenenado ele
2024-04-05
5
lucivania oliveira
🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣
2023-12-04
2
Maria Izabel
só imaginando a Mag dando chutes nas canelas de todo mundo kkkkkkk
2023-11-02
2