CAPÍTULO 13

— Que bicho mordeu ele? — indaguei incrédulo, buscando algum tipo de explicação do ruivo que permanecia ali parado feito uma múmia.

— Você é namorado dele? — Pedro fez o favor de me responder com outra pergunta.

— Não, ele é meu professor — respondi de má vontade.

— Ele não mudou nadinha então. — Soltou uma risada desagradável de puro deboche. — Se bem que os padrões dele diminuíram um pouco, não? — Encarou-me de cima a baixo, a indireta surtindo o efeito de um tapa doloroso.

— Você já foi à merda hoje? — grunhi, levantando-me do assento porque eu não era obrigado a ficar lá recebendo farpas de um cidadão qualquer. — Se não foi, deveria.

Pedro permaneceu em silêncio enquanto eu pegava o violão pela correia, me perguntando onde eu encontraria Fábio para devolvê-lo.

— Você sabe que está sendo enganado, né? — Pedro prosseguiu como se não tivesse se tocado de que sua voz estava me tirando do sério.

— O que quer dizer? — bufei, as narinas inflando de raiva. Já estava me achando tapado por estar dando corda pra aquele embuste.

— Fábio não é o que você pensa — disse, me olhando com certo desgosto. — Chega a ser triste a forma como ele manipula os pobres coitados como você.

— Não sou um pobre coitado e sei me cuidar muito bem. — Um gosto ácido subiu à minha boca, intensificando minha ira. — Só quero aprender violão e preciso do meu professor para isso. Então, me dá licença antes que eu resolva esquecer a palavra educação e acabe dando um tapa nessa sua carinha de sonso.

Saí dali a passos duros sem olhar para trás. Quem aquele idiota pensava que era? Eu hein! Nem me conhecia e já estava despejando grosserias como se não houvesse um amanhã. Isso serviu para provar a minha teoria de que eu tinha um imã para caras incrivelmente gatos, o problema era que nenhum prestava.

Soltei o ar com alívio ao avistar Fábio do outro lado da rua. Ele estava sentado na grama do parque, apoiado na árvore pensativo demais para o meu gosto. Aproximei-me torcendo para que o ruivinho estúpido não estivesse me seguindo porque a chances de eu perder a paciência e arrastar aquela carinha dele no asfalto eram grandes.

E daí que ele era muito mais alto e mais forte que eu? Eu virava um bicho possuído pelo ritmo ragatanga quando estava com raiva e aquele carinha conseguiu com louvor me tirar do sério.

— Você esqueceu o violão — foi a primeira coisa que sussurrei ao parar diante dele.

Ajoelhei-me assim que notei que ele estava chorando. Aquilo de certa forma partiu meu coração porque eu era uma manteiga derretida que queria chorar sempre que via alguém se debulhando em lágrimas.

— E-E-Ele foi embora? — Fábio gaguejou aos soluços.

— Deve estar na lanchonete ainda — murmurei, sentando sobre as pernas porque meu joelho já estava latejando por ter que sustentar todo o meu corpinho. — Fábio, o que você...

— Vamos tocar violão. — Fungou tão alto que me assustou. Pegou o violão da minha mão e abriu a capa para tirar o instrumento. Dava pra ver que Fábio estava destruído. Alguma coisa quebrou dentro dele assim que aquele filhote de cruz credo apareceu. — Devemos começar com... — Eu o calei com um abraço bem apertado e terno.

Fábio soltou o violão assim que passei meus braços ao redor de sua cintura. Ele enlaçou meu pescoço, um gesto que me surpreendeu na hora porque eu já esperava ser esculhambado por ter tocado nele, ignorando o limite de proximidade entre um professor e um aluno.

Meu coração batia forte contra a caixa torácica e torci para que ele estivesse distraído o suficiente para não perceber isso. Senti sua respiração na minha orelha, provocando arrepios diversos.

— Obrigado — sussurrou ao se afastar parecendo um pouco menos triste.

— De nada. — Esbocei um sorriso nervoso e sequei suas lágrimas com meu polegar. De perto, seu rosto era ainda mais bonito, o que não me deixava mais calmo. — Quer falar sobre isso? Sou um ótimo ouvinte.

— Não. — Meneou a cabeça, fazendo minhas esperanças evaporarem. — Pedro não vale a pena ser lembrado. — Alcançou o violão e o posicionou no colo após se ajeitar na grama.

Eu estava me mordendo de curiosidade. Quer dizer, quem em sã consciência não ficaria curioso depois de uma reação exagerada daquelas? O bombadão ruivo devia ter feito algo terrível para que Fábio chegasse ao ponto de chorar só em vê-lo.

Ao invés de pressioná-lo e sanar essa minha vontade de saber mais, resolvi respeitá-lo e deixar o assunto morrer ali antes que ele ficasse ainda mais no fundo do poço e me largasse ali sozinho com um violão que eu nem sabia como manusear.

— Que tal tocar uma música pra mim? — perguntei, conseguindo enfim me sentar como uma pessoa normal. — Uma da Lady Gaga, por favor.

— Só conheço uma música inteira da Lady Gaga. — O jeito como ele sorriu me deixou feliz porque para alguém que estava tão nitidamente devastado, era um alívio para mim saber que ainda restara felicidade a ser resgatada. — ''I'll Never Love Again''.

— Essa não. — Fiz um gesto definitivo com as mãos. — É a minha música favorita.

— Não quer que eu toque sua música favorita? — Sem dúvida minha reação o deixou confuso.

— Não. — Respirei fundo antes de me explicar, buscando um jeito que soasse menos ridículo porque o motivo era meio brega mesmo, admito. — Apenas o amor da minha pode tocar ela pra mim. Se não quer que eu me apaixone por você, não toque ela.

Fábio me olhou de um jeito estranho, abaixou a cabeça e deu uma risadinha.

— Ok. Música proibida então. — Balançou a cabeça com um sorriso encantador ainda fixo em seu rosto. Pelo visto, eu não ia precisar de música alguma pra me apaixonar por ele. Seu sorriso já estava fazendo o trabalho completo. — Como sabe que o amor da sua vida vai tocar violão? Já o conheceu? — Fiquei surpreso por ele estar interessado em mim o bastante para fazer perguntas. Pensei que teríamos uma aula desconfortável sem diálogo algum além de ordens e críticas absurdas e insultantes.

— Não o conheci ainda, mas sei que vai tocar como um anjo. — Acabei sorrindo também. — E vai cozinhar também porque se não vamos morrer de fome, já que me recuso a viver de quentinhas. São os pré-requisitos para ganhar meu coração: ser músico e saber fazer bolos de chuva.

— Você é meio exigente.

— Tenho que ser.

— E se você se apaixonar por alguém que não sabe fazer nada disso? Não é como se você pudesse mandar no coração. — Descansou as mãos no violão e se atentou apenas a mim, o que achei incrível porque ele geralmente me ignorava e se concentrava no instrumento como se fosse a modelo de uma revista pornográfica.

— Olha, depois de todos os meus relacionamentos sem futuro, o mínimo que espero é que o bastardo toque uma bendita música pra mim. Nem é pedir muito. — Empinei o queixo, tentando encontrar alguma música que ele pudesse tocar. — Agora voltando ao xis da questão, quero que toque de qualquer uma das rainhas do meu coração. Pode ser Madonna, Demi Lovato, Taylor Swift, Britney Spears... Seja criativo.

— Taylor Swift. — Mordeu o lábio inferior. — Conheço uma dela. ''I Don't Wanna Live Forever'', já ouviu falar?

— É claro que já! É a que ela toca com o Zayn. — Deitei de barriga no chão e apoiei meus cotovelos na grama. Coloquei meu rosto entre as mãos, meus olhos brilhando de ansiedade. — Toque ela pra mim.

Minha expressão que antes estava ansiosa foi se transformando numa admiração incontrolável assim que escutei a primeira nota. Seus dedos dedilhavam as cordas com uma habilidade surreal. Meu queixo só caiu de verdade quando ele começou a cantar. Sua voz acelerou os batimentos do meu coração ao ponto de cada batida doer mais do que anterior.

Quando a música acabou, eu estava com a boca aberta, os olhos arregalados e uma expressão fixa de choque. Se antes eu não havia me apaixonado por ele, agora eu tinha com toda certeza. Por Gaga, eu estava mesmo muito ferrado.

— O que achou? — quis saber como se precisasse de uma confirmação de que tinha arrasado.

— E-E-Eu... — Limpei a garganta com um pigarro e sacudi a cabeça, ficando um pouco zonzo. — F-F-Foi bom. Quer dizer, gostei. É, legal. M-M-Muito...bom.

— Saquei. Você curtiu. — Ele riu e meu rosto esquentou na mesma hora. Eu só queria afundar minha cara na grama e cavar um buraco ali mesmo depois de dar uma resposta patética daquelas. — Obrigado. — Ele se curvou como se estivesse agradecendo após o fim de uma apresentação. — Agora é sua vez.

— O quê? M-M-Mas eu...

— Relaxa. Não vou te pedir para tocar uma música inteira. Vou te ensinar os acordes. Vamos aos pouquinhos.

Meus ombros ficaram menos tensos quando ele me entregou o violão e me endireitei, sentando-me de modo que pudesse acomodar o instrumento nas pernas, mas me confundindo todo na forma como segurá-lo.

— Qual posição você prefere? — quis saber.

Aquela pergunta nada a ver me fez piscar.

— E-E-Eu sou ativo. — Estranhei tanto ele ter me perguntado aquilo que respondi de forma automática. Por que do nada começamos a falar de algo tão íntimo? Será que ele tava querendo algo a mais comigo? Se fosse caso, então eu tinha que estar aberto a tudo. Logo, resolvi acrescentar: — Mas por você posso ser passivo.

— Daniel... — Pareceu se esforçar horrores para manter a calma. — Eu estava falando da posição do violão!

— Ah, tá. — Cocei a cabeça ficando tão sem jeito que nem sabia direito como reagir.

— Você e sua mania de enxergar sexo em tudo. — Fiquei aliviado porque ao invés de brigar comigo, ele acabou rindo. Posicionei o violão do jeito mais confortável e esperei a próxima instrução em silêncio, já que minha dignidade foi para o ralo. — Primeiro quero que toque o acorde C que ensinei na nossa última aula.

— Acorde C? — Minhas mãos tremeram devido ao nervosismo. Além disso, estavam úmidas contra as cordas, o que com certeza me dificultaria na hora de tocar.

— É. — Fitou-me de um jeito confuso. — Não prestou atenção na última aula? Ensinei o acorde C pra todo mundo, você estava lá.

— Não consegui me concentrar porque a beleza do professor estava me distraindo. — Depositei todo o meu charme nas palavras e dei uma piscadela.

— Engraçadinho. — Fábio ficou meio constrangido e fechou os olhos, apertando a ponte do nariz.

— Só trabalho com verdades, profe escândalo — murmurei no momento em que ele se levantou. Achei que ele fosse embora e estava pronto para pedir desculpas pelo meu comportamento quando ele se sentou atrás de mim, posicionando a mão direita sobre a minha, que estava em uma das cordas do violão. — O que você...?

— O acorde C é aqui. — Ele me interrompeu guiando meus dedos até uma das casinhas e os separou para que cada ponta do meu dedo ficasse na posição correta. — Pressione com mais firmeza — pediu e obedeci na hora sem questionar. — Agora toque.

Senti minha mão inteira formigar ao tocar a primeira nota.

— Ainda está errado. — Sacudiu a cabeça, parecendo frustrado. — Tem que pressionar mais forte, praga.

— Estou pressionando o mais forte que posso — tentei argumentar, só que a proximidade exagerada dele atrás de mim estava me deixando fraco ao ponto de eu não conseguir toda a força que eu geralmente tinha.

— Mas não está sendo o suficiente — disse, soando rude demais pro meu gosto. Ele apertou tanto meus dedos nas cordas, que gemi de dor. — Desculpe, mas é um pouco doloroso mesmo. — Ele me mostrou as próprias mãos calejadas e marcadas. Tive vontade de chorar só de imaginar minhas delicadas mãos daquele jeito. — Agora toque de novo.

Toquei e dessa vez o som pareceu mais adequado.

— Isso, praga! — Ele me abraçou pelo pescoço e me soltou na mesma hora, sem jeito. — Foi mal. — Seu embaraço era bem engraçado, devo admitir.

— Por mim, pode me abraçar sempre que quiser, professorzinho — soltei sem nem pensar duas vezes.

Fábio bagunçou meu cabelo e fez uma careta. Em seguida, mudou a posição dos meus dedos.

— Memorize o acorde C porque não vou ensiná-lo de novo.

— É claro que vai — falei sem rodeios. — Está se fazendo de durão, mas se eu pedir com jeitinho me ensina até uma música inteira.

— Vai demorar até que aprenda uma música inteira, praga.

— Isso quer dizer que teremos muitas aulas com você me encoxando desse jeito? — Me virei para encará-lo. — Adorei a ideia. Só de pensar nisso fico duro.

— Pode parar — bufou, parecendo irritado. — Sabe que sou comprometido.

— Não tenho ciúmes, professorzinho.

— Ah, quer saber? Desisto de tentar te fazer a agir como um ser humano normal.

— Até que enfim. — Nem tentei esconder minha satisfação em ouvir aquilo. — Estava me perguntando quando você ia finalmente se tocar de que minha alma é pervertida.

— Já me toquei. — Soltou um suspiro pesado de conformismo. — Agora vamos voltar para a aula, tudo bem?

— Como quiser. — Foquei no violão achando que seria mais fácil depois de ser bem sucedido em meu primeiro acorde, só que ter Fábio com a barriga colada nas minhas costas não estava me ajudando no quesito concentração.

Para piorar, meu pau escolheu a hora mais infeliz para subir. Minha sorte era que o violão estava em cima das pernas. Eu conseguia ver muito bem a bendita ereção, então torci para que o Fábio não estivesse tendo uma visão de camarote daquilo. Uma coisa era eu fazer comentários obscenos, isso ele podia levar na brincadeira. Outra bem diferente era meu pau endurecer por causa dele.

— Agora vou te ensinar o acorde D — disse, colocando uma das mãos na minha cintura, o que só me excitou ainda mais. Que merda! Se esse cara me fizer gozar no parque sem nem transar comigo, juro que vou me matar depois dali.

— Eu preciso de um tempo. — Me afastei, desconfortável.

— O que houve? Estou indo muito rápido? Quer que eu vá devagar? — Vincou a testa quando saí praticamente correndo de perto dele. Por Gaga, aquelas perguntinhas dele fizeram meu lado pervertido gritar em alerta vermelho. Depois eu que falava coisas em duplo sentido, né?

— N-N-Não, é que... — Coloquei o violão sobre meu pau e fechei bem os olhos pensando em idosos com cheiro de naftalina na esperança de broxar.

— Não me diga que ficou excitado. — Abri os olhos num baque assim que ele falou aquilo.

— Não! — respondi rápido demais, o que o fez cair na gargalhada.

— Você tá todo vermelho. — Encolhi-me no tronco da árvore, me sentindo bastante humilhado. Tentei encarar apenas a grama na esperança de me livrar daquela vergonha.

— Foi mal — sussurrei, cabisbaixo. Não adiantava mais negar, então decidi parar de me esforçar em esconder algo tão óbvio. — Isso não deveria acontecer, entendo se quiser ir embora. E-Eu... — Parei de falar porque aquilo não estava ajudando e as chances do meu nervosismo me levar a dizer alguma besteira eram grandes.

— Tá tudo bem, praga. — Me surpreendi tanto por ele ao invés de me criticar ter me tranquilizado que acabei pousando os olhos nele de novo. — Não vou a lugar algum.

Fez menção em se aproximar e logo me manifestei.

— Não! Fique aí. — Mordi com força minha boca, o rosto ardendo de tanto embaraço.

— Qual é, não tenho medo de ereção, moleque. — Sentou ao meu lado, ignorando meu pedido. — Vamos continuar?

— Claro que não! — quase berrei, achando absurda a hipótese de ter ele roçando em mim de novo, o que não me ajudaria e ficar menos animado, digamos assim. — E se eu...?

— Não vai acontecer, fica tranquilo. — Sua garantia não me serviu de nada. — Sou bom, mas não sou tanto ao ponto de te fazer gozar sem nem tocar em você direito. Quero te ensinar pelo menos mais dois acordes hoje e vou querer que os pratique. Digamos que será o dever de casa.

— Primeira aula e já tenho dever de casa? — Confesso que fiquei bem aliviado pela mudança repentina de assunto.

— Achou mesmo que ia ser moleza? — indagou, enquanto eu torcia em silêncio para que outra coisa amolecesse. Desencostou-se da árvore e voltou para o lugar de antes, me chamando com um aceno. — Vem, praga.

Mesmo receoso, acabei indo até ele. Voltar para o calor de seus braços aumentou meu nervosismo a níveis estrondosos. Minha garganta estava quase fechada, dificultando minha fala e até mesmo minha respiração. Por mais que soubesse da minha condição delicada, Fábio envolveu minha cintura e apoiou o queixo em meu ombro. Eu sabia que se virasse a cabeça para o lado, daria de cara com o rosto dele.

— Você não tá ajudando. — Abaixei a cabeça. — Estou achando que está fazendo de propósito.

— Como é que vou te ensinar sem tocar em você? Por trás é mais fácil de manusear suas mãos e ver como está se saindo.

— Você faz isso com todos os seus alunos? — perguntei e me surpreendi por ficar enciumado só de imaginá-lo naquela posição com qualquer outra pessoa.

— Não costumo dar aulas particulares, então não. E em sala de aula costumo não me aproximar muito porque a maioria deles não é tão ruim quanto você no violão. Geralmente eles conseguem apertar as cordas do jeito certo.

— Nossa! Obrigado pela sinceridade — bufei. — Olha, é meio difícil apertar com essa força toda se você fica respirando no meu cangote. Está me desconcentrando.

— Ok. Não te toco mais então. — Ele se afastou e aquilo me deixou ainda pior. — Vou só te dar ordens e você que se vire.

— Não — falei depressa. — Pode voltar, estou sendo idiota.

— Se isso está te incomodando, posso pedir para outra pessoa dar aulas no meu lugar e...

— Não! — gritei, o calando na mesma hora. — Quero você. Só você — admiti e um silêncio constrangedor reinou depois daquilo.

Fábio retomou a posição anterior e fiquei feliz por nossa discussão ter me feito broxar. Ele se empenhou em me ensinar o acorde D enquanto eu me empenhava em não me encantar ainda mais por ele. Minha previsão para aquelas aulas era que eu iria sair com o coração fodido após cada uma delas.

— Ainda está nervoso? — perguntou no pé do meu ouvido, me fazendo estremecer. — Tenta se acalmar um pouco. — Acariciou meu braço. Eu estava tão derretido que Fábio era única coisa que me mantinha sentado. Se ele saísse dali, eu cairia de costas no chão. — O que quer que eu faça pra te acalmar?

— Um beijo seria ótimo — murmurei para quebrar o gelo instalado dentro de mim.

— Muito engraçado.

Virei o rosto e de fato ele estava muito perto, tanto que uma distância quase inexistente me separava do que eu mais queria: seus lábios. Primeiro, deixei que nossos narizes se encostassem.

Fábio não me repreendeu, apenas ficou aceitando minhas investidas em silêncio. Isso me encorajou a continuar, é claro. Só que como minha vida sempre conspirava contra mim, alguma coisa infeliz tinha que vir atrapalhar o que poderia ter sido o beijo mais épico da minha sofrível existência.

— Daniel? — uma voz me chamou e tomei um susto ao me deparar com Dimitri surgindo como sempre de algum bueiro na pior hora possível.

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