Haviam muito oque fazer no acampamento dos deuses. Atena estava cada vez mais ocupada treinando seus alunos. E mesmo que estivesse muito preocupada com Alana e seus amigos indo para sua nova aventura, ela não podia simplesmente deixar tudo de mão e ir com eles. E ela queria muito isso.
Mas ela estava tentando segurar as pontas que conseguia no acampamento, porque os alunos não pararam de perguntar sobre Alana, Darcel e Yvaine. Ela tentava não ser tão bruta ao responder, fazia seu melhor quanto a isso.
— Espero que atenda meu chamado.
Atena torcia para que Alana se comunicasse com ela pelo cristal mágico que um dia ganhara de Hefesto quando se tornou a deusa padroeira da capital da Grécia. Um belo presente, ele a permitia se comunicar com qualquer um onde quer que estivesse. Hefesto lhe disse que era um presente especial, e também disse que ela era a deusa que menos detestava naquele lugar. Atena sorriu ao lembrar.
Uns segundos depois, a imagem vivida de Alana apareceu á ela em uma coloração arroxeada.
— Alana, vejo que está bem. Pensei que depois de sua luta estaria um pouco pior. — os cantos de seu rosto se curvaram em um sorriso enquanto Alana a encarava séria.
— Porque não nos avisou que teria uma Équidna?
— Bem, isso certamente tiraria toda a graça da aventura improvisada de vocês. — ela sorriu — Pense comigo, não há aventura sem monstros.
— Não estavamos preparados para isso! E vejo que está muito contente com o fato de nos surpreender.
— De fato estou contente, mas se não avisei é porque sabia que seriam capazes de lidar sozinhos com esse tipo de situação. — Alana suspirou negando com a cabeça.
— Ah, também fiquei sabendo de uma inesperada tempestade em São Francisco. — Atena pôde ver Alana ficar tensa — Oque vocês fizeram?
Mesmo com o holograma meio distorcido de Alana, Atena pôde ver muito bem aquelas bochechas redondas ganharem um tom diferente da pele normal.
— Não vai querer saber certamente.
Atena soltou uma risada que pegou Alana de surpresa.
— Entendo. Na verdade, eu já sabia que era algo do tipo, e que certamente o filho de Hades estaria envolvido. Sério, oque vê nele querida sobrinha?
Alana revirou os olhos.
— Não vai começar com aquelas perguntas inconvenientes que as tias começam a fazer, ou vai? — Atena sorriu com o pensamento. O peito encheu-se de ternura.
— Está bem, não vou me meter na sua vida sem ter formalmente o convite. — Alana assentiu, e Atena continuou com a conversa — O próximo artefato mágico é o anel de Giges.
O rosto de Alana mostrou surpresa.
— Como sabe? Não me diga que memorizou todos os lugares e todos os objetos.
— De fato memorizei. — Admitiu sem orgulho algum — Mas, também possuo um mapa. E como adjetivo, enquanto estiver com a pedra que lhe dei, também saberei a localização de vocês. É como os mortais chamam — Ela pensou um pouco e depois sorriu — GPS?
Alana gargalhou um pouco.
— Sim,sim, de fato eles chamam de GPS. — Ela sorriu um pouco — Creio que não será fácil possuir esse artefato.
— Bem, não será mesmo — Concordou Alana — Soube que as criaturas do mar são... exaustivas.
Agora foi a vez de Atena rir.
— Não as culpe, estão sendo governados, por um maldito egoísta ordinário. Até mesmo eu, perderia minha sanidade mental sobre as ordens daquele ser.
Alana sabia a quem ela se referia, e definitivamente compartilhava o mesmo pensamento que ela.
— Tome cuidado no reino submarino Alana, enviei alguém para encontrar vocês.
Alana arqueou uma sobrancelha.
— Quem?
— Alguém importante para mim. — confirmou Atena com um sorriso brotando nos lábios — Você verá.
Antes que Alana pudesse responder a ela, a voz de Yvaine se fez presente a chamando para comer. Atena se despediu de Alana, e depois se sentou em sua poltrona.
Mas ela não percebeu que havia alguém escutando sua conversa atrás da porta.
Helena treinava como louca acertando golpes diretos em um tronco de árvore no acampamento. Seus braços doíam a cada vez que sua espada era levantada. Como se os nervos estivessem sendo rasgados. Mas ela não se importava. Ela queria desesperadamente a aprovação de seu pai, não porque queria o orgulho dele. Ela o odiava, o odiava com tanta intensidade que seu peito doía. Oque Helena tinha medo, era de nunca ser alguém importante. Ser apenas mais uma guerreira, mais uma garota boa de luta, mais uma que não sabe ao certo por que luta.
Toda vez que se perguntava era um golpe transferido.
Por que?
Um golpe
Porque você luta?
Um golpe
Porque você luta Helena?
Um golpe
Diga Helena! Porque você luta?!
— AAHHH!
Com um grito alto o suficiente para chamar a atenção de todos, a espada de Helena ficou em verdadeiras chamas, e quando entrou em contato com o tronco, ele fora cortado e arremessado para uma distância sobrehumana.
Todos que se abaixaram temendo serem acertados, olharam para Helena com medo e com espanto.
— Como... — Ela olhou para a espada que já não estava pegando fogo — Como fiz isso?
Ela não sabia, nunca tinha feito tal coisa. E mesmo tentando, nunca conseguiu fundir o fogo com alguma arma, sem ter a destruído. E também, nunca sentiu tanto poder e calor percorrendo seu corpo com tamanha força.
Helena jogou a espada no chão, e correu em direção ao escritório de Atena. Ela tinha quase certeza que Atena poderia ter respostas às perguntas dela, por mais enigmáticas que fossem.
Quando ia bater na porta que estava entreaberta, ouviu a voz de Alana. Então, olhou pela frecha da porta, e percebeu que se tratava de um holograma estranho.
Helena escutou toda a conversa de Atena com a garota dos raios. E um sorriso determinado tomou conta de seu rosto.
— Obrigada pelas informações Atena. — murmurou — vou provar meu valor.
— Sério oque diabo você tem? — Indagou Tristan olhando para Ravi com a boca completamente cheia — Já comeu sete pedaços de pizza. cara.
Ravi poderia responder mas sua boca estava cheia e completamente suja de ketchup. Darcel ria dele assim como Alana. Mas, Yvaine o achava fofo.
— Deve ser lombriga — Disse Ária puxando o refrigerante pelo canudo Tristan gargalhou.
— Eu nunca...comi uma coisa tão... gostosa! — Resmungou Ravi com os olhos brilhando como uma garotinho de nove anos — Se eu soubesse que no mundo mortal, teria essa maravilhosa comida, eu teria visitado mais vezes.
— Quantas vezes veio no mundo mortal? — Indagou Alana pegando uma azeitona na caixa da pizza e a devorando. Ravi engoliu antes de responder.
— Uma vez apenas. Quando fomos buscar você. — Alana se surpreendeu. Mas já era de se esperar, Ravi seguia as regras como um bom garoto. E diferente dele, Darcel fugia das regras assim como o diabo fugia da cruz.
— Não sou tão rebelde quanto o Darcel. — Darcel levantou o copo de refrigerante com um sorriso mais que pretensioso. Estava de fato orgulhoso por sua fama libertinamente rebelde.
— Bem, fico feliz que esteja comendo bem. — Yvaine o olhou e parecia que ele estava prestes a corar. Ele estava corando ou eram só manchas de ketchup? — Nós precisamos de forças, tenho certeza que vamos lutar.
Tristan e Ária sorriram olhando um para o outro de maneira animada.
— Vamos lutar contra uns peixinhos! Isso vai ser definitivamente...
Tristan continuou por ela.
— Um espetáculo marinho!
Continuou ele levantando um pedaço de pizza pro alto.
Darcel revirou os olhos de tédio, Alana o olhou.
— Está preocupado por ser difícil usar seu poder debaixo d'água? — Indagou Alana ele negou um pouco.
— Não sei ao certo, mas creio que meu poder não será problema debaixo d'água. — Ele olhou um pouco para Yvaine que se interessou na conversa — Mas, tenho certeza que não vou precisar me preocupar com isso. — Ele deu um olhar sugestivo para Alana — Você me protegerá não é?
Alana se surpreendeu um pouco, e depois gargalhou.
— Acho que já tenho preocupações demais para ter que proteger um cara tão grandinho como você.
Darcel ficou sério enquanto todos começaram a rir.
— Bem, o Darcel está um pouco necessitado de atenção. Já não fizeram o bastante na piscina? — Indagou Ária, ambos a olharam surpresos.
— Eu que o diga! — Disse Ravi estreitando os olhos para Darcel.
— Não é minha culpa se o corpo de...
— Acho que esse não é um assunto que cabe á nenhum de vocês não é?! — Alana cortou Darcel antes que ele pudesse soltar alguma frase completamente indevida e repentinamente íntima. O rosto dela estaria corado com certeza, ela sentia o rubor se espalhar pelas bochechas.
Darcel abriu um sorriso malicioso enquanto a encarava, ele sabia que ela estava envergonhada. E poderia ser essa mesmo a intenção dele.
— Ok, não gostamos de falar sobre as intimidades do casal, mas quando...
Começou Tristan e em ordem terminou Ária.
— ...Elas podem nos eletrocutar vivos, é outra história sabe.
Alana negou com a cabeça se perguntando o por que de ser tão estúpida. Se bem que não era culpa dela apenas! Darcel também tinha sua porcentagem de culpa nessa história, então ela podia culpa-ló também...Podia não é?
Depois de um descanso bem merecido, eles tiveram que partir assim que os primeiros raios solares expulsavam a noite. Foram direto para o carro, e as motos de tecnomagia. Alana pegou o mapa que Atena o dera, e ele havia mudado um pouco. O local que haviam pegado o Ivlivs estava com um círculo verde, indicando que já haviam conseguido. Bem, isso era bom.
— Que porcaria. — Resmungou Alana olhando para o mapa.
— Oque foi? — Indagou Ravi com as mãos no volante.
— Só uma pergunta, vocês gostam de calor e comida apimentada? — Todos fizeram caretas engraçadas demonstrando desentendimento.
— Por que tá perguntando isso? — Indagou Yvaine.
— Bem, — Ela levantou as sobrancelhas e soltou um arquejo — Vamos para o México.
Ela não precisava dizer mais nada. Yvaine abriu um sorriso de canto a canto, Darcel bufou e soltou um xingamento baixo, Ravi parecia animado mesmo estando sério. E Ária e Tristan....
— Aribá! Aribá! — Gritaram os dois tentando fazendo um sotaque parecido com o mexicano.
— Calem a boca — Mandou Darcel os vendo pelo painel no carro.
— Ah não seja tão estraga prazeres muchacho! — Debochou Ária rindo a toa.
— Acalma-te mi amigo! — Tristan entrou na brincadeira. Alana não aguentou e começou a rir assim como Ravi e Yvaine. Darcel mandou o dedo para os dois pela tela no carro.
Mesmo com tanta diversão assim, eles ainda tinham que seguir viagem. E a ansiedade para chegar logo, era oque consumia o corpo de Alana. Mas, cá entre nós, a vista que estava tendo do céu, valia cada segundo de vida. Oque eram os aviões perto da geringonça tecnomágica de Ária e Tristan? Uma vista de tirar o fôlego com certeza.
Alana apoiou sua cabeça no vidro do carro, enquanto o céu azul era banhado por nuvens tão fofas que ingenuidamente podiam servir de perfeitas camas á querubins e serafins.
Ela prendeu uma gargalhada com o pensamento tão infantil. Mas oque podia fazer? Ele definitivamente gostava de ser assim.
Alana não percebia porque estava absorta em seus pensamentos olhando para o nada pela janela. Mas, Darcel não conseguia parar de olha-la pelo reflexo do espelho no teto do carro.
Linda
Era só oque sabia pensar. Ele reparava em todos os detalhes do rosto dela. Sabia exatamente onde cada pintinha se localizava, onde seus traços ficavam mais bonitos. Ele já vira muitas garotas lindas, muitas mesmo. Mas, nenhuma, se igualava a Alana, ela era única.
E somente dele. Apenas dele.
38 horas de carro até chegarem na cidade do México. Era um tanto exaustivo ficar um dia e meio no carro, mesmo que esse carro fosse mágico e acelerasse um pouco o tempo. Ele era rápido, e seria possível adiantar 14 horas de viagem. E com algumas conversas, e piadas ruins que ainda assim arrancavam gargalhadas, eles ficaram o dia todo no ar flutuando. Até o sol se por e a noite chegar com seu esplendor.
E em poucos quilômetros, um motelzinho mixuruca com o letreiro sujo e falhando, se fez presente do nada ao lado da estrada.
— É seguro passarmos a noite ali? — Indagou Ravi decidindo se seria seguro ou não estacionar o carro no chão ou seguir com viagem.
— Bom, acho que não temos nenhuma opção. É isso, ou dormir no carro. — Respondeu Darcel soltando um arquejo — Você prefere dormir no carro?
Era uma provocação para Ravi negar ou o mandar calar a boca. Mas, parecia que ele realmente estava começando a pensar se ficar no carro seria melhor do que naquele pequeno muquifo.
— Vamos lá pessoal! Não deve ser tão ruim assim né? — A intenção de Alana era tranquilizar seus amigos e os dar um pouco de otimismo. Mas ela mesma estava incerta quanto o lugar.
— É verdade, nós só vamos passar uma noite pessoal. — Disse Yvaine — E amanhã bem cedo, nós vamos embora, curtir um pouco do México.
Alana deu um leve sorriso a Yvaine que correspondeu.
Então eles desceram todos do carro e das motos, e foram de encontro ao motel. Ao entrarem, o cheiro de cigarro e álcool era predominante. Fez com que o nariz de Alana coçasse e os olhos se enchessem de lágrimas.
— B-Boa noite — Cumprimentou ela com a garganta coçando. O homem barrigudo de bigode grosso sorriu para ela com os dentes amarelos a mostra.
— Bem vindos ao meu pequeno paraíso — O homem apagou um cigarro no cinzeiro antes de se virar para Alana novamente.
Paraíso? Ok, isso era um exagero imenso.
— Queremos dois quartos com duas camas cada, apenas para esta noite. — Pediu Alana, enquanto os outros reparavam o local.
— Não dá — Respondeu o homem acendendo mais um cigarro. Alana franziu o cenho.
— Como?
— Eu disse que não dá querida, devo repetir ou desenhar dessa vez? — Ele apoiou o braço peludo no balcão velho e assoprou fumaça no rosto de Alana. Assim que aquela fumaça preta entrou em seus pulmões, provocou uma boa tosse. Darcel apertou os punhos e tentou voar em cima do homem, mas Ravi o segurou.
— Calma cara, e por favor, apague esse fogo. — Darcel não havia percebido que seu punho estava soltando faíscas azul e pequenas chamas. Ele tentou se conter.
— Os quartos estão ocupados por outros turistas, só tem um quarto sobrando. — Alana praguejou baixo. Seria terrível seis pessoas em apenas um quarto. Mas não tinham escolha.
— É realmente tudo oque tem?
— Sim.
Ela Suspirou antes que dizer:
— Vai ter que servir.
Alana tirou algumas notas do bolso, e deu ao homem que sorriu enquanto contava o dinheiro. Depois pegou a chave e jogou em cima dela com tudo. Eles subiram um lance não tão grande de escadas, e passaram por um corredor, com as paredes descascando, e com gritos diferentes a cada porta que passavam.
— Pessoal, é como vocês ouviram, vamos ter que dividir o quarto. — Relembrou ela quando eles finalmente chegaram na porta de seu quarto.
— Isso vai ser difícil. — Resmungou Darcel coçando a nuca.
— Difícil para vocês porque nós dois podemos montar nossa própria cama. — Disse Tristan com o olhar preguiçoso de sempre. Ária abriu um sorriso concordando.
— Bem, então não vai ficar tão apertado, eu espero.
Assim que Alana abriu a porta do quarto e acendeu as luzes, quase perdeu o ar. Além da tinta das paredes amarelas estar gasta e descascando. As luzes piscavam como se estivessem prestes a queimar. Quando entraram no quarto, começaram a reparar com cara de nojo.
— Vou ver o banheiro — Darcel avisou se afastando um pouco.
— Gente...— Todos olharam para Yvaine enquanto ela olhava para o chão — acho que não foi uma criança que pintou isso.
Todos foram até onde Yvaine estava curiosos. Ficaram perplexos ao ver o desenho de um corpo no chão, com uma mancha vermelha na região da cabeça.
Que diabo era aquilo?
— Então, sem querer assustar vocês mas, também tem um desses aqui no banheiro. — Olharam para o banheiro, Darcel abriu mais a porta e mostrou no chão. Mais um desenho de corpo no chão, só que dessa vez, as manchas vermelhas estavam no peito e na...virilha.
— Que maneiro!!
Gritaram os gêmeos com um sorriso enorme no rosto. Ária pegou seu celular e abaixou junto com Tristan para tirar fotos. Ambos fazendo caretas engraçadas enquanto riam.
— Bem, — Ravi forçou um sorriso — eu prefiro o carro.
Ele estava prestes a sair quando Yvaine agarrou em seu braço.
— Talvez eu não queria ficar sozinha aqui com eles Ravi — ela o olhou timidamente — Me sentiria mais segura com você aqui.
Ravi quase esgagou com a própria saliva. E a risada de Darcel se fez presente.
— Ai cara, eu não acredito que disse isso. — Resmungou Darcel fingindo limpar uma lágrima. Yvaine o encarou como se pudesse estraçalhar sua alma em mil pedaços. Depois se virou para Ravi com um ar completamente inocente.
— Podemos dormir juntos.
Fora a vez de Darcel engasgar com a saliva. Ravi corou rapidamente.
— D-Dormir com você?
— Calma Ravi, é só dividirmos a cama. Não é nada demais. — Yvaine cruzou os braços. Ravi se afastou dela com rapidez.
— Não posso fazer isso! Eu te respeito muito, e seria indevido fazer algo assim.
Darcel abafou uma risada por sentir o olhar de Alana em cima dele.
— Esqueça então.
Por mais fofo que pudesse ser o jeitinho de Ravi, ele irritava Yvaine de maneiras avassaladoras.
Ela simplesmente se jogou em uma das camas e ficou emburrada lá.
— Bem... — Começou Alana — Eu sei que parece meio ruim essa situação, mas pelo menos temos camas.
— Meu anjinho, eu acho que você não está ajudando muito — Disse Darcel com um sorriso sacana no rosto saindo só banheiro.
— Pelo menos estou tentando. — Ele parou de frente para ela.
— Acho melhor parar de tentar.
Alana respirou fundo para não travar uma briga desnecessária com o idiota de cabelo azul. Ela apenas tirou a jaqueta jeans que estava usando e a jogou longe.
— Então, vamos decidir logo como dividiremos o quarto.
— Eu irei dormir com Yvaine na cama da esquerda. Darcel e Ravi dormiram na da direita. Quanto a Tristan e Ária...
— Já estamos prontos para dormir.
Eles avisaram juntos. Todos olharam para eles com o cenho franzido.
— Quando eles armaram isso? — Indagou Ravi confuso.
— Não faço idéia. — Respondeu Darcel com a mesma feição.
Eles armaram uma rede de linha dourada e cintilante, que estava sendo suspensa por duas pequenas máquinas redondas que flutuavam. Já estavam deitados juntos com um cobertor os aquecendo.
— Bem — Alana soltou um arquejo — Acho que devemos dormir.
— Acho que sim. — Respondeu Darcel.
Eles deram o melhor deles para ficar em uma posição confortável naquelas camas duras. O cobertor não era tão quente, e também dava para se ouvir os gritos das pessoas pelas paredes. Tristan e Ária estavam dormindo como se não houvesse amanhã, era até admirável o sono pesado deles.
Darcel estava quieto na cama, poderia estar dormindo? Bem, esperava Alana que sim.
— Ei — Alana virou-se para encarar Yvaine. — Pensei que estivesse dormindo.
Alana sussurrou em resposta:
— Estava planejando fazer isso, mas é um trabalho árduo.
Yvaine concordou. Pela expressão no rosto dela, Alana não demorou para fazer perguntas a ela.
— Algo te incomoda Yvaine. — Ela demorou um tempo, mas assentiu.
— Eu... tenho tido sonhos. Ou melhor, pesadelos. — Alana se aproximou mais dela.
— Do que se trata?
— Essa é a questão. Eu não sei ao certo, apenas sei que é com o Darcel. Algo sobre o poder dele. — Alana ficou tensa e pode sentir seu coração se apertar.
— O poder que está aprisionado no submundo? — Yvaine assentiu.
— Eu não sei do que se trata, mas... tenho medo de que algo ruim aconteça.
Alana segurou as mãos dela.
— Nada vai acontecer, eu vou protege-lo ok? Não precisa se preocupar com nada. — Yvaine sorriu e apertou mais a mão de Alana contra a sua.
Ravi estava prestes a cair no sono quando sentiu um arrepio lhe percorrer as pernas. Mas, como estava cansado, decidiu ignorar e tentar dormir novamente.
Mas depois o arrepiou voltou e percorreu suas coxas.
— D-Darcel — O chamou sussurrando — D-D-Darcel...
Cutucou as costas dele. Darcel gemeu um pouco e virou-se lentamente para Ravi.
— Oque você quer agora? — Indagou com a voz meio embargada.
Antes que pudesse responder, o arrepio voltou mais uma vez nas suas pernas.
— T-Tem alguma coisa na cama Darcel. — Disse ele com a voz trêmula. Darcel franziu o cenho.
— Oque?
— T-Tem algo na cama. — Respondeu apertando o cobertor.
— Não tem nada Ravi, eu quero dormir. — Ravi também queria dormir! Mas arrepios lhe percorriam o corpo todo.
— D-Darcel é sério, meu corpo está formigando! — Sussurrou ficando nervoso. Darcel praguejou e se levantou da cama.
— Eu já disse que não é nada. — Ravi se sentou na cama oque fez um pouco de barulho. Alana e Yvaine levantaram e olharam para eles com caras de sono.
— Oque deu em vocês? Vão dormir agora. — Sussurrou Alana esfregando os olhos — Ainda é madrugada.
— Eu sei que é madrugada! O Ravi não me deixa dormir — Avisou Darcel. Os arrepios voltaram fazendo Ravi pular na cama.
— Aí oque deu em você cara, já disse que não é nada! — Darcel puxou levemente o cobertor, e quando viram oque estava lá, Todos arregalaram os olhos.
— B-b-baratas! — Ravi pulou da cama completamente tomada por baratas nojentas. Com o susto Darcel gritou e puxou o lençol para cima fazendo com que a maioria das baratas voassem para a cama de Alana e Yvaine.
— AAAAHHHHHHH!
Elas gritaram com desesperado, alguns raios saíram das mãos de Alana enquanto ela gritava, e esferas de fogo saíram das mãos de Yvaine enquanto elas duas corriam pelo quarto.
— Ei! Se acalmem! — Gritava Darcel desviando dos raios e do fogo.
— Eles ainda estão dormindo?! — Indagou Ravi olhando para Tristan e Ária enquanto tentava desviar tanto dos poderes das duas quanto das baratas.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 19
Comments
Ramilsa Lima
ATUALIZA ASSIM NUM GUENTO NAO DEMORA MUITOO
2023-02-24
0